Esporte
O mês de agosto movimentou a dança das cadeiras dos técnicos da elite do futebol brasileiro
Athletico-PR, Avaí, Coritiba, Figueirense, Goiás, Náutico, Santos e Sport fizeram trocas no período
Com 15 trocas, agosto bate recorde de mudanças de técnicos dos últimos 211 meses no Brasil
O mês de agosto movimentou a dança das cadeiras dos técnicos da elite do futebol brasileiro*. No total, foram 15 trocas de técnicos no período. O maior número desde 2003, primeiro ano em que o Campeonato Brasileiro passou a ser disputado no sistema de pontos corridos.
+ Veja especial com a rotatividade dos técnicos na elite do futebol brasileiro
O mês que mais se aproximou no número de mudanças de comandantes foi dezembro de 2019: naquela ocasião, foram 14. Vale lembrar que fim de ano é marcado pelo encerramento de muitos contratos e muitos clubes ou técnicos optam por não renovar. O terceiro mês com mais mudanças foi em dezembro também, desta vez em 2013.
Meses com mais trocas de técnicos desde 2003
Mês / ano | Nº de mudanças | |
1. | Agosto / 2020 | 15 |
2. | Dezembro / 2019 | 14 |
3. | Dezembro / 2013 | 13 |
4. | Julho / 2017 | 11 |
5. | Fevereiro / 2020 | 10 |
5. | Setembro / 2019 | 10 |
5. | Maio / 2017 | 10 |
5. | Setembro / 2011 | 10 |
5. | Abril / 2005 | 10 |
5. | Dezembro / 2004 | 10 |
5. | Dezembro / 2003 | 10 |
Fonte: ge.globo
OBS: a contagem acima leva em conta apenas as trocas de treinadores efetivos. Até 2019, o número incluía também os interinos, mas a regra foi alterada por questões editoriais
Na retomada dos trabalhos pós-paralisação, oito clubes decidiram por demitir seus treinadores e contratarem novos técnicos em agosto de 2020. O treinador mais longevo a deixar o cargo foi Ney Franco. O técnico estava no comando do Esmeraldino há pouco mais de um ano e deixou o clube goiano com 50% de aproveitamento em 49 jogos oficiais.
Com a pandemia, Ney Franco foi o treinador mais impacto pelo covid-19 entre os demitidos no mês. Até ser desligado do comando, ele teve 25 casos de atletas infectados pelo vírus no elenco. O dia 9 de agosto foi emblemático, com a partida de estreia no Brasileiro contra o São Paulo adiada há poucos minutos do horário programado.
Ney Franco teve 25 atletas diagnosticados com Covid no Goiás até seu desligamento — Foto: Rosiron Rodrigues / Goiás E.C.
O Athletico-PR foi outro clube bastante impactado pela pandemia. Apesar de o clube não divulgar os casos, o ge apurou 12 jogadores infectados até a demissão de Dorival Júnior. O próprio treinador foi diagnosticado com covid, ficou afastado por 10 dias e foi demitido apenas quatro dias após retomar os trabalhos.
Os dois clubes citados foram os mais afetados com mais caso de atletas infectados no elenco entre os treinadores que perderam o cargo em agosto. No Santos, vale destacar que a aposta por um treinador estrangeiro não deu certo e Jesualdo Ferreira foi demitido com 49% de aproveitamento em 15 jogos e uma eliminação precoce no Paulistão para a Ponte Preta.
Confira a lista das 15 trocas de técnico no mês de agosto e relembro os casos:
- Rodrigo Santana é demitido do Avaí em 01/08
- Geninho é contratado pelo Avaí em 02/08
- Jesualdo Ferreira é demitido pelo Santos em 05/08
- Cuca é contratado pelo Santos em 07/08
- Gilmar Dal Pozzo é demitido pelo Náutico em 14/08
- Gilson Kleina é anunciado pelo Náutico em 16/08
- Eduardo Barroca é demitido pelo Coritiba em 20/08
- Ney Franco é demitido pelo Goiás em 20/08
- Jorginho é anunciado pelo Coritiba em 21/08
- Thiago Larghi é anunciado pelo Goiás em 23/08
- Daniel Paulista é demitido pelo Sport em 24/08
- Jair Ventura é anunciado pelo Sport em 24/08
- Márcio Coelho é demitido pelo Figueirense em 27/08
- Elano é anunciado pelo Figueirense em 27/08
- Dorival Júnior é demitido pelo Athletico-PR em 28/08
* Clubes considerados na pesquisa: América-MG, Atlético-MG, Athletico-PR, Avaí, Bahia, Botafogo, Ceará, Chapecoense, Corinthians, Coritiba, Cruzeiro, Figueirense, Flamengo, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Grêmio, Internacional, Náutico, Palmeiras, Paraná, Ponte Preta, Santa Cruz, Santos, São Paulo, Sport, Vasco e Vitória.
Por Guilherme Maniaudet e Roberto Maleson — Rio de Janeiro
Globoesporte.globo.com