Esporte
Darlan Romani treina arremesso de peso em terreno baldio do lado da sua casa em Bragança Paulista
Em ano atípico, atletas treinaram em obras, criaram “esteira de detergente” e até piscina em lago
Com locais de treinamento fechados por causa da pandemia, esportistas tiveram que dar jeitinhos para seguirem em atividade em 2020
Dizer que 2020 foi um ano atípico é chover no molhado. Todo mundo precisou se reinventar no dia a dia para conseguir seguir sua profissão e sua vida pessoal. Mas e os atletas? Como fizeram para se manterem em forma tão perto de realizarem o sonho de disputar as Olimpíadas de Tóquio, que foram adiadas para o ano que vem?
Aí que entrou a criatividade e a engenhosidade deles e de quem cuida deles. Teve gente criando espaços para treinar, teve quem criasse desafios para manter corpo e mente em atividade e teve até quem aproveitasse a obra do vizinho.
Claro que o ano não foi só improviso. O Comitê Olímpico do Brasil criou a “missão Portugal”, projeto que levou centenas de atletas para treinarem em terras lusitanas durante a pandemia. Portugal, um exemplo no combate ao coronavírus, conseguiu controlar rápido a primeira onda da pandemia, o que permitiu que abrisse as portas aos atletas brasileiros.
Veja abaixo os “jeitinhos” que nossos atletas encontraram
Obra do vizinho
Do atletismo veio a ideia de aproveitar o que tivesse à mão para criar um ambiente de treino. Darlan Romani aproveitou a obra do vizinho para simular um espaço de treinamento do arremesso de peso. Durante semanas, treinou no canteiro de obras sendo observado pelos vizinhos.
Darlan Romani treina arremesso de peso em terreno baldio do lado da sua casa em Bragança Paulista — Foto: Wagner Carmo/CBAt
Papais ajudam
Nem todo mundo tem uma obra do vizinho pra chamar de sua. Então, tem hora que é preciso fazer a própria obra. Foi o que fizeram os pais de Rayssa Leal, a Fadinha do skate. Eles construíram uma pista no quintal de casa para que a menina-prodígio pudesse continuar seus treinamentos.
Rayssa Leal, promessa no skate do Brasil, treina no quintal de casa durante a pandemia
Meu lago, minha vida
No quesito criatividade, palmas para Vinicius Lanza. Com um lago no sítio da família, ele resolveu criar sua própria raia de natação. Com local de largada e tudo. Assim, se manteve longe de todo mundo, mas em plena atividade.
Vinicius Lanza, da seleção brasileira de natação, improvisa para treinar para Olimpíadas
Esteira de detergente
Por falar em criatividade, a experiente jogadora de vôlei Jaqueline também chamou a atenção no quesito. Sempre brincalhona nas redes sociais, ela criou uma “esteira de detergente”. Claro que essa esteira só servia para rir (e pra tomar uns tombos se a pessoa fizer isso em casa). Mas a ponteira manteve a forma em seu sítio com vários tipos de exercícios diferentes. E parece que deu resultado, porque ela tá brilhando na Superliga.
Jaqueline, do vôlei de quadra, mostra e comenta exercícios feitos em casa
Cadeiras de equilíbrio
Para o pessoal da ginástica, ficou um pouco mais difícil fazer treinos físicos tão intensos dentro de casa. Mas o campeão olímpico Arthur Zanetti achou um jeito de usar as cadeiras da sala para fazer um exercício diferente.
Treinando a mente
A campeã mundial de esgrima Nathalie Moellhausen ficou na França e conseguiu manter uma rotina de treinos um pouco melhor do que a maioria dos atletas que ficaram no Brasil. Mesmo assim, foi preciso criatividade, não só para manter o corpo em dia, mas também a mente. Por isso, ela teve a ideia de dar aulas de esgrima e de dança na praia do sul do país. E não ficou por aí! Ela ainda criou uma coreografia com a espada toda especial para se apresentar em um ponto turístico francês.
Esgrimista Nathalie Moellhausen faz apresentação em praça de Paris
Por Da Redação do Ge — Rio de Janeiro