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Ao fundo, jogadores do Ceará comemoram gol contra o Flamengo. Rogério Ceni lamenta

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Rogério Ceni reflete sobre futuro no Flamengo: “Precisa conquistar a garantia com resultados”

Técnico procura explicação na ausência da torcida em entrevista coletiva no Maracanã, nesta noite de domingo

O técnico Rogério Ceni comentou a segunda derrota seguida do Flamengo – 2 a 0 para o Ceará (gols de Vina e Kelvyn) – como mandante, no Maracanã. Em entrevista coletiva que começou mais de uma hora depois da partida, o treinador teve dificuldade de explicar mais um insucesso.

A derrota deixou o Flamengo com 49 pontos – ainda a sete do São Paulo, que perdeu novamente na rodada. O Santos venceu o clássico paulista por 1 a 0, no Morumbi.

Ao fundo, jogadores do Ceará comemoram gol contra o Flamengo. Rogério Ceni lamenta — Foto: ANDRÉ DURÃO

Ao fundo, jogadores do Ceará comemoram gol contra o Flamengo. Rogério Ceni lamenta — Foto: ANDRÉ DURÃO

– Não consigo explicar de forma mais clara (porque não aproveitou oportunidades de chegar no São Paulo). Lamento. Vim aqui para ser campeão, quando me convidaram para vir. A gente está deixando passar as oportunidades. É culpa nossa, é culpa minha, nossa dentro de campo – disse Ceni.

O técnico fez discurso sincero ao ser questionado sobre garantias da direção em seguir o trabalho mesmo com resultados ruins no comando do Flamengo.

– No futebol não existe garantia. É a única garantia que eu te dou. Você precisa conquistar a garantia com resultados. Os resultados são ruins perto do que esse grupo pode. A diretoria tem direito de tomar qualquer decisão. O desempenho como comportamento diário é bom, mas como resultado deixa a desejar – admitiu.

O treinador procurou explicação na ausência do torcedor para a fraca campanha dentro de casa.

– Fazemos por merecer em alguns momentos, mas não estamos sendo efetivos. Principalmente pela ausência do torcedor; Aqueles 50, 60 mil de média por jogo são combustível importante. Só posso acreditar que seja isso. De resto tem sido feito de tudo. Eles têm se dedicado muito nos treinos, tem intensidade muito alta. A campanha dentro de casa posso avaliar que a voz do torcedor faz a diferença. Não tenho outra explicação para te dar – completou o treinador do Flamengo.

Rogério Ceni, técnico do Flamengo, chuta a bola durante a partida — Foto: André Durão

Rogério Ceni, técnico do Flamengo, chuta a bola durante a partida — Foto: André Durão

Ceni também explicou as mudanças na equipe. Cesar entrou na vaga de Hugo Souza. Gustavo Henrique no lugar de Natan e Pedro na vaga de Gabigol.

– O Pedro foi contratado, é um grande jogador, vinha sendo titular. Minha equipe começa com Gabriel e Bruno Henrique, mas pelo que oferecia o jogo, eles têm uma defesa alta, jogadores que defendem bem. O Gustavo Henrique é melhor no jogo aéreo, o Pedro é uma referência. Contra o Fluminense, Bruno Henrique e Gabriel estavam distantes. Hoje optamos por essa formação. Pedro foi contratado por valor expressivo, tem qualidade para ser titular. O que não diminui a importância do Gabriel para o time. Mas não treinamos para escalar os dois juntos e achei que eles juntos por 60 ou 90 minutos seria risco muito grande – disse Ceni.

Mais trechos da coletiva de Ceni

Everton Ribeiro

– Gosto de jogar com Everton Ribeiro e com Arrascaeta pelos lados. Cheguei há pouco menos de dois meses e ele (Everton) estava como 10 da Seleção, se não me engano foi eleito o melhor contra o Uruguai. Foi um dos grandes jogadores do Flamengo na temporada de 2019, nessa temporada também (2020). Na minha concepção é um atleta diferenciado. Pode não estar produzindo o que produziu no auge, mas é muito importante. Ele está entre os 10 melhores que eu escalo.

Confortável em seguir?

Confortável eu acho que ninguém se encontra. Nem eu, nem os jogadores ou direção. Me sinto capacitado para estar no Flamengo, mas não estamos confortáveis com os resultados. Na Copa do Brasil, não tivemos tempo de trabalho, na Libertadores tivemos dez, onze dias de trabalho, poderíamos ter tido melhor sorte contra o Racing. Confortável ninguém está. São duas rodadas onde o líder não marca pontos e você não consegue encurtar essa distância.

Período de jogos seguidos fora do Rio é bom nesse momento?

Eu acho que é preciso vencer. Quando criar as oportunidades, colocar para dentro e fazer vitórias. Sem isso, você pode ir para qualquer lugar, para Marte, Goiânia, Brasília, ficar no Rio… Sem as vitórias não tem como as coisas se ajustarem.

“Recuperar a parte anímica”

– Essa é a parte mais difícil (psicológico). Eu prefiro descansar uma noite e amanhã pensar. Os jogadores se cobram. Temos que tentar competir mais. O talento existe, mas temos que colocar em prova o poder de competição. Assim teríamos mais chances de chegar às vitórias. Eu, como treinador, tenho que encontrar as soluções e os jogadores precisam competir mais. Vamos tentar ser tão competitivos nos jogos quanto nos treinos. Temos o Gerson de ausência, tomou o terceiro cartão. Precisamos encontrar um homem para a função. E recuperar a parte anímica.

Treinos x jogos

– Meus treinamentos são bons mesmo, sabe? Estudei bastante para isso. Trabalhar com gente de alto nível é difícil. Eu não sei, talvez a maior culpa seja minha por não conseguir fazer o time executar em campo o que eu quero. Eu posso garantir que no treino eles executam.

Ceará como o Fluminense

– Os times adversários aproveitam as poucas oportunidades que têm e convertem em gol. Significa que temos mais oportunidades que o adversário. É isso que tentamos. Ela entrar ou não é difícil responder o porquê. Time joga contra adversários fechados e isso é mais difícil. Em 2019 tudo convergiu para que isso acontecesse, até a presença de público. Temos tentado de tudo, mas infelizmente não vem dando certo e a responsabilidade é minha.

Silêncio de jogadores

– Hoje sim (senti isso), um primeiro tempo muito ruim e o silêncio existia. No segundo tempo o time teve atitude e reagiu. Foi pra cima o tempo todo do Ceará. Infelizmente o gol não saiu. Mas no primeiro tempo, realmente, o time foi muito calado em campo.

Dificuldade de se adaptar ao Flamengo

– A minha carreira também tem como lema “vencer, vencer, vencer”. Trabalhei por 25 anos num clube (São Paulo) que pensava em vencer. O Fortaleza também tem seu protagonismo em competições que disputa. Nós propusemos o jogo hoje e não conseguimos concluir as oportunidades em gol. Se não existissem oportunidades seria complexo, mas elas existiram. Se jogássemos os dois tempos com a postura do segundo, teríamos ganhado.

Por Redação do ge — Rio de Janeiro

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