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“E lá vêm eles de novo”, “virou passeio”.

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Colorado passeia diante do Olimpia e vence por 6 a 1 nesta quarta-feira, no Beira-Rio, na estreia de Taison

Análise: Inter mantém apetite e atropela com sua maior goleada na história da Libertadores

Estivesse Galvão Bueno na narração de Inter x Olimpia, nesta quarta-feira, no Beira-Rio, pela 3ª rodada do Grupo B da Libertadores, certamente ouviríamos um sonoro “E lá vêm eles de novo”, emendado em um “virou passeio”. Pois o Colorado não fez nada menos do que isso: atropelou os paraguaios com uma goleada por 6 a 1, a sua maior na história da competição continental.

A equipe de Miguel Ángel Ramírez, de fato, passeou em campo, impulsionada pela estreia de Taison. E o fez ao seu estilo, em seu modelo de jogo e com o apetite voraz desejado pelo treinador para buscar o gol até o fim. Mesmo com uma vantagem elástica a seu favor no marcador.

A goleada desta quarta-feira é a quarta nos últimos seis jogos com Ramírez. E é também o placar mais elástico da história do clube em 14 participações na Libertadores. O Colorado superou a goleada por 5 a 0 sobre o The Strongest, na edição de 2012.

E não é exagero dizer que o que era uma vitória maiúscula virou resultado histórico em 16 minutos, com quatro gols marcados. Foi o tempo entre o terceiro gol, marcado por Thiago Galhardo, e o sexto, de Caio Vidal – um golaço de bicicleta. Como diria Galvão: lá vêm eles de novo.

Inter marcou uma só vez no primeiro tempo, mas goleada desandou no segundo — Foto: Ricardo Duarte / Internacional

Inter marcou uma só vez no primeiro tempo, mas goleada desandou no segundo — Foto: Ricardo Duarte / Internacional

A maior goleada da história do Inter em Libertadores ocorreu na reestreia de Taison pelo clube após 11 anos. Não é uma coincidência. Com a 10 às costas, o atacante jogou como um verdadeiro camisa 10, ditou o ritmo da equipe e orquestrou as jogadas de ataque.

Taison atuou como meia pela esquerda, com a bola sempre passando por seus pés. Ele até deu algumas arrancadas que ainda residem na memória do torcedor de uma década atrás. Mas a bola ficava pouco com ele. Precisava de um, dois toques para fazer o jogo fluir. E o jogo fluiu.

> As maiores goleadas do Inter na Libertadores:

  • 05/05/2021 – Inter 6 x 1 Olimpia
  • 13/03/2012 – Inter 5 x 0 Strongest
  • 05/04/1989 – Inter 6 x 2 Peñarol
  • 27/04/1980 – Inter 4 x 0 Deportivo Táchira
  • 18/04/2006 – Inter 4 x 0 Maracaibo
  • 23/02/2011 – Inter 4 x 0 Jaguares-MEX
  • 16/04/2015 – Universidad de Chile 0 x 4 Inter
  • 27/04/2021 – Inter 4 x 0 Deportivo Táchira

O Olimpia até ensaiou uma pressão inicial, nada mais do que fogo de palha. O Inter logo se impôs para controlar o jogo. Conseguia progredir desde o campo de defesa e entrar na área para finalizar.

Faltava o gol. Que veio na principal arma da equipe de Miguel Ángel Ramírez: a bola parada. E com Rodinei. A exemplo do que ocorreu contra o Deportivo Táchira, o lateral cobrou escanteio na cabeça de Víctor Cuesta para abrir o placar.

Cuesta comemora primeiro gol da partida — Foto: Staff Images / Conmebol

Cuesta comemora primeiro gol da partida — Foto: Staff Images / Conmebol

O primeiro tempo virou apenas 1 a 0. O segundo gol veio cedo na segunda etapa, de pênalti, com Edenílson.

Dois gols na bola parada. Mas o Inter criava com a bola rolando, quase sempre pelos pés de Taison nos 72 minutos em que esteve em campo. A equipe conseguia criar vantagens com movimentação e troca de passes e entrava na área com facilidade para finalizar.

O segundo gol só serviu para desestabilizar – ainda mais – um já frágil Olimpia. A equipe paraguaia se abriu para tentar descontar. Até levou perigo, especialmente em um lance em que apertou a saída de bola colorada dentro da área. Mas a estratégia a fez se escancarar como presa fácil a um Inter faminto. E os gols vieram.

Galhardo ampliou aos 18, após jogada iniciada por Taison em que o centroavante fez o corta-luz para a bola chegar a Marcos Guilherme. O companheiro finalizou, e ele aproveitou o rebote.

Depois, Praxedes pifou Galhardo livre às costas da zaga, e o artilheiro encobriu o goleiro. Em seguida, Rodinei encontrou Marcos Guilherme também às costas da zaga, e ele serviu Yuri Alberto. Caio Vidal fechou a conta com o golaço da noite, de bicicleta.

Quatro gols em 16 minutos. Quatro gols com construção coletiva. Com apetite.

Em êxtase, Caio Vidal comemora golaço de bicicleta — Foto: Ricardo Duarte / Internacional

Em êxtase, Caio Vidal comemora golaço de bicicleta — Foto: Ricardo Duarte / InternacionalÀs vezes entram. Muitas vezes não. O volume é alto, mas é questão de sorte, estar no momento oportuno. Nos últimos jogos, pudemos converter. Converter não me preocupa tanto, mas que produzimos.— Miguel Ángel Ramírez

O Inter é o líder isolado do Grupo B da Libertadores, com seis pontos. O Colorado volta a campo pela competição na próxima terça-feira, às 19h15, quando enfrenta o Deportivo Táchira, na Venezuela, pela 4ª rodada da chave.

Antes, porém, a equipe enfrenta o Juventude às 19h do sábado, no Beira-Rio, pelo jogo da volta da semifinal do Gauchão. Após perder a ida por 1 a 0, o Inter precisa vencer por dois gols de diferença para avançar à final. Uma vitória por um gol leva a decisão aos pênaltis.

Por Eduardo Deconto — Porto Alegre

Globoesporte.globo.com

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