Esporte
Auxiliar lamenta derrota do Palmeiras em casa
Análise: Palmeiras decepciona em casa e de novo freia a empolgação do torcedor
Verdão não consegue manter regularidade e sofre derrota inesperada para o Cuiabá
O Palmeiras tinha o cenário todo a seu favor. Jogo em casa, contra um adversário que briga na parte de baixo da tabela, empolgação pela classificação para a semifinal da Libertadores sobre o São Paulo, chance de encostar no líder de novo do Brasileirão…
Mas aí aconteceu aquilo que o palmeirense tem se acostumado a ver nos últimos tempos (mesmo com os vários títulos conquistados). Quando você acha que o time vai enfim encontrar a regularidade e deslanchar, vem uma derrota por 2 a 0 para o Cuiabá para frear qualquer entusiasmo.
Vale ressaltar antes de tudo o excelente jogo feito pelo adversário, que soube abrir o placar logo no primeiro minuto de jogo, se defender muito bem, anular boa parte das jogadas ofensivas do Palmeiras e encontrar vários espaços no contra-ataque.
Depois do gol sofrido logo no início, o Palmeiras dominou a posse de bola e encurralou o adversário no campo de defesa. Mas sobraram passes sem objetividade e cruzamentos à área sem qualquer precisão. O time teve um gol anulado (Zé Rafael) e nada mais. O que era pra ser uma pressão mais pareceu uma bagunça e desorganização.
Mais uma vez o Verdão foi a campo com Dudu e Raphael Veiga um pouco mais recuados na armação, com Wesley aberto e Rony de “centroavante”. Entre aspas mesmo, já que ficou evidente no primeiro tempo que não dava para jogar tanta bola na área (foram mais de 50 cruzamentos o jogo todo) com o camisa 7 como referência.
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Deyverson em lance de Palmeiras x Ceará — Foto: Cesar Greco / Ag Palmeiras
O que deu muito certo contra o São Paulo, na terça, não se repetiu neste domingo. Aí o time voltou com quatro mudanças do intervalo, entre elas Deyverson na área para a bola aérea, e Gabriel Menino, que tem qualidade nos cruzamentos, para melhorar esse quesito.
O Palmeiras melhorou, ficou mais organizado e passou a pressionar de verdade. Aí entrou um outro problema. Não basta criar, é preciso transformar as chances em gol. E foi um caminhão de gols perdidos.
Deyverson perdeu três praticamente na pequena área. Além dessas, foram várias outras oportunidades desperdiçadas. O goleiro Walter saiu como o melhor em campo com ótimas defesas, parando o ataque dos donos da casa.
Há partidas em que tantas chances perdidas, volume de jogo e criação de jogadas, mesmo com derrotas, trazem esperança e uma perspectiva boa nas equipes. Não foi o caso do Palmeiras. Não só pela obrigação de ganhar, mas pela bagunça que o time foi em vários momentos.
Aliás, o torcedor deve ter tido um “déjà vu” ao ver Dudu aberto na direita (foi deslocado para lá em parte do primeiro tempo), partindo pra cima em todas as bolas e sendo a única opção de perigo, e Deyverson perdendo gols feitos na cara do goleiro. O palmeirense se acostumou a ver isso anos atrás.
É difícil explicar o que acontece com o Palmeiras nos últimos tempos quando o assunto é regularidade. Quando todo mundo pensa o famoso “agora vai”, o próprio time joga um balde de água fria no seu torcedor com derrotas e jogos ruins, às vezes até em sequência.
Weverton pega a bola após o segundo gol do Cuiabá contra o Palmeiras — Foto: Marcos Ribolli
Como em tudo tem um lado bom, esse mesmo time já mostrou várias vezes que, da mesma maneira que cai, também se recupera facilmente quando está em baixa. Dos últimos 12 pontos disputados no Brasileirão, a equipe ganhou apenas um. Serão mais quatro jogos na competição antes de iniciar a semifinal da Libertadores contra o Atlético-MG.
É a chance que o Verdão tem de dar a volta por cima e mostrar que vai brigar pelo título do Brasileirão até o fim. Caso contrário, é melhor apostar todas as fichas na Libertadores, competição na qual a regularidade fica em segundo plano.
Por Fabricio Crepaldi — São Paulo
Ge.globo.com