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A Seleção de Tite nunca deixou dúvidas de que se classificaria para a Copa do Catar

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Análise: Seleção faz Eliminatórias parecerem mais fáceis do que são e tem um ano para ajustes até Copa

Brasil tem dificuldades para furar bloqueio da Colômbia, mas melhora no segundo tempo após mexidas e vence mais uma; equipe de Tite fará pelo menos mais dez jogos até o Mundial

A Seleção de Tite nunca deixou dúvidas de que se classificaria para a Copa do Catar e fez as Eliminatórias parecerem mais fáceis do que realmente são. A questão não era se a vaga para o Mundial de 2022 seria conquistada, mas quando e em que condições isso aconteceria.

A definição veio com a vitória por 1 a 0 sobre a Colômbia, nesta quinta, quando o passaporte foi carimbado de forma precoce, com seis jogos ainda a realizar (contando a partida suspensa contra a Argentina) e com a Seleção apresentando uma identidade definida, mas que ainda precisa de ajustes finos para conquistar o hexa.

O duelo na Neo Química Arena pode não ter sido dos mais empolgantes, como havia sido o último, contra o Uruguai, por exemplo. Mas novamente a Seleção mostrou solidez defensiva (não foi vazada em 68% dos jogos com Tite), combatividade e repertório tático, embora essa última virtude muitas vezes seja ignorada por parte do público e da crítica.

Em certa medida, foi graças à capacidade de variação que o Brasil conseguiu acuar a Colômbia em seu campo no segundo tempo e chegar ao gol da vitória.

Jogadores titulares da seleção brasileira contra a Colômbia — Foto: Lucas Figueiredo / CBF

Jogadores titulares da seleção brasileira contra a Colômbia — Foto: Lucas Figueiredo / CBF

Como já havia acontecido na também magra vitória sobre a Venezuela, no ano passado, Tite sacou um volante (Fred) no intervalo e colocou Lucas Paquetá no meio de campo, abrindo espaço para Vini Júnior entrar na ponta esquerda.

Jogando colado à linha lateral (assim como Raphinha e depois Antony, do lado oposto), o atacante do Real Madrid ajudou a abrir a defesa colombiana, algo que aconteceu raras vezes no primeiro tempo.

Postados no 4-5-1 quando se defendiam, os visitantes criaram muitas dificuldades para o Brasil nos primeiros 45 minutos. Faltava aos donos da casa acelerar um pouco mais o jogo, trocar passes de primeira para tentar desmontar o bloqueio rival. Numa das raras vezes em que isso aconteceu, a bola saiu da esquerda para a direita, Raphinha serviu Danilo e o lateral-direito acertou a trave de Ospina, aos 35.

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A Seleção também levou perigo em cabeçada de Marquinhos no último lance da etapa inicial, mas a Colômbia parecia mais incisiva, como nas chances criadas com Zapata e Luís Diaz. Picotado por faltas, o jogo era bastante equilibrado.

Já no segundo tempo o que se viu foi um Brasil dominante, com 62% de posse de bola e que finalizou oito vezes e só permitiu um chute do adversário. A pressão na retomada de bola no campo de ataque funcionou melhor e foi assim, forçando um erro na saída da Colômbia, que o gol da vitória foi construído.

Além da mudança de posição de Paquetá, as entradas de Antony e Matheus Cunha também ajudaram a melhorar o time.

Tite, técnico da seleção brasileira, em partida contra a Colômbia — Foto: Lucas Figueiredo / CBF

Tite, técnico da seleção brasileira, em partida contra a Colômbia — Foto: Lucas Figueiredo / CBF

Como Tite previa, Raphinha oscilou e não conseguiu manter o nível de atuação dos três primeiros jogos com a amarelinha – algo natural para um jogador de 24 anos, recém-chegado à Seleção.

O que não é tão normal é a dificuldade de fazer Gabriel Jesus render pelo Brasil o mesmo que no Manchester City. Já são 16 jogos sem marcar, parte deles também sem jogar bem. A disputa na frente está aberta e é um dos desafios para Tite solucionar neste ano que terá pela frente até a Copa.

A vaga ocupada atualmente por Fred também parece incerta. O jogador do Manchester United ainda precisa manter maior regularidade com a amarelinha e peca ao não chegar tanto na área adversária e finalizar pouco a gol.

Até o Mundial do Catar o Brasil fará pelo menos mais dez jogos. Serão cinco das Eliminatórias (ou seis, caso haja o duelo contra a Argentina) e mais cinco amistosos, três em junho e dois em setembro.

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A Seleção encanta menos do que quando garantiu a vaga no Mundial da Rússia, em 2017. Porém, neste ciclo há um leque maior de jogadores observados e de alternativas táticas utilizadas. Também é preciso lembrar que a Copa acontece em menos de um mês e que a fase vivida pelos jogadores é determinante para o título, assim como uma série de outros fatores incontroláveis (como o sorteio das chaves, que será realizado em abril).

Se é difícil prever o que virá pela frente, há que se reconhecer o que foi feito até aqui. Apesar de algumas partidas desinteressantes (comprometidas também por gramados ruins e arquibancadas vazias), a campanha brasileira é fantástica.

Aos que menosprezam a força dos outros sul-americanos, vale recordar que o Brasil era o sexto das Eliminatórias quando Tite assumiu, em 2016, e que as classificações para as Copas de 1994 e 2002 só foram obtidas na última rodada. É inegável a obrigação de se classificar, mas não de forma invicta ou com apenas 12 jogos, como agora.

Ainda há muito pela frente, mas fato é que o Brasil irá ao Catar. E, sim, como um dos favoritos.

Por Bruno Cassucci — São Paulo

Ge.globo.com

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