Politica
Presidente Lula da Silva cumprimenta o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira Ricardo Stuckert/PR
Petrobras: ‘Só não estou mais entrosado com o Lula do que a Janja’, diz Alexandre Silveira
Atacado pelas indicações que fez ao conselho da Petrobras, ministro de Minas e Energia diz que a lista de nomes foi aprovada pelo presidente da República
Alvo de fritura por parte de lideranças do PT, o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, diz que que não há disputa política no governo e nem divergência entre ele e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação às indicações para o conselho da Petrobras.
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“Tudo isso é especulação. Eu só não estou mais entrosado com o Lula do que a Janja”, disse ele ontem, reagindo a um dia de muita tensão no eixo Brasília-Rio de Janeiro, onde fica a sede da Petrobras.
Desde que aterrissou na companhia, na segunda-feira (27), a lista de oito indicados para o conselho foi atacada no petismo. Interlocutores de Lula no partido e em seu entorno passaram a dizer que Silveira incluiu no grupo pessoas que não teriam sido aprovadas por Lula. Um político chegou inclusive a difundir a versão de que houve “trairagem” de Silveira com o presidente da República.
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A tensão aumentou depois que o Planalto mandou trocar um dos indicados, o engenheiro da Petrobras e ex-secretário de Energia do Rio de Janeiro Wagner Victer, pelo economista Bruno Moretti, da Unicamp e do PT. Além disso, o governo pediu à Petrobras para adiar a data da assembleia de acionistas, que estava prevista para o dia 7 de abril, porque cogitava trocar mais pessoas.
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Silveira, porém, afirma que todos os nomes foram decididos em comum acordo, em uma reunião em que estavam Lula, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
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Segundo ele, todos os nomes, incluindo seus três indicados, foram aprovados nessa reunião. São eles Vitor Saback, presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), e Pietro Mendes, egresso do Ministério de Minas e Energia no governo Bolsonaro – que, com o usineiro Carlos Turchetto, foram prontamente apelidados no governo de “núcleo bolsonarista” da Petrobras. Para outros aliados, seriam indicações do Centrão.
Ecoando essa insatisfação, a própria presidente do PT deu uma entrevista do portal Metrópoles afirmando que Silveira “não pode colocar um conselheiro que seja contra o que o presidente falou na campanha. Estelionato eleitoral não pode, não”, disse Gleisi Hoffmann. “Isso vai ser um problema do ministro”.
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Silveira, porém, diz que seus indicados não são bolsonaristas, e afirma que nenhum deles será trocado por razões políticas. “Essas foram as escolhas do governo, não tem porque trocar ninguém. A menos, é claro, que o comitê de elegibilidade ou o sistema de checagem aponte algum impedimento”.
Para tentar acalmar o ambiente, na tarde de quinta-feira o próprio ministro da Comunicação Social, Paulo Pimenta, deu uma entrevista só para dizer que Silveira “tem total respaldo do presidente Lula” e que todas as indicações foram aprovadas também por Jean Paul Prates e Rui Costa.
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As declarações que o ministro me deu na tarde de ontem foram na mesma toada. “Eu e Lula estamos no amor, e no dia em que não estiver eu vou voltar pra casa, porque ele é o presidente, ele ganhou as eleições”, afirmou. “Alguém tem que pôr um basta em tanta mentira e especulação.”
Agora só falta combinar com os russos – ou melhor, com os próprios petistas.
Por Malu Gaspar
OGlobo.globo.com