Esporte
Tite em entrevista coletiva na Seleção
Da “treinabilidade” ao “rec 5”: no dia da apresentação de Tite no Flamengo, entenda o “titês”
ge resgata (e explica) termos já usados pelo técnico em entrevistas coletivas ao longo da carreira
A extensa carreira de Tite é marcada por grandes títulos e admiração de jogadores. E também por curiosas expressões usadas em entrevistas coletivas, algumas que sequer existem entre as mais de 430 mil palavras da língua portuguesa (o famoso “neologismo”).
+ Movido a fé: por tradição familiar, Tite ganha terço rubro-negro antes de estreia no Flamengo
RGestão de grupo e títulos: as missões de Tite no FlamengoMais uma para vocês botarem no ‘titês'”— Tite, durante coletiva pela Seleção em 2021
No tão esperado dia da apresentação do técnico no Flamengo (o ge e o sportv transmitem ao vivo às 14h30 desta segunda-feira), resgatamos (e explicamos) alguns termos do “titês”, apelido dado pelas redes sociais ao vocabulário do treinador e que ganhou força em sua passagem na seleção brasileira. Veja abaixo:
Treinabilidade
Junção das palavras “treinamento” e “habilidade”. É a capacidade dos jogadores de assimilarem as orientações e conseguirem executá-las no dia a dia dos treinos.
Externos desequilibrantes
São os famosos pontas, jogadores rápidos e agudos, que conseguem romper as linhas do adversário pelas laterais. Os mais velhos vão se lembrar do bordão do Jô Soares na televisão nos anos 80: “Bota o ponta, Telê”. São os mesmos pontas, só que hoje em dia eles voltam o campo todo para marcar, acompanham laterais e precisam apoiar o ataque.
Jogador terminal
Nada mais é que o conhecido “homem gol”. Aqueles jogadores especialistas nas finalizações e responsáveis por concluir as jogadas (na maioria das vezes é o centroavante).
Jogador híbrido
São aqueles jogadores que podem jogar de diferentes formas dentro da sua posição. Exemplo: um ponta pode ser agudo, que busca o gol ou assistência, ou pode ser um articulador que procura construções por tabelas (não confundir com polivalente, que seria atuar em mais de uma posição).
Jogador ritmista
É aquele que dá o ritmo que o jogo pede ao time. Geralmente são os meias, que armam as jogadas.
Tite em entrevista coletiva na Seleção — Foto: Edgard Maciel de Sá
Arco e flecha
É o jogador que tem tanto a capacidade para construir quanto para finalizar as jogadas.
Lateral construtor
São aqueles com capacidade de jogarem mais pelo meio e construírem jogadas por dentro do campo.
Jogo apoiado
É o estilo de jogo com aproximação de jogadores para troca de passes na fase ofensiva, ou seja, as linhas se movimentam de forma compacta. A ideia é o portador da bola ter sempre uma opção de passe por perto.
Último terço
Imagine o campo dividido em três partes: defesa, meio e ataque. O último terço equivale ao setor ofensivo e é localizado mais ou menos entre a intermediária e a linha de fundo.
Rec 5
É a pressão que os jogadores devem fazer sobre o adversário para recuperar uma bola perdida no campo de ataque. A ideia é conseguir dentro de cinco segundos para evitar um contra-ataque.
Zona 14
Imagine o campo dividido em 18 partes (ou zonas). A 14ª é a que fica na entrada da área e é de onde estudos consideram que surgem as jogadas mais perigosas.
Campo dividido em 18 zonas — Foto: Reprodução
Performar
Nada mais é do que o time ou o jogador conseguir ter uma boa performance (atuação) na partida.
Oportunizar
Dar oportunidade a jogadores que não vem sendo usados, de forma a possibilitar que eles consigam render dentro de uma equipe organizada.
Complacência
Termo usado como forma de dar um “voto de confiança” a um jogador que não vive uma boa fase (o popular “tem crédito”).
A primeira semana
Do anúncio até a coletiva foram sete dias, sendo cinco já vividos intensamente no CT. A chegada de Tite tomou conta da programação rubro-negra na última semana. Treinos terça, quarta, quinta, sexta e sábado até a folga de domingo e a reapresentação nesta segunda.
O primeiro dia trouxe um choque de realidade em relação às comissões que passaram recentemente no clube. O cumprimento individual a cada funcionário do Ninho chamou atenção já nas primeiras horas, e a reunião feita ainda na terça recuperou o trato “olho no olho”, tão incomum nos últimos meses.
Tite buscou o diálogo em sua primeira semana no Flamengo — Foto: Marcelo Cortes / CRF
Tite escolheu se ambientar com o novo local de trabalho e com os novos companheiros de clube antes de falar com a imprensa (por isso a coletiva foi marcada para a sua segunda semana). O Rubro-Negro não se opôs e respeitou o momento do treinador.
O comandante se apresentou mais observador nos primeiros treinos até se tornar de fato participativo nas atividades. As conversas individuais com os atletas tem ganhado espaço neste primeiro momento. O processo tem sido comum e o objetivo é fortalecer as relações.
Por Redação do ge — Rio de Janeiro