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Centenas de integrantes do Hezbollah ficam feridos no Líbano com explosão de pagers

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Governo libanês e o Hezbollah acusam Israel, que ainda não se pronunciou. Famosos no Brasil na década de 1990, pagers passaram a ser usados pelo Hezbollah por medo de que Israel rastreasse celulares.

Explosões em sequência de pagers de integrantes do Hezbollah matam 9 e ferem 2.750 no Líbano; VÍDEO

Uma explosão em sequência de pagers — dispositivos de recebimento de mensagens anteriores ao celular — matou nove pessoas e deixou 2.750 ficaram feridas nesta terça-feira (17) no Líbano. Câmeras de segurança registraram algumas das explosões. Os vídeos podem ser vistos acima.

Os aparelhos que explodiram eram usados por membros do grupo extremista Hezbollah. O Hezbollah e o governo do Líbano acusaram Israel de uma ação coordenada. O governo israelense ainda não havia se manifestado até a última atualização desta reportagem.

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Os pagers foram um meio de comunicação móvel desenvolvido nas décadas de 1950 e 1960 que se popularizou durante as décadas de 1980 e 1990, antes do crescimento do uso de celulares. No Brasil, eles ficaram conhecidos como “bipes”.

Para se comunicar com alguém, a pessoa precisava ligar para uma central telefônica e informar a um atendente para qual número ela gostaria de enviar uma mensagem —o conteúdo deveria ser curto.

No caso desta terça no Líbano, há a suspeita de que os dispositivos tenham sido hackeados(leia mais abaixo). O Hezbollah disse que estava apurando as circunstâncias das explosões.

Os pagers foram detonados em um intervalo de pouco mais de uma hora. Imagens das câmeras de segurança de um supermercado em Beirute registraram o momento de duas dessas explosões: uma de um homem que pagava suas compras no caixa e outra perto de uma bancada de frutas (veja no vídeo acima).

  • SEM GPS: Hezbollah usa aparelho da década de 1990 para fugir de rastreamento de Israel
  • TECNOLOGIA: O que são os pagers, dispositivos que explodiram no Líbano

Entre os mortos, estão uma menina e dois integrantes do Hezbollah, segundo o grupo extremista.

De acordo com a rede de televisão Al Jazeera, os pagers foram invadidos e hackeados. Esses dispositivos passaram a ser usados depois que o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, pediu a seus combatentes, especialmente os que estão na linha de frente na fronteira sul do Líbano com Israel, que parassem de usar smartphones, porque o país vizinho teria tecnologia para se infiltrar nos aparelhos.

Após as explosões desta terça, o governo libanês pediu que todos os cidadãos que possuem pagers joguem os dispositivos fora imediatamente, segundo a agência de notícias estatal do Irã Irna.

Momento de explosão de pager em caixa de supermercado — Foto: Telegram/Reprodução

Mais de 50 ambulâncias e 300 equipes médicas

A Cruz Vermelha Libanesa diz que mais de 50 ambulâncias e 300 equipes médicas de emergência foram enviadas para ajudar na evacuação das vítimas.

O embaixador do Irã no Líbano, Mojtaba Amani, foi um dos feridos pela explosão de um pager. A informação foi confirmada pela embaixada, que informou que ele ficou levemente ferido, mas está consciente e não está em estado grave.

Um representante do Hezbollah, que falou à agência de notícias Reuters sob condição de anonimato, afirmou que a detonação dos pagers foi a “maior falha de segurança” a que o grupo foi submetido em quase um ano de guerra com Israel.

Ramy Khoury, da Universidade Americana de Beirute, acredita que o evento foi “o mais perigoso” para o Hezbollah nos últimos anos.

“Isso é altamente incomum e realmente preocupante para o Hezbollah e todos os seus aliados no Eixo da Resistência, porque significa que os israelenses têm capacidades, inteligência e ataques dessa natureza muito além do que as pessoas supunham”, ressaltou à Al Jazeera.

Homem mostra como ficou pager após explosão — Foto: Telegram/Reprodução

Homem mostra como ficou pager após explosão — Foto: Telegram/Reprodução

Conflitos entre Israel e Hezbollah se intensificaram

Os conflitos entre o Hezbollah e Israel se intensificaram com o início da guerra em Gaza, após os ataques do Hamas ao território israelense, no dia 7 de outubro do ano passado.

Aliado do grupo terrorista da Faixa de Gaza, o grupo libanês disparou mísseis contra o norte de Israel e, desde então, os dois países têm trocado ataques constantes. Milhares de pessoas tiveram que ser deslocadas de cidades e vilas de ambos os lados da fronteira devido às hostilidades.

A situação piorou após a morte do chefe do Hamas Ismail Hanyieh e também do comandante do Hezbollah Fuad Shukr em Beirute, quando o Irã e os dois aliados prometeram vingança contra o governo israelense.

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  • Israel ameaça Hezbollah com ‘guerra total’ no Líbano
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Pager (bipe) usado no Brasil na década de 1990 — Foto: Wikimedia Commons

Pager (bipe) usado no Brasil na década de 1990 — Foto: Wikimedia Commons

Por G1

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