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O texto final da LDO obriga o Executivo a mirar o centro da meta fiscal

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LDO aprovada na CMO: “Compromisso assumido e entregue”, dispara Júlio Arcoverde

A Comissão Mista de Orçamento (CMO), sob a presidência do deputado Júlio Arcoverde (Progressistas/PI), aprovou na noite desta terça-feira (17) o relatório final do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025 (PLN 3/24). “Mais um compromisso assumido e entregue”, ressaltou o Presidente Arcoverde, que prioriza agora, a busca de um acordo que viabilize a aprovação do Orçamento (PLN 26/ 24) amanhã na CMO.

O texto final da LDO obriga o Executivo a mirar o centro da meta fiscal, ou déficit zero, que é o equilíbrio entre receitas e despesas. “É fundamental que o Governo Federal se esforce em cumprir à risca essa determinação que acabamos de aprovar, para que possamos retomar o crescimento econômico e garantir controle da inflação e geração de novos empregos e aumento da renda das pessoas”, afirmou Júlio Arcoverde.

Até agora, para a meta fiscal, o governo vem trabalhando com uma margem de tolerância prevista no arcabouço fiscal, de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB). Para 2025, isso significa um déficit de até R$ 30,9 bilhões. A LDO fixa regras para a elaboração e a execução dos orçamentos anuais. O relatório, do senador Confúcio Moura (MDB/RO), só admite que o governo use essa margem após a avaliação de receitas e despesas do quinto bimestre. Ou seja, a partir de novembro de 2025.

Ainda de acordo com o texto aprovado hoje pela CMO, e a complementação de voto, os contingenciamentos orçamentários somente serão feitos após as avaliações bimestrais quando o governo perceber que a meta de resultado fiscal estará sob risco. A LDO lista 71 despesas que não são passíveis de contingenciamento como o Fundo de Manutenção da Educação Básica (Fundeb) e o Fundo Partidário. O relator incluiu mais 16 tipos, como a implantação do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras, a defesa agropecuária e a prevenção e mitigação de desastres naturais.

Também foi aprovado pela CMO um anexo de metas e prioridades a partir de sugestões de deputados e senadores. Esse anexo, juntamente com os programas previstos no Plano Plurianual 2024-2027, irá orientar a elaboração de emendas de bancadas estaduais ao Orçamento. Ao todo, foram apresentadas 335 emendas para o anexo. O relator aprovou 255, resultando em 55 programas e 95 ações.

O relatório da LDO prevê ainda mudanças nas seguintes áreas:

– Fundo Partidário: O relator incorporou duas mensagens do Executivo para modificar o texto. Uma que reajusta o Fundo Partidário na mesma proporção que as demais despesas da Justiça Eleitoral e outra que propõe novos critérios para transição de empresas estatais do orçamento geral para o orçamento de investimento.

– Transferências: Nas transferências para municípios, não serão vedados repasses para municípios com população inferior a 65 mil habitantes que estejam inadimplentes.

– Saúde: Foi ampliada a possibilidade de atendimento de entidades sem fins lucrativos prestadoras de serviços de saúde para permitir a realização de obras físicas.

– Emendas de transferência especial ou “emendas pix”: São emendas parlamentares individuais ao Orçamento. O relatório determina que seja informado previamente o plano de trabalho, com objeto e valor do repasse.

A falta do plano pode implicar a suspensão da execução da emenda.

– Prioridade: Os autores das emendas parlamentares devem indicar a ordem de prioridade para a sua execução.

– Compensação: Dispensa a apresentação de medidas de compensação para as proposições legislativas que aumentem a despesa ou criem renúncia de receita em valor inferior a um milésimo por cento da receita corrente líquida realizada em 2024. Isso deve corresponder a cerca de R$ 13 milhões.

– Sustentabilidade: A política de aplicação dos recursos da Finep deverá privilegiar projetos de redução do impacto ambiental nos biomas amazônico, cerrado e pantanal; resiliência climática das cidades e das atividades econômicas; descarbonização e transição energética.

O Banco da Amazônia deverá apoiar projetos de adaptação às mudanças climáticas em qualquer área econômica.

– Ensino superior: Cria programação específica para incluir as transferências de recursos para Instituições Comunitárias de Educação. Retira universidades federais da lista de despesas sujeitas ao contingenciamento.

– Altas Habilidades: Cria categorias de programação específicas para despesas com centros especializados no atendimento integral de pessoas com transtorno do espectro autista e com apoio à educação de pessoas com altas habilidades.

– Rodovias municipais: Abre a possibilidade de destinar recursos federais para a construção e a manutenção de rodovias estaduais e municipais destinadas à integração de modais de transporte ou ao escoamento produtivo; e para a malha hidroviária brasileira, utilizada para o transporte de carga e pessoas.

– Moradia: Permite que recursos do Programa Moradia Digna sejam alocados para operações conjuntas com Parcerias Público-Privadas (PPP) na área de habitação.

Da Redação

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