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A classe política já começou a se mexer e a mudar a estratégia jurídica perante o (STF)
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Medo de Fachin faz Cabral desistir de pedido contra Sergio Moro no STF
Relator da Lava-Jato assumiu temporariamente o comando de casos espinhosos que estavam no gabinete de Ricardo Lewandowski
A classe política já começou a se mexer e a mudar a estratégia jurídica perante o Supremo Tribunal Federal (STF) após o relator da Lava-Jato, ministro Edson Fachin, assumir temporariamente uma das ações mais espinhosas do acervo de Ricardo Lewandowski – a que trata do vazamento de mensagens do ex-juiz federal Sergio Moro e de procuradores que atuaram na força-tarefa da operação, no caso conhecido como Vaza-Jato.
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Conforme antecipou a coluna, políticos de diferentes matizes ficaram apavorados com Fachin ter assumido temporariamente o comando do caso envolvendo a Operação Spoofing.
A operação marcou o declínio da Lava-Jato, com a divulgação de diálogos obtidos após a invasão de celulares de autoridades, como Moro e Dallagnol, então coordenador da força-tarefa da operação em Curitiba.
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Em depoimento à Justiça Federal em 2021, Moro afirmou que “os ataques e as supostas mensagens roubadas foram utilizadas com sensacionalismo para frear o combate à corrupção e anular condenações de corruptores e corruptos”.
Saiba de qual presidente foi a indicação de cada ministro do STF
![Indicado 'terrivelmente evangélico' de Bolsonaro, André Mendonça é o segundo ministro do STF indicado por ele. O advogado é pastor presbiteriano — Foto: Divulgação](https://s2.glbimg.com/7kOQFBqZMHWwsb9W50tRN0XDVQM=/0x0:1265x760/648x248/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/6/i/O1abamSf2yu1QFTU5G0g/bolsonaro-mendonca-abraco.jpg)
![O desembargador Kassio Nunes Marques também foi indicado por Bolsonaro e ocupa a vaga deixada por Celso de Mello — Foto: Divulgação](https://s2.glbimg.com/LMSRMRz8TnNL7l1K1axAp2Jsk_k=/0x0:1265x760/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/F/z/mHBOjcSCeAW9YabPWPvQ/o-desembargador-kassio-nunes-marquesdivulgacao.jpg)
![Alexandre Moraes foi indicado por Michel Temer depois da morte de Teori Zavascki, vítima de um acidente aéreo ocorrido em 2017 — Foto: Ailton de Freitas / Agência O Globo](https://s2.glbimg.com/PAjJqM7IrDanLcJ4mWet54anpYw=/0x0:1265x760/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/l/d/racIs4Suu0bb1TwTd4HQ/65903252-brasil-brasilia-bsb-df-22-03-2017posse-alexandre-moraestomou-posse-nesta-quarta-feira.jpg)
Tribunal é formado por 11 magistrados
Três horas depois de o sistema eletrônico do STF informar o encaminhamento do processo para o gabinete de Fachin, a defesa de Sérgio Cabral acionou o Supremo, com um pedido de desistência da análise de um pedido para suspender uma ação penal da Lava-Jato contra o ex-governador do Rio de Janeiro.
Um dos principais pontos alegados é o de que Sergio Moro, hoje senador pelo Paraná, foi parcial na condução do processo quando atuou na 13ª Vara Federal de Curitiba.
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Para os advogados de Cabral, os diálogos revelados pela Spoofing mostram que a mesma estratégia que teria sido adotada pela Lava-Jato contra Lula foi colocada em prática contra Cabral, o que justificaria trancar a investigação do ex-governador.
No entanto, logo após a ação envolvendo a Spoofing ter sido encaminhada para o gabinete de Fachin, a defesa de Cabral informou ao Supremo a desistência do pedido de suspender a ação penal – um pedido que ela mesma havia reiterado na semana passada.
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“Sergio de Oliveira Cabral dos Santos Filho, nos autos da Reclamação Constitucional em epígrafe vem, por seus advogados, respeitosamente, à presença de V.Exa., desistir do pleito de reiteração do pedido de análise de habeas de ofício”, diz a petição da defesa do ex-governador, protocolada no STF três horas após o caso da Spoofing ser redirecionado do gabinete de Lewandowski, já aposentado, para Fachin.
Os 17 anos de Ricardo Lewandowski no STF
![Ricardo Lewandowski tomou posse em sessão solene realizada na tarde de 16 de março de 2006, no Plenário da Corte. Na foto, presidente do Supremo cumprimenta o ministro — Foto: Divulgação/STF](https://s2.glbimg.com/t4BOAOwnFap9OvzD5VUOf9s1LJo=/55x0:1772x1181/648x248/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/W/s/1jNzRbQZmKHCdNIt5qxw/102683211-16-03-2006-o-novo-ministro-do-supremo-tribunal-federal-ricardo-lewandowski-tomou-posse-em.jpg)
![Lewandowski tomou posse na Corte em 2006, na vaga de Carlos Velloso. Antes, atuava como Desembargador do Tribunal de Justiça paulista, de 1997 até assumir no STF — Foto: Divulgação/STF](https://s2.glbimg.com/MkNGH5ukvkz72LDX8tHWTUMiqkg=/0x0:1772x1181/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/8/m/bg5Ay0TvGjA3PmjuUp9Q/102683209-16-03-2006-o-novo-ministro-do-supremo-tribunal-federal-ricardo-lewandowski-tomou-posse-em.jpg)
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![Em 2006, o novo ministro foi indicado pelo então presidente Lula em seu primeiro mandato. Lewandowski com a família no dia da posse, em 2006 — Foto: Divulgação/STF](https://s2.glbimg.com/k7VCiXzVQcuLW8ujb2Cr8OpUKRw=/0x0:1772x1181/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/D/d/FNQQ4SQUi4h2Ohx966GA/102683197-16-03-2006-o-novo-ministro-do-supremo-tribunal-federal-ricardo-lewandowski-tomou-posse-em.jpg)
Durante quase duas décadas na Corte, o ministroviveu episódios marcantes na carreira. Ao se aposentar do cargo, em abril de 2023, afirmou que a declaração que gerou a ação contra a cúpula do PT, em 2007, com condenação da maioria dos réus, foi o momento mais difícil da trajetória profissional
Fachin virou uma espécie de relator interino por conta do critério de antiguidade na Segunda Turma, colegiado do qual Lewandowski fazia parte. O regimento do STF prevê a substituição da relatoria pelo “ministro imediato em antiguidade”. Depois de Lewandowski, é Fachin quem está há mais tempo no colegiado.
Com a mudança, Fachin vai analisar questões urgentes, como pedidos de medida liminar, pelo menos até que o sucessor de Lewandowski seja definido pelo presidente Lula, aprovado pelo Senado e empossado.
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Só nesse processo já houve 62 pedidos de extensão – quando alguns investigados pedem para ser beneficiados por entendimentos que já favoreceram outros réus no mesmo caso.
No bojo da Spoofing, Lewandowski trancou ações penais contra Lula, Geraldo Alckmin, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), o deputado Pedro Paulo Teixeira (PSD-RJ), o ex-ministro Paulo Bernardo e uma série de outros políticos, por entender que as provas entregues pela Odebrecht não teriam valor legal para mover as acusações.
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Fachin, por outro lado, tomou uma série de decisões que contrariaram os interesses da classe política.
Ele e Lewandowski colidiram frontalmente em julgamentos cruciais da Lava-Jato no STF, como o da suspeição de Moro ao condenar Lula na ação do triplex do Guarujá.
Procurada pela equipe da coluna, a defesa de Cabral não se manifestou.
Por Rafael Moraes Moura — Brasília
Malu Gaspar