Esporte
A equipe de R. Gaúcho voltou a apresentar a carência diante da falta de Everton e Arrascaeta.
Análise: carente na criação e mal na saída de bola, Flamengo perde repertório e pontos em Bragança
Arrascaeta e Ribeiro fazem ainda mais falta em noite onde time teve dificuldade para encontrar espaços e reter a bola diante de um Bragantino que não deu trégua nas ações ofensivas
Muitos desfalques, alguns jogadores em noite ruim, e um empate justo na conta.
Não tem como fugir da narrativa até óbvia do que aconteceu em Bragança Paulista. Sem sete titulares, o Flamengo precisava dos substitutos no mais alto nível para vencer o bom Bragantino. Não foi o que aconteceu, e o 1 a 1 ficou de bom tamanho para a partida, não para a tabela.
Renato Gaúcho comanda o Flamengo contra o Bragantino — Foto: Alexandre Vidal / CRF
O tropeço do Atlético-MG para a lanterna Chapecoense dá contornos ainda mais decepcionantes ao placar. Mas diante das dificuldades impostas pela data Fifa e por um rival que também estará em Montevidéu para um final continental, os dois pontos que ficaram no interior paulista estão dentro do pacote aceitável na matemática rubro-negra.
A equipe de Renato Gaúcho voltou a apresentar a carência diante da falta dos quase insubstituíveis Everton Ribeiro e Arrascaeta. Some isso a um problema evidente na saída de bola com a ausência de Filipe Luís e atuações ruins de Léo Pereira e Thiago Maia. A reação em cadeia contaminou ainda a performance de Andreas.
Mais avançado de início, o belga se viu obrigado a recuar para auxiliar Willian Arão na saída de bola e demorou para encontrar seu espaço no meio. Vitinho acabou ficando responsável pela criação e ainda conseguiu tirar coelhos da cartola.
Foi dos pés do camisa 11 que o Flamengo criou as melhores chances do primeiro tempo. Vitinho encontrou Matheuzinho que cruzou para Pedro perder na pequena área. Logo depois, desarmou Cuello e serviu o próprio Pedro para abrir o placar.
Pedro e Vitinho comemoram o gol contra o Bragantino — Foto: Diogo Reis/AGIF
O Bragantino, por sua vez, mantinha o apetite ofensivo, quase sempre com Artur pela direita. Renê passou quase todo jogo correndo atrás do atacante, o que justifica a ausência de Filipe Luís, já aos 36 anos e ainda com dores na panturrilha.
O time da casa conseguiu acuar o Flamengo na volta do intervalo, até que um passe errado de Matheuzinho na saída de bola abriu caminho para o empate. Artur acertou um chutaço sem chance para Gabriel Batista.
O Flamengo até se lançou ao ataque, mas a estratégia de Renato não deu certo. Tirou Andreas e Vitinho, empilhou atacantes com Kenedy e Michael, e o time pouco criou.
Pelas circunstâncias, o 1 a 1 foi justo. Fica o desafio agora para o Flamengo das datas Fifa demonstrar força sábado, diante do Fortaleza, no Castelão.
Por Cahê Mota — Rio de Janeiro
Ge.globo.com