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A força da “MULHER”. Defensora Pública Hildeth Evangelista, candidata à vaga do quinto constitucional do TJ do Piauí
Sou movida por desafios e compromissos, tanto na minha vida pessoal, como na minha atuação profissional diária.
A escolha do(a) novo(a) desembargador(a) pelo ‘Quinto Constitucional’ tem base no Art. 94 da Constituição Federal. O processo é destinado para o preenchimento de uma vaga em aberto no quadro de Desembargadores do TJ-PI, em decorrência da aposentadoria compulsória do Desembargador L. G. Brandão de Carvalho.
Entrevista: Dra. Hildeth Evangelista para preenchimento da vaga de desembargador do (TJPI) pelo 5º Constitucional.
- – Fale um pouco quem é a Dra. Hildeth Evangelista?
R: Desejei ser uma operadora do direito na solenidade de graduação do meu pai em direito pela UFPI, Luiz Evangelista, eu tinha 10 anos. Ele filho de uma cozinheira do café Oeirais, sua cidade natal, veio para capital como o” jogador salvação” do River Atlêntico Club, tendo se lesionado gravemente, terminou como roupeiro para ter onde morar e começar a estudar com 17 anos. Com o estímulo educacional que os meus pais proporcionaram a mim e aos irmãos, Hilbertho e Hilvanndeth, que hoje são advogados militantes também, eu consegui ingressar no curso de direito da UFPI aos 17 anos. O meu pai se aposentou como Delegado de Policia do Piauí em 1994, no mesmo ano que me graduei. Montamos o nosso escritório de advocacia nesse ano, com o incentivo da minha mãe Odete, estimulando um aposentado e uma recém formada a ingressarem no mercado de trabalho da advocacia na capital. Desde de então não parei mais, militei durante vários anos na advocacia privada e prestei a assessoria jurídica para alguns Municípios no interior do Piauí. Em Palmeirais/PI, graças ao exercício da advocacia, encontrei o Jânio César, meu marido e pai dos meus filhos, Jânio Filho e Julyana. Com as dificuldades peculiares aos advogados iniciantes, eu também estudava para concursos públicos, obtendo aprovações em alguns, fui oficiala de Justiça do TRT/RN da 21ª Região por 01(um) mês e retornei para advogar em Teresina, Advogada Júnior da Empresa Correios e Delegada de Policia Civil do Estado do Piauí. Exercia a função de Delegada Geral da Policia Civil do Piauí, até hoje sou a única mulher no Estado a ter ocupado esse cargo de carreira como chefe da Policia civil do Estado, quando fui nomeada para ser Defensora Pública do Estado do Piauí, muitos na ocasião me diziam “Como você pode deixar de autoridade policial para ser advogada de pobre?”, mas o desejo de retornar a atividade da advocacia, agora pública, fez com que muitas adversidades fossem superadas, como ter ir trabalhar a mais de 200 km da capital e deixar os filhos pequenos com o pai, eis que tive como primeira lotação defensorial a Comarca de Inhuma/PI. Na carreira como Defensora fui também Defensora Pública Geral por 02(dois) mandatos de 2015 a 2019. Hoje sou Defensora Pública titular da 3ª Defensoria Criminal da capital.
- – Por que você decidiu se candidatar a vaga de desembargador TJ-PI?
R: Sou movida por desafios e compromissos, tanto na minha vida pessoal, como na minha atuação profissional diária. Incorporo as esses propósitos o senso de coletividade, desta feita, fui muito incentivada e até mesmo convocada por alguns colegas que veem no meu nome com o perfil profissional adequado para exercer o cargo de desembargadora do TJ/PI com muita responsabilidade, considerando a minha experiência na advocacia privada, publica e em gestão. Nos mulheres precisamos estamos inseridas, com muito profissionalismo, ética, competência e honestidade, na renovação que está ocorrendo no Judiciário do nosso Estado. Considero-me preparada para colaborar com a prestação jurisdicional que atenda com êxito as mais variadas demandas oriundas da nossa sociedade, no fortalecimento democrático em prol da Justiça e cidadania, com respeito às partes, as prerrogativas dos advogados(as) e em observância a duração razoável do processo. Quero levar ao TJ/PI o meu olhar solidário, técnico e experiente.
- – Você pode me contar sobre sua experiência profissional?
R: A minha satisfação em proporcionar acesso à Justiça aos vulneráveis na forma da lei acontece a cada dia, seja na promoção de direitos humanos e atuando como instrumento de transformação social, seja em cada ação judicial ou extra de reconhecimento de paternidade, divórcio, alimentos para filhos menores, simples retificações de registros públicos, garantir atendimento médico hospitalar, obtenção de medicamentos, próteses ou insumos ou na obtenção de absolvição ou liberdades de pessoas presas indevidamente, em casos de excessos de prazos de prisões provisórias, interposição de recursos para reformas de sentenças e redução de penas, estas atividades diárias me realizam profissionalmente.
- – Quais habilidades você acha que são necessárias para a vaga?
R : Entendo que ocupante da vaga de desembargador(a) do TJ/PI deve ser alguém com muita determinação, conhecimento técnico, experiência profissional e em gestão, bem como ser acessível as partes e aos patronos e ter disposição para colaborar com uma prestação jurisdicional mais célere e efetiva. Assim fazendo vale o disposto no Art. 94 da Constituição Federal que institui o 5º Constitucional permitindo que tenhamos uma justiça mais próxima do cidadão, proporcionando oxigenação e novos entendimentos jurisprudenciais.
Não tenho dúvidas essa atuação do quinto constitucional gera julgamentos mais democráticos, pois é justamente o equilíbrio dessas experiências diversas que proporciona aumento na eficácia e na adoção de boas práticas ao Judiciário. A experiência de quem já esteve do outro lado do balcão, vivendo o cotidiano da advocacia, privada ou pública, conhecendo as angústias dos jurisdicionados no sistema de justiça, qualifica a composição dos tribunais.
- – O que seus colegas de trabalho diriam sobre você?
R: Que sou determinada, que gosto de trabalhar e tenho competência e qualidades necessárias para enfrentar desafios e adversidades na vida profissional.
- – Dê um exemplo de um desafio se eleito for para quinto constitucional TJ-PI, e como você lidará com isso?
R: Vejo como um desafio a ser superado a devida observância ao princípio da duração razoável dos processos, tem sido um dos maiores entraves na Justiça Brasileira, decorrentes de uma série de fatores estruturais, logísticos, legislativos, pessoais e orçamentários que não permite que o curso do processo tenha um fluxo eficiente e que permitam uma prestação jurisdicional célere e pacificadora da demanda postulada, o clamor público de maior celeridade já permite vislumbramos melhoras significativas, mas ainda muito distante de uma efetividade da prestação jurisdicional, não obstante a complexidade de algumas causas e a conduta dos litigantes contribuam para o atraso processual, faz-se necessário a criação de mecanismos de gerenciamentos de processos, metas e produtividade, bem como o comprometimento na busca da solução mais célere dos órgãos encarregado de aplicar o direito para o caso levado a julgamento.
Pretendo pautar-me pela observância dos ditames legais e pela desburocratização dos procedimentos, primando pela oralidade e simplicidade dos procedimentos para torna-los mais céleres, bem como incentivar a busca por tecnologia de ponta, com o constante aprimoramento dos sistemas existentes na implementação de inovações tecnológicas e da redução da resistência no uso e adequação dos sistemas para a devida unificação das jurisprudências aplicáveis a fim de julgar em larga proporção causas repetidas e já pacificadas pelos Tribunais.
- – Quais são as expectativas para a vaga?
R : Refleti bastante antes de decidir me candidatar à vaga do quinto constitucional da OAB/PI para o Tribunal de Justiça do Estado do Piauí, fui encorajada por homens e mulheres que veem em mim um perfil profissional diferenciado para a ocupação da vaga. A minha candidatura é furto da ousadia e resistência de muitas outras mulheres que me precederam na luta por igualdade de gênero nas mais variadas áreas profissionais, evidenciando a potencialidade de mulher de competir e galgar cargos de representatividade. Precisamos todos os dias sensibilizar a sociedade pela eliminação de desigualdade entre homens e mulheres que infelizmente ainda hoje persiste A atual composição dos Desembargadores do Tribunal de Justiça do Piauí possui somente uma mulher. Tenho plena consciência que hoje represento um percentual de mulheres que tiveram a oportunidade de estudar e de terem êxito profissionalmente. Seria uma honra indescritível, acompanhada de uma enorme responsabilidade ter a oportunidade de ser a primeira mulher a ser indicada ao quinto constitucional da OAB/PI e fazer história mais uma vez.
- – Quais qualidades são necessárias para o sucesso neste novo desafio?
R: Determinação, capacidade técnica e em gestão e força de vontade para colaborar com uma prestação jurisdicional mais célere e eficiente no Estado do Piauí.
- – Projeto futuro da Advogada Hildeth Evangelista para preenchimento da vaga de desembargador do Tribunal de Justiça do Piaui (TJPI) pelo 5º Constitucional.
R: Pretendo formar um gabinete que seja referência no TJPI, com ampla acessibilidade às partes e aos patronos, seja através dos meios virtuais disponíveis, como instagram, whatsapp, telegram ou outro meio que permitam a comunicação e acesso ao gabinete e com respostas as demandas no prazo de 24 horas, com ou sem agendamento prévio; Desejo selecionar alguns advogados que possa nos ajudar no atendimento, teremos advogados atendendo advogados como gostaria de ser tratados e atendidos em suas demandas; Quero exercer a representatividade feminina no TJ/PI com determinação e sensibilidade para atuar nas demandas e proporcionar uma aproximação do judiciário com a sociedade; Quero colaborar com a minha experiência em segurança pública com a atuação do judiciário nas demandas sociais; pretendo encontrar mecanismos que destravem os fluxos processuais, dentre outros.
- – Suas palavras finais, direcionado aos seus colegas Advogados.
R: Coloco o meu nome a disposição da advocacia piauiense, com a experiência profissional, capacidade técnica e determinação para o trabalho que possuo para colaborar com a prestação jurisdicional célere e eficaz no Estado do Piauí. Peço esse voto de confiança por me considerar preparada para colaborar com o TJ/PI nas mais variadas demandas oriundas da nossa sociedade, no fortalecimento democrático em prol da Justiça e cidadania, com respeito às partes, as prerrogativas dos advogados(as) e em observância a duração razoável do processo.
Confira abaixo a relação dos inscritos
1. Marcelo Leonardo Barros Pio
2. Jose Gonzaga Carneiro
3. Jose Roger Gurgel Campos
4. José Wilson Ferreira de Araújo Júnior
5. Alexandre Pacheco Lopes Filho
6. Maria Do Amparo Rodrigues Lima
7. Francisco Soares Campelo Filho
8. Francisca Hildeth Leal Evangelista Nunes
9. Karine Campelo de Barros Canabrava
10. Agrimar Rodrigues de Araújo
11. Juliano de Oliveira Leonel
12. Moacir Cesar Pena Junior
13. Reginaldo Miranda da Silva
14. Fabio Leal da Silva Viana
15. Alessandro dos Santos Lopes
16. Gerson Gonçalves Veloso
17. Jozimar Laurentino de Paula
18. Claudia Paranagua de Carvalho Drumond
19. Martha Fernanda e Silva de Oliveira Orsano
Entrevista concedida ao Jornalista e Radialista Edvaldo Saraiva ( PortalSN)
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