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(ANPR) divulgou uma nota técnica com críticas à Proposta da (PEC) que enfraquece o poder do Ministério Público
Órgão afirmou que proposta é ‘afronta à autonomia da instituição e à independência funcional de seus membros’
Associação de procuradores pede alterações em PEC que enfraquece Ministério Público
BRASÍLIA — A Associação Nacional de Procuradores da República (ANPR) divulgou uma nota técnica com críticas à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que enfraquece o poder do Ministério Público, que está sendo discutida na Câmara dos Deputados.
Na nota técnica, o presidente da ANPR, Ubiratan Cazetta, afirma que a PEC “viola, de forma inconstitucional, o desenho institucional do Ministério Público brasileiro, em clara afronta à autonomia da instituição e à independência funcional de seus membros”.
Cazetta relata que ANPR acompanhou os debates iniciais sobre a proposta, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e na comissão especial, mas critica alterações feitas quando o texto chegou ao plenário. “Não se pode aceitar a tentativa legislativa de atingir o coração do Ministério Público, que é a sua autonomia institucional e a independência funcional de seus membros”, diz o texto.
A PEC altera as regras de composição do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), órgão responsável por fiscalizar a conduta dos integrantes do MP em todo o Brasil. O texto chegou a entrar na pauta de votações da Câmara na semana passada, mas foi retirado por falta de apoio.
Um dos pontos mais polêmicos da proposta, a definição de que escolha do corregedor do CNMP seria feita pelo Congresso foi definida pela ANPR como “inconstitucional” por “ferir a autonomia institucional” e por “promover uma agenda política na atividade correicional do Ministério Público”.
A associação também afirmou que há “inconstitucionalidade chapada” no trecho que autoriza o CNMP a anular atos de investigação. Para a ANPR, isso não só violaria a independência funcional dos membros do MP como também ursurparia “as funções jurisdicionais do Poder Judiciário de controle de legalidade”.
Daniel Gullino
OGlobo.globo.com