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Após 20 anos, o velocista Cláudio Roberto Sousa vai receber a medalha de prata

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Cláudio Roberto Sousa correu as eliminatórias dos 4x100m nas Olimpíadas, mas ganhou apenas um pin na ocasião; a decisão do COI de enviar a medalha de prata veio após um pedido formal do COB

Depois de 20 anos, brasileiro receberá medalha olímpica de Sydney 2000 no Troféu Brasil

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) bateu o martelo e a única medalha olímpica do Brasil em 2020, ano em que os Jogos de Tóquio foram adiados, será entregue no Troféu Brasil de Atletismo, no dia 13 de dezembro, em São Paulo. Após 20 anos, o velocista Cláudio Roberto Sousa vai receber a medalha de prata pela conquista do revezamento 4x100m rasos nos Jogos de Sydney 2000. À época, o atleta disputou as eliminatórias da prova, mas acabou não sendo premiado pelo Comitê Organizador.

– Estou muito feliz desde o momento em que recebi a confirmação de que receberia a medalha. E com a definição da data, já estou suando frio. São 20 anos de espera. Há algum tempo, eu já tinha desencanado. Desistido não, mas parei de ir atrás. De repente, as coisas voltaram a acontecer e a vontade de ter a medalha aflorou, ficou mais forte. Valeu a pena esperar. É uma bela maneira de relembrar aquela equipe maravilhosa, valorizar a conquista, que foi a única medalha do atletismo brasileiro naquele Jogos. A história da minha medalha dá um valor ainda maior a essa conquista. Posso resumir tudo isso em felicidade – celebrou Cláudio Roberto, que fez questão de agradecer a todos que o ajudaram.

A busca pelo reconhecimento ao velocista recomeçou em 2019, quando o vice-presidente do COB, Marco La Porta, se encontrou com Cláudio em Teresina, cidade-natal do atleta. A entidade fez nova consulta sobre o assunto junto ao Comitê Olímpico Internacional (COI) e, depois de uma troca de mensagens, apresentação e análise de provas e documentos, recebeu o comunicado que o COI concordava com o pedido e enviaria a medalha ao país.

– Não posso deixar de agradecer ao Comitê Olímpico Internacional, que reconheceu o meu direito à medalha, e ao COB, que fez o contato para resolver esse dilema. Também agradeço aos meus parceiros do revezamento e ao treinador Jayme Netto. Também ao Katsuhico Nakaya, meu treinador individual, uma parceria que rendeu a medalha olímpica, a participação em dois Jogos Olímpicos, um Pan e quatro Mundiais – ressaltou.

Atualmente com 46 anos, o piauiense Cláudio Roberto Sousa foi o responsável por fechar o revezamento brasileiro nas eliminatórias, ao lado de Vicente Lenilson, Edson Luciano e André Domingos, com o tempo de 38s32, segunda melhor marca daquela fase. A partir da semifinal, ele foi substituído por Claudinei Quirino, que manteve o alto nível do quarteto brasileiro até a decisão, quando foi superado o recorde brasileiro da prova (37s90).

– Cláudio Roberto Sousa receberá uma homenagem à altura de seus feitos para o esporte olímpico brasileiro. Sua participação nas eliminatórias foi fundamental para a prata olímpica do revezamento 4x100m em Sydney 2000. O COB fez tudo que esteve ao seu alcance para viabilizar essa merecida honraria e, mesmo com os Jogos Olímpicos adiados para o ano que vem, temos a alegria de dizer que Brasil não ficará sem medalha em 2020 – afirmou o presidente do COB, Paulo Wanderley.

A cerimônia do pódio ocorreu no próprio estádio, em 30 de setembro de 2000. Já a medalha de Cláudio seria entregue depois, mas nunca foi recebida. No ano seguinte, o COB entrou em contato com o COI, que teria afirmado que a responsabilidade de prover a medalha era do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Sydney. Em 2003, no Pan de Santo Domingo, o velocista brasileiro ganhou um pin do COI, destinado aos medalhistas olímpicos como compensação.

Cláudio Roberto Souza no Mundial de Paris, em 2003 — Foto: FRANCOIS XAVIER MARIT / AFP

Cláudio Roberto Souza no Mundial de Paris, em 2003 — Foto: FRANCOIS XAVIER MARIT / AFP

A medalha olímpica será a coroação da carreira de Cláudio Roberto, que ainda tem no currículo a prata no Mundial de Atletismo, em Paris (França), e o ouro nos Jogos Pan-americanos de Santo Domingo (República Dominicana), ambas conquistadas em 2003. Atualmente, o velocista integra o projeto Heróis do Atletismo, da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), e busca formar novos talentos no projeto esportivo da Fundação Nossa Senhora da Paz, em Teresina.

Globoesporte.globo.com

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