Esporte
Atuações individuais de Andrey e Benítez. E, até as duas defesas de Fernando Miguel, levam ao Vasco a vitoria
Time de Ramon tem postura de não se acomodar e buscar o gol que daria vaga direta à quarta fase da Copa do Brasil
Análise: após novo início ruim, Vasco cresce sob comando de Andrey e Benítez e se impõe sobre o Goiás
O Vasco não começou bem contra o Goiás, como tem ocorrido nos jogos sob comando de Ramon Menezes. Porém, igualmente a outras jornadas, melhorou especialmente a partir de boas atuações individuais de Andrey e Benítez. E, até as duas defesas de Fernando Miguel na decisão por pênaltis, mostrou mais uma virtude na gestão do técnico: não se acomodou com a vantagem parcial e tentou o terceiro gol que lhe daria a vaga à quarta fase de forma direta. Ou seja, se impôs ao adversário mesmo fora de casa.
Com a derrota por 1 a 0, em março, ainda sob comando de Abel Braga, o Vasco entrou em campo, na Serrinha, com a necessidade de vencer por dois gols de diferença. Para tal, Ramon escalou força máxima. Mandou a campo Pikachu e Vinícius, que voltavam de problemas musculares. O lado direito, o mais forte do time, entretanto, não funcionou.
Jogadores do Vasco comemoram gol de Henrique contra o Goiás — Foto: Rafael Ribeiro/Vasco
Por qual motivo? O Goiás, por momentos, ao se defender, postou duas linhas de quatro jogadores. Resultado: não deu espaço para Vinícius fazer o que mais sabe, conduzir a bola e driblar marcadores. Sem a amplitude dele, Pikachu foi facilmente bloqueado pelo meio. Além disso, em uma variação, o Esmeraldino pressionou a saída de bola, o que gerou erros de passe dos volantes vascaínos em excesso.
O cenário de ser pressionado nos 20 minutos iniciais não evoluiu para algo pior pois a defesa, mais uma vez, foi sólida, como ocorrera diante de São Paulo e Grêmio, pelo Brasileirão. O panorama começou a mudar a partir do momento que Andrey e Benítez tomaram conta do jogo.
Caindo pela esquerda, o meia argentino foi um bom parceiro para Talles, que ainda está longe do bom futebol que apresentou em 2019, mas continuou na sua lenta evolução. Em uma combinação da dupla, por exemplo, o camisa 11 acertou lindo chute de fora da área defendido por Tadeu.
Não à toa, com os dois por aquele lado, o Vasco priorizou aquela faixa de campo, o que fez Henrique conseguir avançar mais do que o normal. E, em uma dessas escapadas, marcou o gol que abriu o placar. Benítez, com seus dribles curtos e viradas de jogos, comandou as ações até o empate pouco antes do intervalo.
Benítez comemora gol marcado pelo Vasco — Foto: Rafael Ribeiro/Vasco
O Goiás explorou muito bem a qualidade do jogo aéreo de Rafael Moura e Rafael Vaz. Após um escanteio, Leandro Castan e Ricardo Graça não alcançaram a bola, que sobrou para o zagueiro igualar.
Àquela altura, no segundo tempo, o resultado determinaria a eliminação vascaína. Porém, nada de desespero. O Vasco continuou buscando o gol. E contou com a qualidade de Andrey, que driblou quatro jogadores, fazendo pela direita o que Benítez cansou de fazer no primeiro tempo. Na continuidade da jogada, o argentino recebeu e chutou de fora da área. Com desvio, venceu Tadeu.
Em busca do terceiro gol, Ramon sacou Talles e apostou em Bruno César. A troca não melhorou o time. Sorte que Fernando Miguel foi perfeito: fez duas ótimas defesas em cabeçada e desvio de Rafael Moura.
Com outras trocas, o técnico deu novo rumo ao time. O Vasco conseguiu adiantar a marcação, ter mais ocupação de espaços no meio com Carlinhos e velocidade na frente com Guilherme Parede. Cada um deles quase marcou, assim como Cano perdeu boa chance ao ter chute bloqueado pela zaga. A pressão planejada, com intensa troca de passes, não resultou no gol, mas em bons npumeros. Exemplo: terminou o jogo com 60% de posse, 423 passes completos (o Goiás teve 340) de bola e 13 finalizações.
Na decisão por pênaltis, mesmo com erro de Pikachu, Fernando Miguel fez duas defesas e garantiu a classificação. Um bom desfecho a uma atuação que mostrou muito mais virtudes do que defeitos.
Por Hector Werlang — Rio de Janeiro / Globoesporte.globo.com