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Basicamente, assim como contra o São Paulo, o São Bernardo precisará controlar muito bem seu espaço aéreo.

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Favoritismos do Paulistão das quartas: veja chances de vitória

São Bernardo tenta reverter sequência de derrotas após preservar Chrystian na Copa do Brasil para jogar pelo Corinthians. Jogos do São Paulo tiveram mais gols, os do Água Santa, menos

Pode ser apenas coincidência, mas desde que a direção do São Bernardo decidiu não usar o atacante Chrystian na Copa do Brasil porque será negociado com o Corinthians, a equipe que vinha de sete vitórias consecutivas (incluindo Corinthians e São Paulo na sequência) perdeu em casa para o Náutico, sendo eliminado da Copa do Brasil, e para o Água Santa. Com esta última derrota, desperdiçou a oportunidade de enfrentar em casa o Palmeiras.

Embora a equipe comandada por Márcio Zanardi desde outubro de 2021 tenha feito uma campanha incrível, essas duas derrotas criam uma expectativa diferente para o confronto com o Palmeiras, o que Zanardi pode reverter a seu favor. O Palmeiras também leva vantagem em longevidade de técnico, já que o português Abel Ferreira está à frente da equipe desde novembro de 2020.

As duas equipes fizeram as melhores campanhas da primeira fase, mas por ter conquistado dois pontos a mais (28 a 26 em 36 disputados), o Palmeiras joga em casa. Se empatar, a decisão vai para os pênaltis, o que vale para todos os jogos das quartas de final.

+ Veja a classificação do Campeonato Paulista

 — Foto: Info esporte

— Foto: Info esporte

O Espião Estatístico apresenta as chances de vitória de cada equipe no Paulistão. Ao final do texto, apresentamos a metodologia. Como parâmetros, os dados de ataque e defesa dos clubes participantes vão sendo atualizados com dados posicionais dos jogadores em campo ao longo da competição. Ou seja, o modelo vai calibrando seus parâmetros de acordo com o que as equipes produzem nos jogos disputados.

Palmeiras x São Bernardo

 — Foto: Espião Estatístico

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  • Basicamente, assim como contra o São Paulo, o São Bernardo precisará controlar muito bem seu espaço aéreo. Sem contar pênaltis e faltas diretas, levou a partir de jogadas aéreas cinco de nove gols, e o Palmeiras marcou dessa forma 11 de 16. O jogo do São Bernardo é bem mais rasteiro 11 de 17 gols marcados em trocas de passes rasteiros. O Palmeiras finaliza mais, terceira maior média contra a quinta (15,9 contra 13,5), mas o ataque do São Bernardo é o segundo mais eficaz, com um gol a cada 7,7 tentativas, potencial para dois gols por jogo. O Palmeiras faz um gol a cada 10,6, eficiência apenas mediana. A eficiência palmeirense passa por ter a maior resistência a pressões, com um gol sofrido a cada 32,2 conclusões contrárias (a segunda maior é um gol sofrido em 17,8). Sofre em média 13,4 finalizações por jogo, a quarta maior, o que para equipes menos organizadas tende a ser um problema contra um ataque tão eficaz, o segundo mais goleador (21 gols em 12 jogos) e que só na rodada passada (após 11 jogos) terminou uma partida do estadual sem fazer gol, último time a ter interrompida a série de jogos com gol feito. O São Bernardo tem média de um gol sofrido a cada 13,3 conclusões contrárias, a quinta maior resistência a pressões, sofrendo 10,0 finalizações por partida, segunda melhor marca defensiva da competição. O Palmeiras só levou cinco gols, e o São Bernardo, nove, segunda marca.

Corinthians x Ituano

 — Foto: Espião Estatístico

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  • O Corinthians é o maior favorito das quartas de final porque saíram de seu grupo os dois times que foram para a Série A2, e o Ituano garantiu sua permanência na A1 de 2024 apenas na última rodada e ainda assim está classificado. É futebol, qualquer coisa pode acontecer, mas o Corinthians buscará se proteger de uma zebra de Itu com o ataque mais eficaz do Paulistão, um gol a cada 7,1 finalizações e a média de 11,2 por partida, a sétima menor. É na paciência pela melhor oportunidade que o Corinthians vai conquistando seus objetivos, amparado pela defesa que mais sofre finalizações, média de 14,8 por jogo, mas que ao mesmo tempo é a segunda mais resistente a pressões, um gol sofrido a cada 17,8. O Corinthians sofreu dez gols, e o Ituano, 18 em 12 jogos. O Ituano tem o sétimo ataque em produtividade ofensiva (11,9), mas a sexta menor eficiência, um gol a cada 13,0 tentativas. Tem menos de um gol por jogo, mas pode, claro, levar o jogo para os pênaltis. Sua defesa é a oitava em finalizações sofridas (12,6 por jogo), mas tem a terceira menor resistência a elas, com um gol sofrido a cada 8,4 conclusões contrárias. Sem contar pênaltis e faltas diretas, o Corinthians fez 11 de 19 gols em trocas de passes rasteiros, e o Ituano sofreu assim seis de 11 gols. Também foi em jogadas rasteiras que o Ituano fez oito de dez gols, e o Corinthians sofreu oito, metade após bolas altas e metade por baixo.

Bragantino x Botafogo-SP

 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

  • Ofensivamente, o Botafogo-SP se classificou com eficiência bem superior à do Bragantino. A equipe de Ribeirão Preto fez um gol a cada 8,8 tentativas, terceira maior eficácia, com média de 10,3 por jogo, a terceira menor produtividade. O time de Bragança Paulista foi a segunda equipe que mais concluiu (16,5), com a quinta menor eficiência, um gol a cada 13,2 chances. Defensivamente, o Bragantino é o terceiro time que menos sofreu finalizações (11,3), com a quarta maior resistência a elas, um gol sofrido a cada 13,5 conclusões contrárias. O Botafogo-SP teve a sétima defesa em finalizações sofridas (12,6), com a quarta menor resistência, um gol sofrido a cada 8,9. O ponto fraco da defesa do Bragantino está no jogo aéreo, com cinco de oito gols nascendo no uso de bolas altas, e o Botafogo-SP marcou metade de 12 gols dessa forma. Do lado do Bragantino, o jogo é rasteiro, com dez de 15 gols marcos em trocas de passes. Foi assim que o Botafogo-SP sofreu sete de 13 gols.

São Paulo x Água Santa

 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

  • Na semana do Dia Internacional da Mulher, a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, sustentou uma ação afirmativa pela civilidade no futebol. É com gestos como o São Paulo mandar jogos no estádio do Palmeiras que o futebol se torna melhor. Dentro de campo, equipes de perfis opostos. Foram nos jogos do São Paulo que se viram as maiores marcas de gols feitos entre os oito classificados, 23 a favor do São Paulo (melhor ataque) e dez contra (33 na soma). Nos jogos do Água Santa houve a menor marca de gols entre os oito que disputam as quartas de final: 13 a favor do Água Santa e nove contra (22 na soma), o que faz crescer o potencial para um empate na comparação entre as quatro partidas. O São Paulo é o time que mais finalizou na primeira fase (17,6 por jogo), com a quinta eficiência, um gol a cada 9,2 tentativas. A defesa do Água Santa é a terceira mais resistente, com um gol sofrido a cada 15,9 conclusões contrárias e média de 11,9 finalizações sofridas por jogo (sexta marca). No ataque, o Água Santa teve a oitava produtividade (11,3), com a sétima eficiência, um gol a cada 10,5 chances. A defesa são-paulina foi a que menos permitiu finalizações aos adversários (7,6 por partida), com a quinta menor resistência, um gol a cada 9,1 conclusões contrárias. O forte do São Paulo está nas jogadas aéreas, com 12 de 20 gols marcados após bolas altas, mas o Água Santa só levou assim três de nove gols. No ataque, o Água Santa fez a partir de jogadas aéreas, sete de nove gols, e o São Paulo levou dessa forma cinco dos nove gols sofridos, sempre sem contar pênaltis e faltas diretas.

Metodologia

O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo intervalo de tempo (o jogo), combinado com o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações massivas para gerar resultados. O estudo foi desenvolvido a partir de dados de diversas fontes, como CBF, Globo e Footstats.

Vale ressaltar que campeonatos de pontos corridos, como o Brasileirão, são mais fáceis de prever porque a influência do acaso tende a ser diluída entre as 38 rodadas, diferente de apenas 12 rodadas da primeira fase do Paulistão. Para os primeiros jogos do ano, a tarefa é mais difícil, já que o acaso tem peso maior e não sabemos exatamente como virão os times após mudanças de elenco (e para alguns treinadores) e sem ritmo de jogo.

*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, João Guerra, Leandro Silva, Roberto Maleson, Roberto Teixeira, Valmir Storti e Vitória Lemos

Por Bruno Imaizumi e Valmir Storti — São Paulo

Ge.globo.com

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