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“Brasileirão”, percentual de cada time ser campeão.

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Favoritismos #30: veja as chances de vitória de cada equipe na rodada do Brasileiro

Edição foi produzida antes da partida entre Flamengo e Atlético-GO. Ainda assim, Rubro-Negro é favorito contra a Chapecoense, e Atlético-MG tem maior potencial do que o América-MG

Favoritismos #30 foi finalizado antes mesmo de começar o jogo Flamengo x Atlético-GO, adiado da rodada #19. Independentemente desse desempenho, o Rubro-Negro é favorito na rodada #30 contra a última colocada Chapecoense. A cada rodada, os clubes vão decidindo a agenda para 2022 e, por isso, apresentamos as chances de as equipes terminarem o Brasileirão em cada posição. Estatisticamente, está se fechando a janela de oportunidades para as equipes que vão permanecer na Série A na próxima temporada. Juventude, Grêmio, Sport e Chapecoense são as únicas equipes com menos de 50% de chances se manterem na Série A. E estão muito abaixo disso.

No quadro abaixo, a primeira linha apresenta a probabilidade percentual de cada time ser campeão. Isso muda a cada rodada, dependendo da combinação entre os resultados de cada time. A segunda linha mostra a chance de os times terminarem a competição na segunda posição e assim sucessivamente, até chegar nas últimas três linhas da tabela, que mostram o potencial de ficarem entre os quatro e os seis primeiros, conseguindo uma vaga na Libertadores 2022 de forma direta ou indireta (via fases eliminatórias), além da probabilidade de um time terminar o campeonato entre os 16 que prosseguirão na Série A no ano que vem. Quem chega a 100% na última linha, elimina o risco de rebaixamento.

 — Foto: Bruno Imaizumi/Espião Estatístico

— Foto: Bruno Imaizumi/Espião Estatístico

Favoritismos apresenta também o potencial que cada time carrega para a rodada #30 do Brasileirão comparando o desempenho nos últimos 60 dias como mandante ou visitante em todas as competições e também nos últimos seis jogos independentemente do mando. Também são consideradas as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro. Os cálculos referentes à influência de bolas altas e de troca de passes rasteiros entre gols marcados e sofridos só consideram as características dos gols marcados em jogadas. Gols olímpicos, cobranças de pênaltis e de faltas diretas não contam para determinar a influência aérea ou rasteira entre os gols por serem cobranças feitas diretamente para o gol. Em parceria com o economista Bruno Imaizumi, analisamos 81.135 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.329 jogos de Brasileirões desde 2013 que servem de parâmetro para medir a produtividade atual de cada equipe a partir da expectativa de gol (xG), métrica consolidada internacionalmente (veja a metodologia no final do texto).

 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Corinthians

  • Corinthians vai precisar de muita atenção com seu espaço aéreo, pois há potencial de gol do Fortaleza com bola alta: a equipe fez seis de seus últimos dez gols a partir do jogo aéreo, e o Corinthians levou assim sete dos últimos dez gols. O Corinthians é o nono mandante do Brasileirão (6 V, 4 E, 4 D, 52%), e o Fortaleza é o sexto visitante (6 V, 3 E, 6 D, 47%). Será um duelo de eficiências: o Corinthians, o sexto mandante mais eficaz, com um gol a cada 9,8 finalizações, apesar de ser o quinto que menos finaliza (11,9); o Fortaleza o nono visitante mais resistente a finalizações, com um gol sofrido a cada 11,7 conclusões contrárias, com 14 sofridas por jogo, 13ª marca. Embora o Fortaleza seja o quarto visitante que mais finaliza, tem apenas a 11ª eficiência, com um gol a cada 11,3 tentativas.
Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Internacional

  • Com torcida única pela primeira vez na história devido à invasão de campo de torcedores gremistas na rodada passada, Internacional e Grêmio se enfrentam com defesas pouco resistentes a pressões. Em casa, o Internacional sofre em média 10,7 finalizações (10ª marca), mas tem a sexta menor resistência mandante a elas, com um gol sofrido a cada 9,4 tentativas. O Grêmio é o sétimo visitante que menos sofre finalizações (12,5), mas tem a terceira menor resistência, com um gol sofrido a cada 8,33 finalizações contrárias. A média é apenas 0,03 maior que a do Santos, o visitante menos resistente a pressões. A tendência é que essas características favoreçam o Internacional, que tem o segundo ataque mais eficaz do Brasileirão, com um gol a cada 7,5 tentativas e média de 12,4 finalizações por partida, 14ª marca. O Grêmio é o sétimo visitante em finalizações (11,1), mas tem o segundo pior aproveitamento, com um gol a cada 17,3 tentativas. O Internacional é o sexto mandante do Brasileirão (6 V, 5 E, 3 D, 55%), o Grêmio é o segundo pior visitante do campeonato (3 V, 0 E, 11 D, 21%), com o terceiro pior ataque (nove gols, 0,64) e a quarta pior defesa visitante (21 gols sofridos, 1,50). Há potencial para gol aéreo do Inter, que fez assim seis dos últimos dez gols. O Grêmio levou metade dos últimos dez gols por baixo e metade pelo alto. Grêmio fez seis e o Inter levou seis dos últimos dez gols em jogadas rasteiras.
 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Fluminense

  • Com este mando pela Série A desde 2006, o Sport só venceu um de dez jogos, em 2017, e o Fluminense, seis. É outro jogo com potencial para gol aéreo para as duas equipes: o Fluminense sofreu sete dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas, e marcou seis, assim como o Sport fez e levou seis dos últimos dez com bolas erguidas. O Fluminense é o sexto mandante (6 V, 5 E, 3 D, 55%), e o Sport é o sexto pior visitante (3 V, 4 E, 8 D, 29%). O Sport é o quinto visitante mais resistente a pressões, com um gol sofrido a cada 14,6 conclusões, embora seja o que mais sofre finalizações (16,5). Será um embate curioso porque o Fluminense é o mandante que menos finaliza (10,8), mas tem a sétima eficiência, com um gol em 10,1 tentativas.
 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Palmeiras

  • Parece repetitivo, mas 12 dos 20 times fizeram mais da metade dos últimos dez gols pelo alto, casos tanto de Santos quando Palmeiras, com seis. Há potencial para gol aéreo do Palmeiras, pois o Santos sofreu oito dos últimos dez gols dessa forma. Ainda assim, o Santos tem amplo domínio quando mandante neste confronto: pela Série A desde 2006 foram oito vitórias do Santos e duas do Palmeiras em 14 confrontos. Como mostra a linha preta do gráfico de xG, o ataque palmeirense vive sua fase mais produtiva, tendo a maior média de expectativa de gol das últimas cinco rodas pela segunda vez consecutiva. Defensivamente, também passa por um de seus melhores momentos (linha vermelha), o segundo melhor.

+ Assim como no 1º turno, Santos x Palmeiras tem potencial para pênalti

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Atlético-MG

  • De novo: Atlético-MG e América-MG fizeram seis dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas, e é o Atlético que tem maior potencial de marcar dessa forma, já que o América sofreu metade de seus gols pelo alto entre os últimos dez, e o Atlético, apenas dois. O Atlético é o mandante mais eficaz, com um gol a cada 6,5 tentativas e média de 14 por jogo. Tem potencial para fazer dois gols na partida. O América é o oitavo visitante em finalizações sofridas (12,6) e tem a quarta menor resistência a elas, com um gol sofrido a cada 8,9 conclusões. O Atlético-MG é o melhor mandante do Brasileirão (12 V, 1 E, 1 D, 88%), com o melhor ataque mandante (média 2,14) e a segunda melhor defesa (0,64). O América-MG é o décimo visitante (3 V, 6 E, 5 D, 36%), com o quinto melhor ataque visitante (1,07), mas a quinta pior defesa (1,43).
 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Bragantino

  • O Bragantino é o décimo mandante (5 V, 8 E, 2 D, 51%), e o Athletico-PR, o 14º visitante (4 V, 1 E, 9 D, 31%). As duas equipes farão a final da Sul-Americana, no dia 20 deste mês, em Montevidéu. Uma questão na partida é se vão fazer o possível para esconder o jogo ou se vão tentar se impor para ganhar uma vantagem emocional para a decisão internacional. O Athletico-PR fará jogos consecutivos a cada três dias antes das finais da Copa do Brasil (contra o Atlético-MG) e a Sul-Americana, então é de se esperar que poupe energia, mas o Z4 que leva para a Série B vem se aproximando perigosamente. O ataque do Bragantino vive sua maior produtividade ofensiva na competição (linha vermelha do gráfico de xG), e a defesa paranaense também está em um de seus melhores momentos (linha vermelha). O Bragantino está com o terceiro ataque mandante mais eficaz, um gol a cada 8,8 finalizações, e o ataque do Athletico-PR é o quarto visitante mais eficaz, com um gol em 9,6 tentativas.
 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Bahia

  • O São Paulo segue com seu ataque em um dos momentos mais produtivos do Brasileirão (linha preta do gráfico de xG), mas com a terceira pior eficiência visitante, um gol a cada 15,7 tentativas. O ataque do Bahia tem produzido menos, mas está com a quinta maior eficiência mandante, um gol a cada 9,7 tentativas. A defesa do Bahia está com a quarta menor resistência, um gol a cada 8,8 finalizações sofridas, mas embora o São Paulo seja o quarto visitante que mais finaliza (11,6), tem apenas a 14ª eficiência, um gol em 10,1 tentativas. O Bahia é o quinto pior mandante (5 V, 4 E, 5 D, 45%), e o São Paulo o 12º visitante (3 V, 5 E, 6 D, 33%).
 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Ceará

  • O Ceará é o quinto melhor mandante (7 V, 6 E, 2 D, 60%), e o Cuiabá, o sétimo visitante (3 V, 9 E, 2 D, 43%). O desafio para o Ceará é recuperar a força defensiva, que despencou nas últimas rodadas para seu pior momento na competição (linha vermelha do gráfico de xG), mas em todo o campeonato, o ataque cuiabano tem produzido pouco (linha preta). Apesar de vir sendo muito atacado, quarto mandante que mais sofre finalizações (11,8), o Ceará está com a segunda maior resistência defensiva mandante, com um gol a cada 16,1 finalizações sofridas. O Cuiabá tem a defesa visitante mais resistente a finalizações, um gol sofrido a cada 19,5 conclusões. Por esse ponto de vista das resistências defensivas, tem tudo para ser um embate dramático. O Cuiabá fez seis dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas e isso tende a ser um problema porque o Ceará só sofreu um dos últimos seis gols dessa forma. Fechou seu espaço aéreo.
 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Flamengo

  • O objetivo do Flamengo é estar no auge físico quando a final da Libertadores chegar, evidentemente, e até lá, vai dosar energias para colocar seu plano em prática. Provavelmente por esse motivo, seu ataque passou a ter a menor produtividade na competição (linha preta do gráfico de xG). Para não ser surpreendido, sua defesa precisará fica atenta ao jogo aéreo, afinal, sofreu oito dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas, e a Chapecoense fez metade dos últimos dez dessa forma. A Chapecoense sofreu sete dos últimos dez pelo alto, mas o Flamengo só fez quatro assim. A Chapecoense é a pior mandante do Brasileirão (0 V, 5 E, 9 D, 12%), e o Flamengo é o segundo melhor visitante (6 V, 4 E, 3 D, 56%), e apesar da queda ofensiva, ainda é o visitante que mais finaliza (13,9), e tem a maior eficiência forasteira, com um gol a cada 6,7 tentativas. A queda na produtividade em expectativa de gol (xG) se explica porque nos últimos cinco jogos, fez 63 finalizações e 35 delas (56%) foram feitas de fora da área, de onde a expectativa de gol (xG) é bem menor em cada tentativa. Marcou sete gols nesses jogos, dois de fora da área. Só venceu um dos últimos seis jogos.
 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Atlético-GO

  • O Juventude fez a partir de jogadas aéreas os últimos dez gols e 15 dos últimos 16. O Atlético-GO sofreu metade dos últimos dez dessa forma, então há potencial para que o Juventude volte a marcar dessa forma, afinal, especialista maior no jogo aéreo não há. A equipe goiana é a quinta pior mandante (4 V, 7 E, 3 D, 45%), e o Juventude, o segundo pior visitante (1 V, 6 E, 7 D, 21%), mas se descuida do espaço aéreo para ver no que dá… No entanto, o Atlético-GO está com a quarta maior resistência mandante, um gol a cada 15 finalizações sofridas.

Resultado

Favoritismos acertou 128 dos 278 jogos analisados, aproveitamento de 46%.

Metodologia

Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 81.135 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.329 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013. Consideramos a distância e o ângulo da finalização, além de características relacionadas à origem da jogada (por exemplo, se veio de um cruzamento, falta direta ou de uma roubada de bola), a parte do corpo utilizada, se a finalização foi feita de primeira, a diferença de valor mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização.

Para esta edição do Brasileirão, o desempenho de um jogador passa a ser comparado com a média para a posição dele, seja atacante, meia, volante, lateral ou zagueiro, e passamos também a considerar o que se esperava da finalização se feita com o “pé bom” (o direito para os destros, o esquerdo para os canhotos) e para o “pé ruim” (o oposto). Foram identificados os ambidestros, que chutam aproximadamente o mesmo número de vezes com cada pé.

De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo.

O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo período de tempo (o jogo). Para chegar às previsões sobre as chances de cada time terminar o campeonato em cada posição foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.

Favoritismos está apresentando também gráficos com a evolução da média móvel em cinco jogos da expectativa de gol (xG) de cada equipe no ataque e o acumulado do que fizeram seus adversários nessas partidas. Para os gráficos, a cada cinco jogos é feita uma média móvel, que é representada pelas linhas de ataque (preta) e defesa (vermelha, que na verdade é quanto o adversário somou em xG em cada jogo). É uma forma precisa de medir o potencial de cada equipe. A linha amarela mostra a diferença entre as produções dos ataques do time analisado e de seus adversários.

*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Bruno Murito, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, Leandro Silva, Mateus Pinheiro, Roberto Maleson e Valmir Storti.

Por Valmir Storti — Rio de Janeiro

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