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Brianna Cope sai da água no ISA Games 2023

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Surfista conta como lida com má-formação congênita: “É meu superpoder”

Integrante da equipe dos Estados Unidos no ISA Games, Brianna Cope costumava esconder a mão esquerda para evitar bullying. Hoje ela quer ajudar outros jovens com problemas de confiança

Brianna Cope passou boa parte de sua vida escondendo a mão esquerda para fugir do bullying, que começou na escola. Nascida com uma má-formação, a local da ilha de Kauai, no Havaí, encontrou no mar o refúgio ideal para evitar perguntas e o surfe, em princípio apenas um hobby, acabou virando profissão. Hoje, aos 28 anos, Brianna não tenta mais se esquivar do assunto – pelo contrário. Ela quer ajudar outros jovens a conquistar a mesma confiança que a levou a representar os Estados Unidos no ISA Surfing World Games, que acontece em El Salvador.

Brianna Cope sai da água no ISA Games 2023 — Foto: ISA/Pablo Franco

Brianna Cope sai da água no ISA Games 2023 — Foto: ISA/Pablo Franco

Brianna começou a se aventurar nas ondas aos 4 anos e participou de sua primeira competição aos dez. Na época, a brasileira Tatiana Weston-Webb, nascida em Porto Alegre mas criada na ilha de Kauai, era uma de suas grandes rivais. Após chegar perto da classificação para a elite do surfe mundial em 2014 e 2015, Brianna finalmente recebeu a chance de disputar um grande evento pelos Estados Unidos com o convite para participar do ISA Games, que distribui vagas diretas para as Olimpíadas de Paris 2024.

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– Eu sempre fui tímida, envergonhada, mas isso me ensinou a superar. Eu trago isso para a competição porque tenho o impulso e a tenacidade de superar quando sou pressionada. Acho que isso se traduz no meu surfe e em como sou como pessoa – afirma a surfista. – Eu poderia ter recusado esse convite, porque intimida surfar ao lado de nomes como Carissa Moore e Caroline Marks, mas acho que é importante se esforçar e sair da sua zona de conforto.

Quem escuta Brianna falando hoje não imagina que por muitos anos as piadas dos colegas de escola afetaram sua vida de forma brutal. Ao encontrar o surfe, ela ganhou não apenas confiança e autoestima, mas também o respeito das pessoas por seu talento.

– Eu sofri muito bullying. Minha mãe conta que eu chorava todos os dias, não queria ir para a escola. Dá para ver claramente a mudança nas minhas fotos, quando pequena minhas mãos estavam sempre abertas e quanto entrei para a escola passei a fechar as mãos em todas as fotos. No ensino médio isso melhorou muito porque eu já estava surfando, competindo, e as pessoas achavam isso legal – lembra. – Hoje eu amo falar sobre isso, acho que é importante porque com as mídias sociais, muitas crianças que também sofrem bullying podem se identificar.

Brianna diz que o sucesso no esporte a ajudou a mudar totalmente sua percepção sobre sua aparência física. Em vez de um motivo de vergonha, a má-formação na mão passou a ser encarada como uma espécie de superpoder.

– Acho que consigo remar mais rápido porque não tenho dedos, então tem menos resistência na água. Sou muito rápida, esse com certeza é o meu superpoder – brinca.

Por Redação do ge — Rio de Janeiro

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