Esporte
Caboclo foi questionado por diretores da CBF sobre a necessidade da compra de um novo avião neste momento.
CBF encontra interessados e deve vender avião comprado por Caboclo em seu último dia como presidente
Entidade adquiriu aeronave por R$ 71 milhões na última sexta-feira; ideia do presidente afastado era vender o jato atual da entidade e ficar com um mais novo
A CBF encontrou compradores e deve conseguir vender um avião de R$ 71 milhões comprado por Rogério Caboclo no dia 4 de junho, último dia útil em que ele ocupou a presidência da entidade. Tudo indica que o negócio será fechado na segunda-feira, pelo mesmo preço que a CBF pagou. O avião, um Legacy 500 com capacidade para 16 pessoas, fabricado pela Embraer, não deve ser utilizado um dia sequer pela entidade. A compra foi noticiada pelo UOL e confirmada pelo ge.
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Rogério Caboclo — Foto: AGIF Pedro Martins
A entidade também desistiu de vender seu Cessna Citation (para 12 pessoas) por R$ 22 milhões. A diferença, de R$ 49 milhões, é praticamente o valor do superávit da entidade em 2020.
O plano da CBF pós-Caboclo é desfazer o negócio feito pelo cartola em seu último dia útil como presidente. Naquela mesma sexta-feira, o ge revelou a existência de uma denúncia de assédio moral e sexual contra o dirigente. Ele nega as acusações. Dois dias depois da publicação, ele foi afastado da presidência da CBF.
Caboclo foi questionado por diretores da CBF sobre a necessidade da compra de um novo avião neste momento. Segundo o ge apurou, o dirigente queria fechar a compra para poder usar o novo avião durante a Copa América, evento que ele conseguiu trazer para o Brasil.
Ouça áudios da denúncia de assédio contra Rogério Caboclo, afastado da presidência da CBF
A queda de Caboclo
No último domingo, a Comissão de Ética da CBF determinou o afastamento de Rogério Caboclo por 30 dias. Nesse período, a entidade será presidida pelo vice mais velho, Antonio Carlos Nunes. Em caso de destituição do presidente, uma nova eleição deve ser convocada – e só poderão concorrer os oito vices, inclusive Nunes.
O poder de Caboclo começou a ruir quando chegou ao canal da Comissão de Ética da CBF na tarde de sexta-feira e na Diretoria de Governança e Conformidade a denúncia de uma funcionária da entidade. A reportagem do ge naquele dia mostrava os abusos que teriam ocorrido contra a cerimonialista, autora da denúncia, que detalhou episódios vividos por ela desde abril do ano passado.
Rogério Caboclo, presidente afastado da CBF — Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
No documento, ela afirma ter provas de todos os fatos narrados e pede que o dirigente seja investigado e punido com o afastamento da entidade e, também, pela Justiça Estadual. Conta sofrer constrangimentos em viagens e reuniões com o presidente e na presença de diretores da CBF.
No domingo, mesmo dia em que Caboclo foi afastado, o Fantástico exibiu com exclusividade uma gravação na qual o presidente da CBF constrange a funcionária a falar sobre a vida sexual dela, além de se referir de maneira desrespeitosa à própria mulher.
Por Gabriela Moreira e Martín Fernandez — Rio de Janeiro
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