Politica
Cinco senadores disputam, a presidência do Senado e do Congresso Nacional.
Simone Tebet, Rodrigo Pacheco e outros: conheça os candidatos ao Senado
Cinco senadores disputam, nesta 2ª feira (1º.fev.2020), a presidência do Senado e do Congresso Nacional. O vencedor ocupará o cargo pelos próximos 2 anos. Os candidatos são Rodrigo Pacheco (DEM-MG), Simone Tebet (MDB-MS), Major Olímpio (PSL-SP), Jorge Kajuru (Cidadania-GO) e Lasier Martins (Podemos-RS).© Sérgio Lima/Poder260 e 18.out.2017 Simone Tebet (MDB-MS) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) são os 2 candidatos à presidência do Senado com mais chances de vencer no momento
O atual presidente, Davi Alcolumbre (DEM-AP), tinha esperança de concorrer à reeleição. Mas foi barrado por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal).
Diante da decisão, Alcolumbre trabalha para eleger Rodrigo Pacheco, também apadrinhado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, na disputa.
A sessão para decidir quem será o novo presidente deve começar às 14h. Vence em 1º turno o candidato que conseguir ao menos 41 votos. Caso contrário, os 2 mais votados vão ao 2º turno. Depois de o presidente ser eleito, ele assume o cargo imediatamente, e já determina quando será feita a eleição para a Mesa Diretora.
Saiba mais sobre os candidatos:
Rodrigo Pacheco (DEM-MG)
© reprodução/Facebook Pacheco durante debate em comissão no Senado. Aliado de Alcolumbre, é o favorito na disputa pela presidência do Senado
Formado em Direito, está em seu 1º mandato no Senado. Antes, havia sido deputado federal. Tem sua candidatura apadrinhada por Alcolumbre e Bolsonaro. É o predileto entre os colegas para assumir a Casa Alta. Tem apoio até do PT, principal partido de oposição do governo.
Virtualmente, o mineiro já conseguiu os mais de 41 votos necessários para ser eleito. Mas o voto é secreto, o que permite dissidências nas bancadas que já anunciaram apoios a um ou outro candidato.
Segundo o jornal O Globo (para assinantes), Pacheco se reuniu na véspera de Natal com Bolsonaro. Prometeu, se eleito, ajudar o governo em reformas prioritárias.
Em texto (íntegra – 128 KB), apresentado no ato de lançamento da candidatura, o senador diz que vai buscar “garantir as liberdades, a democracia, as estabilidades social, política e econômica do país, bem como a segurança jurídica, a ética e a moralidade pública, com respeito às Leis e à Constituição Federal”, além de “preservar a independência do Senado Federal”.
Pacheco apoiou a proposta do governo de ampliação, com valor menor (R$ 200 ante os R$ 600 pagos anteriormente), do auxílio emergencial para trabalhadores que perderam a renda em razão da pandemia. O mineiro ajudou a aprovar a reforma da Previdência em 2019. Mas, em outro tema, na contramão do governo, votou para derrubar o veto à prorrogação da desoneração da folha de pagamentos em 2020.
O senador diz ainda que terá como foco imediato da atuação legislativa do Senado o seguinte trinômio: saúde pública, crescimento econômico e desenvolvimento social. “Com o objetivo de preservar vidas humanas, socorrer os mais vulneráveis e gerar emprego, renda e oportunidades aos brasileiros e brasileiras, sem prejuízo de outras matérias de igual relevância, que merecerão, a seu tempo, atenção e prioridade.”
Simone Tebet (MDB-MS)
© Sérgio Lima/Poder360 Tebet durante sessão da CCJ do Senado, comissão da qual é presidente
A principal adversária política de Pacheco na disputa pela presidência do Senado é Simone Tebet. Lançou-se candidata independente na 5ª feira (28.jan.2021). Caso vença, será a 1ª mulher a presidir o Senado.
A senadora é filha de Ramez Tebet, ex-senador e ex-governador do Mato Grosso do Sul, morto em 2006. Formada em direito, Simone foi deputada estadual (2003-2005) e prefeita de Três Lagoas (MS), sua cidade natal. Foi acusada de ter desviado recursos das obras de reforma de um balneário do município. Mas o inquérito foi encerrado por ordem do STF.
Segundo a emedebista, o fato de Rodrigo Pacheco ser apoiado por Jair Bolsonaro põe em risco a independência da Casa. Disse que, se eleita, priorizará organizar o plano de imunização, além de uma alternativa para o auxílio emergencial, que respeite as âncoras fiscais, e as reformas econômicas, principalmente a tributária.
Simone era candidata do MDB, maior bancada da Casa, mas desistiu porque a sigla negocia cargos na Mesa Diretora e em comissões com Davi Alcolumbre (DEM-AP), atual presidente e padrinho do candidato Pacheco.
Em 2019, a congressista enfrentou Renan Calheiros (AL), seu colega de partido, apresentando-se como alternativa de renovação.
Simone é crítica do governo Bolsonaro. Em 2019, no auge das discussões sobre a reforma da Previdência, disse que Jair Bolsonaro poderia ajudar “se ficasse calado”.
Major Olímpio (PSL-SP)
Ex-aliado de Jair Bolsonaro, Major Olímpio lançou candidatura desde cedo. Mas não angariou apoio.
“Vou disputar a eleição para presidente do Senado com a mesma sensação do time que entra em campo sabendo que o adversário tem vantagens (cargos e emendas) e tem o juiz como seu parceiro”, disse em nota.
Olímpio lançou-se na disputa para marcar posição. Reconhece a pequena chance de ser eleito. Em 2019, quando ainda era aliado de Bolsonaro, também se candidatou. Mas retirou seu nome da corrida no dia da eleição em apoio a Davi Alcolumbre e contra Renan Calheiros (MDB-AL).
Jorge Kajuru (Cidadania-GO)
© Sérgio Lima/Poder360 Kajuru em entrevista ao Poder360. Senador se lançou candidato, mas de maneira simbólica. Já definiu seu voto em Tebet
O senador apresentou-se para concorrer à presidência, mas pretende apenas confrontar o candidato favorito na disputa, Rodrigo Pacheco. Quer ter a chance de discursar durante 10 minutos e promete desferir críticas aos adversários. Depois, retirará sua candidatura e declarará apoio a Simone.
Nas redes sociais, Kajuru chegou a dizer que Pacheco é “um simples office boy de luxo” de Bolsonaro.
Lasier Martins (Podemos-RS)
© reprodução/TV Senado Lasier Martins classificou sua candidatura como uma “anti-candidatura à situação”
O senador pelo Rio Grande do Sul registrou sua candidatura na 6ª feira (29.jan.2021). Segundo ele próprio, pode ser chamada de anti-candidatura à situação.
“Coloco meu nome pela fidelidade aos princípios do partido, o Podemos: contra as velhas práticas do toma lá dá cá, que é o que está acontecendo com o candidato oficial, através da discriminação na oferta de emendas extras, o que equivale a dizer compra de votos. Além de imoral, tira a independência do Senado, que o subordina ao presidente da República”, disse.
Nathan Victor / MSN.com