Partilha - Virginia Melo
Com a guerra em curso entre Israel e Hamas, as celebrações de natal em Belém foram transformadas.
Belém ganha presépios de ‘destroços’ em meio a guerra entre Israel e Hamas
Com Natal cancelado, Basílica da Natividade e igreja luterana montam presépios como forma de protesto
Com a guerra em curso entre Israel e Hamas, as celebrações de natal em Belém foram transformadas. Segundo a tradição cristã, a cidade na Cisjordânia é o local do nascimento de Jesus. Igrejas como a Basílica da Natividade, uma das mais antigas do mundo, montaram o tradicional presépio em meio a escombros e arame farpado. A cena atrai fiéis para o lado de fora da igreja, que acendem velas e rezam ao redor do local.
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A Igreja Evangélica Luterana da Natividade de Belém montou, dentro da própria capela, um presépio semelhante.
O menino Jesus – envolto num keffiyeh, o lenço xadrez preto e branco que se tornou um símbolo da identidade palestiniana – não está deitado num berço improvisado de feno e madeira. Em vez disso, ele jaz entre os escombros de tijolos, pedras e telhas quebradas que representam grande parte da destruição de Gaza.
Os presépios foram montados como um protesto às ações militares na região.
Em entrevista à BBC News, pastor da igreja luterana Munther Isaac afirmou que, se Jesus nascesse em nossos dias, “ele o faria sob os escombros de uma casa em Gaza”.
— Queremos enviar uma mensagem ao mundo de que o Natal está assim em Gaza e em toda a Palestina. Isto é Natal no local de nascimento de Jesus: crianças assassinadas, casas destruídas e famílias deslocadas.
Belém não terá Natal
A cidade, que cancelou as comemorações do Natal neste ano, não será decorada como tradicionalmente, com enfeites, árvores e luzes. Tradicionalmente, Belém é um dos destinos mais visitados da região no período de Natal, por seu simbolismo para as religiões cristãs. Também não haverá festividades musicais.
A decisão foi tomada por autoridades locais, diante do avanço da violência dos combates, em solidariedade à população palestina em Gaza, sujeita a ataques e bombardeios israelenses desde que o país iniciou uma operação militar em larga escala em resposta ao ataque terrorista do Hamas, em 7 de outubro.
A Igreja da Natividade, Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), normalmente atrai centenas de milhares de turistas todos os anos. Agora, os carros estão estacionados na praça, onde os peregrinos deveriam estar, e os hotéis se encontram vazios.
A onda de violência do conflito entre Israel e Hamas também chegou à Cisjordânia, com cerca de 300 palestinos mortos pelas forças israelenses, ou por colonos, desde 7 de outubro, segundo as autoridades palestinas.
Por O Globo e agências internacionais — Rio de Janeiro