Com a pandemia, empreendedoras usam a criatividade para driblar a crise

Empreendedoras investem em kits de Dia dos Namorados para tentar superar crise na pandemia

Com a pandemia, empreendedoras usam a criatividade para driblar a crise e aproximar casais afastados na quarentena.

Empreendedoras piauienses, que ficaram sem demandas durante o período de quarentena da Covid-19, doença causada pelo coronavírus, decidiram se reinventar e investir em produtos para o Dia dos Namorados como uma forma de garantir renda e superar a crise financeira.

• Veja serviços afetados pelo coronavírus no Piauí
• O que fazer e para onde ir em caso de aparecimento dos sintomas
• Acompanhe a evolução da curva epidêmica no estado

Cestas e doces

É o caso da promotora de eventos Nadynne Medeiros, de 28 anos, que começou a produção de cestas personalizadas para o Dia das Mães e decidiu manter o negócio trazendo produtos com a temática do Dia dos Namorados.

“Todas as festas que eu tinha agendadas foram adiadas e sem uma data para acontecer, porque quando tudo isso começou [a quarentena] ninguém achava que fosse levar tanto tempo. Eu comecei a pensar em criar algo para sair da crise financeira e próximo ao Dia das Mães eu criei as cestas e postei no meu perfil”, explicou.

As cestas personalizadas custam em média R$ 80, mas podem variar de acordo com os produtos que o cliente solicita. O atendimento ao cliente, a criação de arte, criação de conteúdo para as redes sociais, a confecção das cestas e entrega é todo realizado por Nadynne. Segundo ela, é uma forma de controlar a qualidade e higienização da sua casa, que também é o seu ambiente de trabalho.

Cosméticos

Kit de cuidados corporais é aposta para dia dos namorados. — Foto: Arquivo pessoal

A advogada Sabrina Castro, de 28 anos, decidiu investir na venda de cosméticos, pois percebeu que, com a quarentena, as pessoas passaram a ter mais tempo para se cuidar.

“A correria do dia a dia é muito grande e você não tem muito tempo para cuidar da sua saúde. Na quarentena, eu percebi que as pessoas ficando em casa e sem ter como ir para salões de beleza, passaram a investir mais em si mesmas”, continuou.

Advogada decidiu empreender em meio à pandemia. — Foto: Arquivo pessoal

Sabrina também é responsável pela confecção e divulgação do material. Para o dia dos namorados, a microempreendedora decidiu investir em kits personalizados e com entrega grátis. Cada kit custa em média R$ 70, mas pode variar de acordo com os produtos selecionados.

“Nesse período vai ter namorado que não vai conseguir ver a namorada e ainda assim vai querer presentear de alguma forma nesse dia. A gente vai preparar um kit com uma decoração especial e já entrega diretamente para a pessoa que vai ganhar o presente, com alguma dedicatória”, continuou.

Decoração

Estudante de arquitetura fez curso de papelaria e cria surpresas e projetos para eventos, na tentativa de driblar a crise. — Foto: Arquivo pessoal

A estudante de arquitetura da Universidade Federal do Piauí, Ana Júlia Fonseca, de 23 anos, fez um curso online de papelaria personalizada e uniu ao conhecimento que adquiriu na arquitetura para confeccionar projetos de decoração para eventos.

“Eu acho que o principal é o cliente se sentir único e ver que aquele projeto é exclusivo para ele. Eu recebo o pedido com antecedência e estabeleço uma ordem para realizar a confecção. Agora como está se aproximando do dia dos namorados eu estou produzindo, em média, 30 kits por dia”, relatou.

Projeto de decoração com fotos é opção para o dia dos namorados. — Foto: Arquivo pessoal

Ana Júlia recebe ajuda do namorado e da irmã, que auxiliam na confecção e entrega dos kits, para conseguir atender a grande demanda que surgiu para o Dia dos Namorados. O preço de cada projeto pode variar entre R$10 a R$ 160, dependendo dos itens que fazem parte da composição e da festa que a pessoa solicita.

“Tem pessoas que possuem uma família grande e querem fazer uma festa maior, mas também tem pessoas que tem menos gente em casa. Então é muito interessante fazer kits com tamanhos diferentes, pois atinge um público variado”, completou.

*Glayson Costa, estagiário sob supervisão de Maria Romero. / Por Glayson Costa*, G1 PI