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Comemoração do gol Nathan em Atlético-MG 1 x 0 Internacional
Galo não teve atuação brilhante, mas de forma muito consciente, fez o necessário para sair do Beira-Rio com a terceira vitória seguida no Brasileirão
Análise: Atlético-MG faz gol relâmpago, “sabe sofrer” e pesca mais três pontos em Porto Alegre
Começa o jogo no Beira-Rio. O Internacional sai com a bola e imediatamente quatro jogadores do Atlético-MG partem com tudo para a pressão. Jair rouba e deixa para Nathan, que acha Hulk na entrada da área. O camisa 7 domina, mas não consegue finalizar. Menos de um minuto depois, após nova roubada de bola de Jair, o placar está aberto no Beira-Rio. À lá “Galo Doido”, a pressão foi fulminante, e deu resultado.
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A comemoração inusitada de Nathan com os companheiros, simulando uma pescaria bem sucedida, é simbólica. Desfalcado de algumas de suas principais iscas, o Galo foi cirúrgico, fisgou na hora certa e pescou mais três pontos no Brasileirão.
Comemoração do gol Nathan em Atlético-MG 1 x 0 Internacional — Foto: Pedro Souza / Atlético
Terceira vitória seguida no campeonato, a terceira pelo placar mais simples possível: 1 a 0. O Atlético de Cuca mostrou, mais uma vez, que sabe ser sólido defensivamente – e que vive uma fase iluminada, daquelas onde tudo dá certo.
Com oito minutos do segundo tempo, Réver falhou feio ao tentar recuar a bola e deixou Thiago Galhardo cara a cara com Everson. O atacante do Inter, vice-artilheiro do Brasileirão 2020, poderia ter finalizado, mas preferiu driblar o goleiro atleticano e deu o tempo exato para Guilherme Arana aparecer como um jato e cortar a bola, instantes antes do chute fatal.
“A equipe lutou até o fim, soube sofrer na hora de sofrer e saímos daqui com objetivo cumprido. Todo mundo com um excelente trabalho” (Hulk)
Hulk em Atlético-MG x Internacional — Foto: Pedro Souza / Atlético
Não foi uma atuação de gala no Beira-Rio. E pelas circunstâncias, nem seria justo cobrá-la. O Atlético entrou em campo sem quatro titulares absolutos. Entre eles, o cérebro da equipe, Nacho Fernández. O argentino amanheceu com quadro gripal e foi poupado (ele chegou a ser testado para a Covid-19, mas teve resultado negativo).
Para a vaga de Nacho, Cuca optou por Nathan. O camisa 23 não iniciava uma partida desde a semifinal do Campeonato Mineiro, no início de maio. Poderia, mas não sentiu a falta de ritmo. Com um minuto de jogo, o meia fez ótima infiltração, praticamente roubou a bola de Hulk e, cara a cara com o goleiro, finalizou sem chances para fazer o único gol da partida.
“Isso mostra a força do grupo. Independente de quem entra, sempre vai dar o melhor vestindo esta camisa” (Nathan)
Nathan; Atlético-MG — Foto: Maxi Franzoi/AGIF
“Doido” nos dois minutos iniciais, bastou ao Galo ser consistente no restante do jogo. Cadenciando o ritmo, o time mineiro dominou grande parte as ações até os 30 minutos do primeiro tempo. Depois, quando viu o Inter crescer, “soube sofrer” bem postado na defesa.
O Colorado teve mais posse de bola, mais finalizações e até construiu boas chances, como na tentativa de Edenílson, no primeiro tempo, na já citada grande oportunidade de Thiago Galhardo, na etapa final, e na chegada de Maurício, após cruzamento rasteiro (veja os melhores lances acima). Mas, no fim das contas, fica o fato de que Everson deixou o gramado sem nenhuma grande defesa.
Destaca-se a grande atuação de Guga na lateral direita, contendo Patrick, e o bom posicionamento da defesa reserva, formada por Réver e Gabriel, que se posicionou bem diante das inúmeras bolas aéreas alçadas à área atleticana.
“Sofrimento faz parte da vitória. Entrega, dedicação. Estamos de parabéns em todos esses quesitos (Cuca).
Cuca, durante duelo entre Inter e Atlético-MG — Foto: ge
Além dos três pontos, o Atlético deixa Porto Alegre com muitos motivos para comemorar. Se diz o ditado que ataques ganham jogos, mas são as grandes defesas quem conquistam campeonatos, o torcedor atleticano pode se animar. Ainda é (muito) cedo, mas este Galo vem provando, jogo a jogo, ter a consistência necessária para sorrir ao fim de uma longa competição.
Por Marcelo Cardoso — Belo Horizonte
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