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Da esquerda para a direita: Alcino R., G. Föppel, Ednaldo R. e Helio S. M. Junior. Cúpula da CBF quer a Copa de 2027 no Brasil

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Setor VIP, exclusividade de estádios, isenção fiscal: a lista de exigências iniciais da Fifa para a Copa 2027

CBF e Governo Federal têm encontro agendado para primeira semana de abril para discutir candidatura. Fifa considera requisito fundamental mínimo de 10 estádios por candidatura – oito já existentes

Em viagem com a seleção brasileira para a partida contra Marrocos neste sábado, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, tem reunião agendada na primeira semana de abril no Ministério do Esporte, em Brasília. A reunião serve para avançar em definições de cidades-sedes, possíveis estádios e toda a estrutura que envolve a candidatura para a Copa do Mundo feminina de 2027.

Ednaldo escalou para acompanhar de perto o tema o novo secretário-geral da CBF, Alcino Reis Rocha. Ele foi Secretário Nacional de Futebol e Defesa do Torcedor do Ministério do Esporte no segundo mandato do presidente Lula e coordenador do grupo executivo da Copa do Mundo de 2014.

+ CBF quer Brasil como sede da Copa do Mundo feminina em 2027

Da esquerda para a direita: Alcino Rocha, Gamil Föppel, Ednaldo Rodrigues e Helio Santos Menezes Junior. Cúpula da CBF quer a Copa de 2027 no Brasil — Foto: Leandro Lopes/CBF

Da esquerda para a direita: Alcino Rocha, Gamil Föppel, Ednaldo Rodrigues e Helio Santos Menezes Junior. Cúpula da CBF quer a Copa de 2027 no Brasil — Foto: Leandro Lopes/CBF

+ Copa-2014: oito anos depois, falta pagar mais de R$ 1,5 bilhão de financiamento dos estádios

Depois de Brasília, Ednaldo volta à Europa para dois jogos da seleção brasileira feminina, contra a Itália, na Finalíssima, dia 6 de abril, e depois em amistoso contra a Alemanha, dia 11. É depois deste compromisso na Alemanha que o presidente da CBF pretende investir na contratação de novo treinador para a seleção brasileira.

A Copa de 2027 terá 32 seleções com oito grupos e 64 paritidas. A Fifa determina série de regras específicas relacionadas a estruturas de estádios, tais como:

  • Cada candidato deve contar ao menos com oito estádios para organização a competição.
  • A Fifa considera “requisito fundamental propor mínimo de 10 estádios por candidatura” para processo de seleção dos estádios escolhidos.
  • Outro pré-requisito: a candidatura deve incluir mínimo de outo estádios já existentes.
  • O que é um estádio já existente? Um que já está em atividade ou passa por reformas ou no caso de que o estádio esteja em construção. Para citar exemplo prático, o estádio do Atlético-MG, que vai ser inaugurado em 2023, contaria no conceito de “estádio existente”

Sobre a capacidade dos estádios, a Fifa também faz lista de observações no documento original de candidaturas, o que inclui mínimo de 800 cadeiras para assentos VIP na partida inaugural e final, por exemplo, além de período de uso exclusivo de cada estádio 14 dias antes da primeira partida e até cinco dias depois de receber o último jogo.

  • Para partidas da fase de grupos – com exceção do evento de abertura – e até as quartas de final, deve haver capacidade mínima de 20 mil lugares sentados.
  • Para jogos de semifinais, a capacidade mínima de assentos é de 40 mil lugares
  • Para a abertura e para as finais, a capacidade mínima é de 65 mil lugares.
  • Hoje, no Brasil, de acordo com o último Cadastro Nacional de Estádios publicado pela CBF em 2016, apenas quatro estádios teriam capacidade mínima para sediar estas duas partidas: Maracanã (78.838 lugares), Mané Garrincha (72.788 lugares), Mineirão (75.783 lugares) e Morumbi (72.039 lugares).

Destes locais citados, apenas o governo de Minas Gerais e a prefeitura de Belo Horizonte ainda não manifestaram publicamente desejo de sediar o Mundial de 2027, caso o Brasil vença a disputa. As prefeituras do Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Salvador, Belém, Fortaleza, Cuiabá, Manaus e o Distrito Federal já sinalizaram o desejo de receber os jogos em 2027.

As exigência da Fifa de flexibilização de leis e condições para que cada país receba a Copa de 2027 é muito semelhante ao de 2014. Cada candidatura deve conter declaração de representante da figura máxima do poder executivo, estadual e municipal, além de assinatura do ministro da Justiça para garantias em processos de visto de trabalho, de permissão e ingresso no país; de isenção fiscal à Fifa; ainda mais garantias de segurança, de proteção e de exploração de direitos comerciais.

Cada candidatura também deve apresentar pelo menos 40 hotéis e 40 campos de treinamento para as delegações e apresentar informes sobre situação de segurança pública, de condições políticas e de transporte de cada país. O que é levado em consideração para a escolha final.

Sedes em 2014

Para a Copa de 2014 – a segunda da Fifa sediada pelo Brasil (a primeira foi em 1950) -, foram escolhidas 12 cidades-sedes entre 18 que manifestaram interesse. Ficaram de fora Belém, Florianópolis, Goiânia, João Pessoa, Rio Branco e Teresina.

Em 2014, para construções, reformas e modernizações de estádios – muitos viraram arenas multiusos e encolheram com as mudanças de arquitetura entre outras alterações – houve gastos estimados em R$ 27,1 bilhões – maior parte saindo de cofres públicos.

Reportagem do ge do ano passado mostra que governos estaduais, concessionárias e clubes responsáveis por estádios usados na Copa do Mundo de 2014 ainda devem no mínimo R$ 1,5 bilhão em financiamento pelas obras.

Brasil na Copa feminina

A próxima Copa Feminina será disputada entre 20 de julho e 20 de agosto, na Austrália e na Nova Zelândia. A seleção brasileira está no Grupo F, com Panamá, França e Jamaica.

Cronologia da escolha para 2027

Em documento de 43 páginas divulgado nesta semana, a Fifa lançou espécie de pedra fundamental para as candidaturas com os seguintes prazos:

  • 21 de abril – declaração de interesse das federações na candidatura individual ou conjunta
  • 19 de maio – declaração de garantias para cumprimento de acordos considerados chaves para candidatura
  • 23 de maio – A Fifa envia aos interessados série de documentos relativos à candidatura e também sobre a organização
  • Agosto de 2023 – seminários sobre cada candidatura
  • 8 de dezembro – apresentação das candidaturas
  • fevereiro de 2024 – visitas de inspeção
  • maio de 2024 – publicação do informe de avaliação das candidaturas, com a seleção de finalistas
  • segundo trimeste de 2024 – anúncio do país ou país anfitrião da Copa do Mundo de 2027 no Congresso da Fifa.

Por Raphael Zarko — Rio de Janeiro

Ge.globo.com

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