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Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan, durante coletiva de imprensa

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Dimas Covas deixa direção do Instituto Butantan

Diretor-geral do instituto pediu para deixar cargo nesta quarta-feira. A GloboNews apurou que gastos da Fundação Butantan com contratos sem licitação, obras e altos salários foram determinantes para a crise que resultou na saída de Dimas nesta quarta.

O diretor-geral do Instituto Butantan, Dimas Covas, pediu a exoneração do cargo na entidade nesta quarta-feira (30). Em nota, a Secretaria Estadual de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde, pasta a qual o instituto é vinculado, informou ter aceitado o pedido.

“O professor Dimas Covas pediu sua exoneração, que foi aceita pela Secretaria de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde, à qual o Instituto Butantan é vinculado. Sendo assim, Dimas deixou a direção do Instituto Butantan em 11 de novembro, na mesma data em que se deu a sua nomeação para a Fundação Butantan. A publicação ocorrerá nos próximos dias no Diário Oficial do Estado, com data retroativa”, diz o texto.

GloboNews apurou que gastos da Fundação Butantan com contratos sem licitação, obras e altos salários foram determinantes para a crise que resultou na saída de Dimas Covas do comando da entidade.

A reportagem confirmou que o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) apura a legalidade de contratos na área de tecnologia da informação, fechados sem licitação pela Fundação Butantan, que totalizam mais de R$ 150 milhões. A empresa contratada é fornecedora de um software.

Uma das supostas ilegalidades investigadas pelo tribunal é o risco de superfaturamento nesta contratação.

Só um desses contratos totaliza R$ 91,2 milhões, segundo despacho do tribunal obtido pela reportagem. Um outro contrato, de R$ 66 milhões, também é alvo de apuração feita por técnicos do tribunal.

Um trecho do despacho, expedido pela conselheira Cristiana de Castro Moraes, diz o seguinte: “(…) Determinadas condições contratuais indicam que todas as salvaguardas previstas beneficiam mais a contratada (…), o que pode oferecer sério risco à normalidade operacional da Fundação Butantan, que é responsável pela produção e distribuição de vacinas ao Ministério da Saúde”.

Com a documentação e as informações de que já dispõem hoje, pessoas que participam desta apuração no tribunal avaliam que, ao fazer a contratação sem licitação, a Fundação impediu a possibilidade de uma maior competição entre possíveis fornecedores.

A reportagem entrou em contato por telefone com o secretário David Uip e com Dimas Covas na tarde desta quarta-feira, para que se posicionassem, mas eles não atenderam.

Dimas deve permanecer, porém, no comando da fundação, que oferece apoio às atividades do instituto, de forma a manter o desenvolvimento científico e a produção de imunobiológicos para o Ministério da Saúde.

Chegada ao instituto

Dimas Tadeu Covas, que teve destaque no apoio à gestão a pandemia de coronavírus, em que o Instituto Butantan assumiu a produção da vacina CoronaVac em parceria com a chinesa Sinovac, chegou para comandar o instituto em fevereiro de 2017.

Pesquisador, professor da Faculdade de Medicina da USP-Ribeirão Preto e presidente da Sociedade Brasileira de Hematologia, seu nome foi escolhido para substituir o então diretor Jorge Kalil. À época, uma auditoria interna do centro de pesquisa, apontava uma série de irregularidades financeiras e administrativas na instituição, como contratações suspeitas, gastos excessivos, negócios com empresas fantasmas e inchaço no instituto. Kalil sempre negou as acusações.

Por Léo Arcoverde, GloboNews — São Paulo

G1.globo.com

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