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Diniz X Guardiola na final do Mundial

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Mais do que uma final, será possível ver um duelo de estilos que, apesar de diferentes, são muito comparados entre si.

Diniz x Guardiola: entenda como estilos de Fluminense e City, apesar de parecidos, são muito diferentes

Comentarista do Grupo Globo explicam porque semelhança em ter a posse da bola não torna igual o estilo de jogo de Fernando Diniz e Pep Guardiola

Ao traçar um perfil sobre o Fluminense, o site oficial do Manchester City lembrou do apelido de “Guardiola brasileiro” dado a Fernando Diniz. Porém, no mesmo texto, destaca que o treinador rechaça a comparação. Ainda assim, é impossível não associar a decisão do Mundial de Clubes aos treinadores. Mais do que uma final, será possível ver um duelo de estilos que, apesar de diferentes, são muito comparados entre si. Mas por que?

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ge ouviu comentaristas para responder a pergunta: o que há de igual e diferente entre “Dinizismo” e “Guardiolismo”. Entre as respostas, muita tática está envolvida, desde a maneira de atacar até a diferença de material humano entre Fluminense e Manchester City. Certo é que são dois treinadores que bebem da mesma inspiração, mas a aplicam de formas diferentes.

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Jeito de atacar é diferente

Primeiramente, o comentarista Rodrigo Coutinho é enfático ao dizer que o jeito de atacar do “Dinizismo” é construído de forma bem diferente ao do “Guardiolismo”. Apesar de os dois terem como característica a troca de passes, a forma de movimentação e de como os jogadores se comportam no gramado é exclusiva de cada um.

— Muito se falou no início da carreira do Diniz que ele tentava montar os times do mesmo jeito do Guardiola, mas a semelhança é o gosto pela posse de bola. A forma como os times dos dois fazem para atacar é bem diferente. Vai além dessa questão de sair jogando com passe curto. O Guardiola é o principal expoente do jogo de posição, onde cada jogador ocupa um espaço no gramado, se mexe dentro desse espaço. E você tem as linhas de passe formadas de uma forma mais natural – disse, para completar:

— Já o Diniz, não. Ele busca exatamente o contrário disso. Que é fazer com que os jogadores vão até o setor da bola. No jogo de posição, cada jogador espera a bola chegar no seu setor. Não é o jogo que o Diniz busca. Por isso que a gente vê, às vezes, o Arias e o Keno, que são os dois pontas, no mesmo lado. Vê o Marcelo pelo lado direito, dois volantes do mesmo lado da jogada, às vezes até o Cano, que é o centroavante por ali. Então, existe essa diferença entre os dois, acho que por mais que tenham semelhanças na ideia geral, de ser protagonista do jogo com a bola, privilegiar a qualidade técnica dos jogadores para escalar as equipes, a forma como fazem para atacar é bem diferente, é muito diferente.

Diniz enfrenta Guardiola na final do Mundial — Foto: Editoria de Arte

Diniz enfrenta Guardiola na final do Mundial — Foto: Editoria de Arte

“Guardiola é ordem, Diniz é o caos”

Para Cabral Neto, comentarista do Grupo Globo, é possível associar Guardiola e Diniz a adjetivos opostos. Para ele, Guardiola e Diniz “parecem ter estudado na mesma escola, mas com professores diferentes”. Enquanto um quer bagunçar o jogo, o outro quer controlá-lo:

— O futebol é o jogo mais imprevisível que existe e Diniz abraça essa anarquia, Guardiola prefere ter o controle, busca minimizar seus efeitos com repetição e até uma boa dose de previsibilidade tática.

— Diniz e Guardiola querem o mesmo no jogo. Ambos enxergam a disputa como uma batalha por imposição, controle da posse de bola, combatividade na marcação e acúmulo de finalizações, mas percorrem caminhos distintos pra chegar ao mesmo ponto. Guardiola é ordem, Diniz é caos. Fernando trabalha para bagunçar o jogo, o Fluminense é treinado pra parecer ser indisciplinado taticamente, muita aproximação, toques curtos variando com viradas de jogo, pontas aparecendo do mesmo lado da jogada, laterais chegando por dentro e alta rotatividade. Pep é sistema, ocupação de espaço, não ser refém da posição da bola, paciência e um alto nível de soluções coletivas.

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Diferença de material humano

Por fim, o ex-lateral e hoje comentarista Ramon lembra que, devido à diferença de material humano entre as equipes, é mais fácil se adaptar ao estilo de Guardiola do que ao de Diniz. Porém, não será isso que irá definir quem levará a melhor na final do Mundial de Clubes.

— A diferença começa passando pela diferença de material humano. Esse jogo posicional do Guardiola é muito estudado, é um trabalho muito longevo, que qualquer um que entrar ali vai se adaptar rápido. Já o do Diniz, nitidamente, demanda tempo pra poder render.

— Esse jogo posicional, faz com que os jogadores do Guardiola descansem mais com a bola, se desgastem menos. Eles estão sempre bem posicionados, sempre tem um jogador muito próximo da bola na marcação se o time adversário conseguir sair da pressão. Os jogadores já estão treinados para os movimentos que tem que fazer. Para essa final, eu não acredito que o Diniz vai pressionar o Manchester City lá. Eu acho que ele vai realmente se fechar no seu estilo, mas quando tiver a bola, vai tentar jogar.

Pep Guardiola, em treino do Manchester City antes da estreia no Mundial de Clubes — Foto: Amr Abdallah Dalsh/Reuters

Pep Guardiola, em treino do Manchester City antes da estreia no Mundial de Clubes — Foto: Amr Abdallah Dalsh/Reuters

A decisão do Mundial de Clubes acontece nesta sexta-feira, às 15h (Brasília). Se houver empate no tempo normal, haverá prorrogação. A persistir a igualdade, o campeão será conhecido na disputa por pênaltis.

Por Davi Barros e Marcello Neves — Rio de Janeiro

Ge.globo.com

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