Esporte
Emmanuel Macron, presidente da França, teve vários embates com Boris Johnson, ex-Primeiro Ministro da Inglaterra
Muito além do futebol: Inglaterra e França forjaram rivalidade entre guerras e conflitos econômicos
Rivais históricos no campo e fora dele, ingleses e franceses lutam por vaga na semifinal
Ao pisarem no gramado do Al Bayt no próximo sábado, às 16h, os jogadores de Inglaterra e França carregarão uma rivalidade que vai muito além do futebol. Ao longo da história, os dois países protagonizaram uma longa lista de episódios de conflitos, resolvidos, por vezes, em guerras. Nas quartas de final da Copa do Mundo do Catar, o duelo será na bola. Mas nem por isso cercado de menos tensão.
Ao longo dos séculos, Inglaterra e França construíram uma relação de altos e baixos. Ainda na Idade Média, os dois países protagonizaram uma das guerras mais longevas da história da Europa. Na Guerra dos 100 anos – que durou mais, entre 1337 e 1453 -, britânicos tentaram reivindicar o trono francês, entre outros motivos. No fim, porém, a França levou a melhor.
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França e Inglaterra se enfrentaram em amistoso em 2017 — Foto: Reuters
A partir dali, ao longo dos séculos seguintes, os países se envolveram em outros conflitos. França e Inglaterra estiveram em lados opostos durante o processo de independência dos Estados Unidos. Os franceses deram força à intenção dos americanos. Os britânicos, claro, não queriam abrir mão de sua colônia na América do Norte e não gostaram do apoio.
Mais tarde, em 1806, a Inglaterra sofreu com o bloqueio continental imposto por Napoleão Bonaparte. Em seu projeto imperialista, o imperador francês fez do país britânico um de seus maiores rivais. Com o bloqueio, tentou arruinar a economia inglesa. Não conseguiu, mas causou estragos.
Alianças ocasionais também permearam a relação dos países, como no combate à Alemanha Nazista na 2ª Grande Guerra Mundial ou na tentativa de frear a expansão socialista da União Soviética. Mas nenhuma delas freou a rivalidade que dá o tom a quase tudo que envolve os dois países.
Emmanuel Macron, presidente da França, teve vários embates com Boris Johnson, ex-Primeiro Ministro da Inglaterra — Foto: Divulgação
Nos últimos anos, diante do movimento britânico de saída da União Europeia, o Brexit, a relação voltou a ficar tensa. A França sempre se mostrou contra a decisão, com o discurso de fortalecimento das relações entre países europeus. Por outro lado, o governo britânico queria ampliar conversas individuais para além do continente.
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A saída deu início a uma série de conflitos de interesses entre os dois países. No ano passado, a liberação de licenças para que embarcações francesas pudessem pescar em águas britânicas gerou uma disputa permeada por ameaças dos dois lados. A trégua só foi estabelecida em abril deste ano
Até os idiomas são fonte de rivalidade. Metade do vocabulário britânico é derivada do francês. Até o início do século XX, o francês chegou a ser a principal língua falada no mundo. Aos poucos, porém, perdeu espaço para o inglês, ainda que por muita influência, também, dos Estados Unidos.
E em campo?
Esse será o terceiro confronto entre Inglaterra e França em uma Copa do Mundo, mas o primeiro em um mata-mata. Por enquanto, a vantagem é britânica. São duas vitórias até aqui, sempre ainda na fase de grupos:
- Copa do Mundo de 1966 — Inglaterra 2 x 0 França — Fase de grupos
- Copa do Mundo de 1982 — Inglaterra 3 x 1 França — Fase de grupos
A França, porém, chega com um leve favoritismo. Campeã em 2018, conta com a ótima fase de Kylian Mbappé para buscar o tri – também conquistaram o título em 1998. Do outro lado, ingleses apostam em uma seleção recheada de jovens como Jude Bellingham e Saka para voltar às semifinais.
O último confronto entre as duas seleções foi em um amistoso, em 2017, em Paris. E a França levou a melhor. Harry Kane até marcou duas vezes, mas não foi o suficiente. Umtiti, Sidibé e Dembélé deram a vitória para a seleção francesa por 3 a 2.
Kane marcou duas vezes, mas não evitou a derrota para a França em 2017 — Foto: Reuters
Por Redação do ge — Doha