SIGA O 24H

Esporte

Everton Cebolinha, Fabrício Bruno e Pablo estiveram em alto nível durante América-MG

Publicado

em

Compartilhar isso...

Análise: “Flamengo do Brasileiro” domina e exibe trunfos em ascensão para ajudar o time das Copas

Equipe B de Dorival Júnior é melhor contra o América-MG e consegue chegar ao gol adversário tanto pelos flancos quanto por jogadas construídas por dentro

O decantado “Flamengo das Copas” teve em quem se inspirar nesse fim de semana. O “Flamengo do Brasileiro” transformou jogo com cara de amistoso em confiança e esperança de que Dorival Júnior pode cada vez mais apostar em seus reservas para a final da Libertadores. Dominou o América-MG do início ao fim em seu território e venceu por 2 a 1. E exibiu repertório.

+ Dorival elogia vitória do Flamengo e projeta de quatro a cinco titulares contra o Santos

Everton Cebolinha, Matheus França e Fabrício Bruno mostraram-se bons trunfos para mudar um eventual confronto truncado em Guayaquil, mas não só os três foram bem.

Reservas em franca ascensão dão tranquilidade a Dorival Júnior para o atual cenário de final de temporada, com jogadores apresentando desgaste físico e a consequente necessidade de substituições ao longo dos jogos. São fundamentais principalmente depois de uma final de Copa do Brasil em que o Flamengo mostrou dificuldade para matar os jogos.

Everton Cebolinha, Fabrício Bruno e Pablo estiveram em alto nível durante América-MG x Flamengo — Foto: Marcelo Cortes/Flamengo

Everton Cebolinha, Fabrício Bruno e Pablo estiveram em alto nível durante América-MG x Flamengo — Foto: Marcelo Cortes/Flamengo

Repertório variado

O primeiro lance de perigo do jogo exibiu as principais figuras ofensivas: Victor Hugo lançou em profundidade, Cebolinha avançou e tocou para Matheus França chutar com perigo. Os dois últimos foram destaques do time no Independência, e outro, mesmo oscilante, reafirmou que é capaz de quebrar linhas quando entra no jogo.

Àquela altura, o Flamengo, mesmo com a equipe B, indicava que faria justiça aos incessantes gritos de “campeão”, cantados pela equipe do aquecimento ao apito final do árbitro Jean Pierre Gonçalves Lima. Dominava e sabia buscar o ataque por diferentes frentes.

Se o “time das Copas” tem insistido em construir pelo meio, o “Flamengo do Brasileiro” explorou muito bem as pontas. Com apoio dos laterais, Everton Cebolinha, este o melhor em campo, e Marinho conseguiam chegar à linha de fundo com frequência.

Tinham profundidade também pela boa comunicação com Matheus França, figura crucial na vitória, e também diante das esporádicas, porém importantes aparições de Victor Hugo.

Quando Victor aparecia, logo encaixava uma bola no ponto futuro para os atacantes explorarem. É bem verdade que ele se mais presente no segundo tempo.

Gol de paciência

R

Melhores momentos: América-MG 1 x 2 Flamengo pela 33ª rodada do Brasileirão 2022

Dos 9min30s aos 10min13s, o Flamengo girou a bola de uma ponta à outra com sete jogadores e chegou à linha de fundo após tabela entre Marinho e João Gomes. O primeiro lançou por cima de trivela, e o outro tentou o cruzamento e ficou com escanteio. Marinho bateu, Matheus França antecipou e cabeceou no fundo do gol.

A paciência ficou expressa na figura de Marinho, jogador agudo e que costuma acelerar o jogo. Dentro desses 43 segundos de bola rondando a área do América, teve duas opções simples de passe na ponta direita quando Matheuzinho e Matheus França se apresentaram. Teve calma, parou, pensou e começou. De tanto planejar, o Flamengo marcou.

Se o autor da assistência para o gol levava vantagem contra Danilo Avelar por um lado, Cebolinha deitava em Cáceres pelo outro. De tanto sobressair, marcou pelo segundo jogo consecutivo no Brasileiro. É verdade que seus marcadores deram espaço, mas Cebolinha, por sua velocidade e confiança, conquistou o ângulo que queria para bater com a força desejada e recolocar o Flamengo à frente.

Ah, não falamos do gol do América. Mas é importante tratá-lo como detalhe. Saiu numa jogada em que houve tomada de decisões equivocadas da defesa e acabou validado em lance de interpretação de Jean Pierre. De resto, o Coelho chegou num contra-ataque em que Everaldo parou em Hugo e num chute à direita do goleiro que provavelmente o VAR chamaria para revisão após falta não marcada em João Gomes.

Etapa final sem gols, mas com animação

Como o jogo tinha cara de amistoso para o Flamengo, um segundo tempo sem gols pode sugerir duelo morno. Isso não aconteceu. Enquanto teve fôlego, Cebolinha continuou driblando e achando passes interessantes. Um deles Victor Hugo não aproveitou. Pouco depois, foi o próprio Everton quem vacilou e recuou para o goleiro Matheus Cavichioli após ótima enfiada de Marinho.

A etapa também serviu para o despertar de Victor Hugo. Se fora disperso no primeiro tempo, foi ele quem criou as principais chances pelo meio com suas passadas largas e passes certeiros. Passou por marcadores com facilidade que lhe permitiram ora chegar ao fundo e ora aparecer na meia-lua para servir Marinho – uma pena que o camisa 31 isolou excelente oportunidade.

Mas também não é justo fazer referência somente ao infeliz chute. Marinho seguiu driblando muito no segundo tempo. Impressionou como conseguia fazer o facão e carregar da ponta ao meio tanto para tentar chutes quanto para clarear para Cebolinha na esquerda.

Matheus França, para além do gol, terminou a primeira etapa como maior desarmador do Flamengo. No segundo tempo, deu opção frequentemente, descolou passe de letra na ponta e apareceu para finalizar. Está cada vez mais à vontade centralizado e definitivamente passou à frente de Mateusão, que é centroavante de ofício.

Fabrício Bruno e o sistema defensivo

Por que citamos Fabrício Bruno no topo da matéria e ainda não falamos dele? Simplesmente porque foi ele quem evitou possíveis lances de perigo do América. Não precisou salvar bolas em cima da linha ou enfileirar desarmes. Matava a jogada na base do tempo de bola, na velocidade e na recuperação.

Wellington Paulista nem voltou para o segundo tempo depois de ser anulado por Fabrício. No jogo aéreo, também teve muito destaque e sempre apareceu como opção para o passe longo. Não é titular porque David Luiz e Léo Pereira vivem momento iluminado, mas o mineiro de Contagem cada vez mais reforça o quanto o Flamengo acertou ao tirá-lo do Bragantino.

Pablo, que formou zaga com Fabrício, também fez partida segura. Talvez o bote na meia-lua durante a construção do América não tenha sido o mais acertado, mas de resto combateu com eficiência e pisou no campo ofensivo para ajudar o Flamengo a empurrar seu adversário.

Os laterais também tiveram papel importante. Ayrton Lucas, jogador reconhecidamente ofensivo, mais uma vez apareceu bem na marcação. Matheuzinho, por sua vez, teve atuação equilibrada e deu a Marinho oportunidades para ir ao fundo.

Esse quarteto, aliás, contou com a boa proteção de João Gomes. Nem fez das suas melhores partidas, porém mais uma vez terminou como líder de desarmes do time e mostrou-se titular de peso de Dorival Júnior.

Alternativas para a final da Libertadores

Se o Flamengo não conseguiu ser dominante nas finais com o Corinthians, o que venceu o América foi. Teve mais volume, finalizações (15 a 9), posse de bola (56%) e variação de repertório.

Se o calo apertar contra o Athletico-PR, Cebolinha parece pronto para mudar jogos e furar retrancas. Se volantes faltarem, David Luiz pode ser adiantado para Fabrício Bruno alinhar na defesa com Léo Pereira. Se for necessário juventude, Matheus França e Victor Hugo também estão à disposição.

Faltam seis dias para a final da Libertadores, e o rubro-negro que gosta de brincar de treinador em casa tem alternativas de sobra para desenhar cenários enquanto sonha com o esperado tri da competição. Para quem está aflito e ansioso pela decisão, a vitória sobre o América foi um animador passatempo.

Por Fred Gomes — Belo Horizonte

Ge.globo.com

COMENTÁRIOS

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade