Esporte
Favoritismos apresenta o potencial que cada time carrega para a rodada #26 do Brasileirão
Nos últimos dois jogos, São Paulo levou em contra-ataques seis finalizações do Botafogo e seis do Corinthians, que fez assim o gol da vitória. O Atlético-MG é o time com mais gols em contragolpes do Brasileirão
Favoritismos #26: veja quais equipes têm mais chances de vencer na rodada do Brasileiro
Favoritismos apresenta o potencial que cada time carrega para a rodada #26 do Brasileirão. Nesta edição, compara o desempenho nos últimos 60 dias como mandante ou visitante em todas as competições e também nos últimos seis jogos independentemente do mando, considerando as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro. Em parceria com o economista Bruno Imaizumi, analisamos 70.635 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 2.907 jogos de Brasileirões desde 2013 que servem de parâmetro para entender a produtividade atual de cada equipe. Esta edição leva em consideração apenas os jogos realizados até a segunda-feira passada, dia 15/12. Devido à antecipação do início da rodada #26 para quarta-feira, as demais partidas não puderam ser incluídas antes da publicação desta edição. Obrigado pela leitura. Ótimo jogo. Saúde!
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> São Paulo
- O São Paulo é o único mandante invicto do Brasileirão e tem a melhor campanha caseira (8V, 4E, 0D, 78%). Se destaca por ter a melhor defesa mandante, com seis gols sofridos em 12 jogos (média 0,5). Recebe o Atlético-MG, quinto melhor visitante (5V, 1E, 6D, 44%), quarto melhor ataque visitante (média 1,25), mas a quinta pior defesa visitante. Nos últimos quatro jogos com este mando pela Série A, o São Paulo venceu um, empatou um e perdeu dois.
- Embora seja favorito, o São Paulo perdeu Luciano, por lesão. Dos 527 jogadores que fizeram ao menos uma finalização no Brasileirão sem contar pênaltis, Luciano é o segundo mais eficiente com uma vantagem estatística de 5,5 gols marcados a mais do que se esperava dele pelas características das finalizações que fez. Deve ser substituído por Pablo, que dos 527 jogadores, é o segundo mais ineficiente, tendo feito 2,6 gols menos do que a expectativa de gol (xG).
- O Atlético-MG é a equipe com mais gols feitos em contra-ataques (sete), e o São Paulo já levou cinco gols assim, mesmo número do Atlético-MG, terceiro piores desempenhos defensivos no quesito. O São Paulo só fez dois assim, 12ª marca. Nos últimos dois jogos, o São Paulo levou em contragolpes seis finalizações do Botafogo e seis do Corinthians, que fez assim o gol da vitória. Há grande potencial para gol assim.
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Empate
- O Atlético-GO tem o segundo pior aproveitamento mandante do Brasileirão (2V, 6E, 4D, 33%) e recebe o Fluminense da sétima campanha visitante (4V, 3E, 5D, 42%). São duas das oito equipess que menos cartões amarelos receberam na competição: o Atlético-GO é o quarto, com 55 cartões (média 2,20), e o Fluminense, o oitavo com 58 cartões (média 2,32).
- Um problema para o Atlético-GO é ser a sétima equipe que mais finaliza entre os mandantes (média 14,0), mas tem a quarta pior eficiência, precisando de 12,9 finalizações para fazer um gol. A equipe é a terceira equipe que maior proporção de finalizações de fora da área. Fora de casa, o Fluminense sofre 13,0 finalizações em média por jogo (nona marca) e leva um gol a cada 10,4 conclusões (oitava marca defensiva).
- No ataque, o Fluminense é o 12º visitante em média de finalizações (10,4) e oitava em eficiência, com um gol a cada 9,6 conclusões. Em casa, o Atlético-GO leva em média 12,6 finalizações (15ª marca) e suporta 9,4 finalizações até levar um gol (também a sexta pior marca). O Atlético-GO não vence em casa há seis jogos (três empates e três derrotas (17%)). Nos últimos seis jogos fora, o Fluminense venceu três, empatou duas e perdeu uma (56%).
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Grêmio
- Os dados acima não consideram Santos x Grêmio, disputado após o fechamento desta edição. O Sport tem a 12ª campanha mandante (6V, 0E, 6D, 50%) e recebe o Grêmio, quinto melhor visitante (3V, 7E, 2D, 44%) e melhor defesa visitante do Brasileirão com nove gols sofridos em 12 jogos (média 0,75). O ataque gremista é que deixa a desejar, com o terceiro pior desempenho dez gols em 12 jogos (média 0,83).
- A esperança do Sport está na bola aérea: a equipe fez seis dos últimos dez gols a partir do jogo aéreo e dos dez gols anteriores, foram nove. Esse é o ponto fraco da defesa do Grêmio, que levo oito dos últimos dez gols dessa forma e seis dos dez anteriores. O Grêmio fez quatro dos últimos dez e cinco dos dez anteriores pelo alto, mas como o Sport leva 60% de seus gols pelo alto, é grande o potencial de gol aéreo para qualquer um dos times.
- Em média, o Sport faz 12,4 finalizações por jogo quando mandante (13º desempenho) e precisa de 11,5 para conseguir um gol (15º desempenho caseiro). Fora de casa, o Grêmio sofre 10,6 finalizações por partida (terceira menor média) e suporta em média 14,1 finalizações até sofrer um gol , segunda melhor marca visitante. No ataque, faz 12 conclusões, mas precisa de 14,4 para marcar, quarto pior eficiência visitante. Em casa, o Sport permite 12,4 finalizações por partida e leva um gol a cada 11,5 tentativas, sexta pior marca mandante.
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Empate
- Os dados acima não levam em conta Palmeiras x Libertad, realizado após o fechamento desta edição. O Internacional domina esse confronto quando mandante. Houve seis vitórias do Inter contra apenas uma (em 2016) do Palmeiras em 12 jogos de 2006 em diante pela Série A. Houve cinco empates. Neste ano, o Palmeiras tem a segunda melhor defesa visitante, com 11 gols sofridos em 12 jogos (média 0,92). O Internacional está com o terceiro melhor ataque mandante, com 22 gols marcados em 12 jogos (média 1,83).
- O Palmeiras é a quarta equipe mais punida com cartões amarelos (65 e média 2,71), e o Internacional é a quinta mais punida (67 e média 2,68). A equipe paulista recebeu quatro cartões vermelhos, e a gaúcha, seis. O Palmeiras já fez cinco gols em contra-ataque (segunda maior marca), três deles quando visitante (maior marca), e levou dois. O Internacional já fez três gols em contra-ataque (nona marca), ambos quando mandante (quarta marca) e levou quatro, sendo dois deles quando mandante (segunda pior marca junto com cinco outros times).
- O ataque do Internacional é o segundo mais eficiente entre os mandantes, com média de um gol marcado a cada 6,6 tentativas e média de 12,1 finalizações por jogo (15ª marca). O Palmeiras sofre em média 11,4 finalizações por jogo e leva um gol a cada 12,5 (ambos o quarto melhor desempenho visitante). No ataque, a equipe paulista faz 11,8 finalizações por jogo (oitava média visitante) e um gol a cada 9,4 (sétima marca). Em casa, o Inter sofre 10,4 finalizações (sétima marca) e leva um gol a cada 11,4 (sexta média).
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Coritiba
- Confronto direto pela permanência na Série A em 2021: o Coritiba é o segundo pior mandante do Brasileirão (3V, 3E, 6D, 33%), e o Botafogo é o terceiro pior visitante (1V, 6E, 5D, 25%). Se o Coritiba tem o pior ataque mandante (média 0,5 gol por jogo), tem a terceira melhor defesa (média 0,75). O Botafogo tem o 13º ataque visitante (média 0,92) e a 13ª defesa (média 1,58).
- Em casa, o Coritiba precisa de 19,8 finalizações para conseguir um gol, pior eficiência, e em média faz 9,9 finalizações. Quem sabe finalize mais: o Botafogo é o terceiro visitante que mais sofre finalizações (16,1), mas resiste a 10,2 até levar um gol. A equipe carioca faz 10,9 finalizações (11ª marca visitante) e faz um gol a cada 11,9 (14ª marca). Embora o Coritiba sofra 13,5 finalizações (pior marca), suporta 18 finalizações até levar um gol (melhor desempenho).
- Os dois times estão entre os que mais tiveram pênaltis contra no Brasileirão. Foram sete contra o Coritiba e oito contra o Botafogo. Só o Vasco teve mais (nove). Só houve quatro pênaltis a favor deles. O Coritiba é a quarta equipe menos punida com amarelos (55 e média 2,20), e o Botafogo, a sexta (56 e média 2,24). Cada uma levou cinco vermelhos.
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Empate
- Os dados acima não consideram Santos x Grêmio, realizado após o fechamento desta edição. O Vasco tem a quinta pior campanha mandante (3V, 4E, 5D, 36%) e recebe o Santos, sétimo visitante (4V, 3E, 5D, 42%). O Vasco tem amplo domínio histórico com este mando pela Série A com seis vitórias em 11 jogos, mas o Santos venceu os últimos dois confrontos (2018 e 2019). A partida tem potencial para pênalti. O Santos é a segunda equipe com mais pênaltis a favor no Brasileirão, oito, e o Vasco é a equipe que mais teve pênaltis contra, nove.
- É provável que o Vasco explore a bola aérea. Dos últimos dez gols da equipe, seis foram marcados dessa forma e eram apenas três entre os dez anteriores. O Santos tem problemas crônicos com a bola alta, levou seis dos últimos dez gols dessa forma e cinco entre os dez anteriores. O Santos fez a partir de jogadas aéreas cinco dos últimos dez gols e sete dos dez anteriores, mas o Vasco leva apenas 40% dos gols pelo alto.
- O ataque do Vasco em casa tem média de 11,5 finalizações por partida, quarta pior marca, e precisa de 12,6 para fazer um gol (quinta pior marca). Quando visitante, o Santos sofre em média 13,8 finalizações e um gol a cada 9,7 (ambas décimas marcas). A equipe santista faz 9,1 finalizações quando visitante (quarta pior marca), mas faz um gol a cada 9,8, sexta eficiência. O Vasco em casa leva em média 11,8 finalizações (12ª marca) e um gol a cada 10,1 (11ª).
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Bragantino
- O Bragantino é o nono mandante do Brasileirão (6V, 3E, 3D, 58%) e recebe o Athletico-PR, 14º visitante (3V, 1E, 8D, 28%). Embora seja a quinta equipe que mais finaliza na competição, o Bragantino tem apenas o décimo ataque. A equipe é a que proporcionalmente mais arrisca finalizações de fora da área (58%), de onde é muito mais difícil marcar. Comparativamente, o Athletico-PR arrisca 43% de longe, sexto menor índice.
- Ainda assim, em casa o Bragantino é muito mais preciso. A sexta equipe que mais finaliza (14,9 vezes em média) e a quinta mais eficiente, com um gol a cada 9,0 tentativas. Fora de casa, o Athletico-PR sofre 14,1 finalizações por jogo e um gol a cada 9,4 tentativas adversárias (ambas 12ª marcas). A equipe paranaense é bem menos eficiente: quando visitante precisa em média de 13,2 finalizações para fazer um gol, quinta pior marca visitante, e consegue apenas 11 finalizações por partida. O Bragantino leva em casa em média um gol por jogo. A média de 9,17 finalizações sofridas é a quarta menor entre os visitantes, porém, a quinta pior em resistência até sofrer um gol.
- As duas esquipes estão com baixa produtividade aérea. Pelo alto, o Bragantino só fez três dos últimos dez e também dos dez anteriores, e o Athletico-PR apenas dois. A diferença é que a equipe paranaense fez sete dos dez anteriores pelo alto, e se o Bragantino levou cinco dos últimos dez dessa forma, entre os dez anteriores foram sete. Os paranaenses levaram quatro dos últimos dez e seis dos dez anteriores a partir de jogadas aéreas. Há potencial para gol assim na partida.
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Flamengo
- Os dados acima não consideram o jogo Defensa y Justicia x Bahia, realizado após o fechamento desta edição. O Flamengo tem a sexta melhor campanha visitante (6V, 4E, 2D, 61%) e recebe o terceiro pior visitante (2V, 3E, 7D, 25%). O Flamengo tem o terceiro melhor ataque mandante (média 1,83), e o Bahia, a pior defesa visitante (média 1,92). As duas equipes vivem baixa na influência aérea entre os gols feitos (30%), e se defendem bem dessas jogadas (40% dos gols sofridos).
- Em casa, o Flamengo tem média de 17,2 finalizações por partida, maior média mandante, mas precisa de 9,4 finalizações para fazer um gol (sétima média). Quando visitante, o Bahia sofre em média 12,6 finalizações, oitava marca, mas leva um gol a cada 6,6, a pior resistência visitante da competição.
- Fora de casa, o Bahia é a quarta equipe que mais finaliza, em média 13,6 vezes por partida, mas precisa de 14,8 conclusões para conseguir um gol, terceira pior média. O Flamengo sofre apenas 9,6 finalizações quando mandante, sexta média, mas leva um gol a cada 8,2, pior marca caseira.
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Fortaleza
- Embora as duas equipes façam seus jogos no Castelão, o Fortaleza é o mandante e, por isso, usamos os dados do Ceará como visitante. O Fortaleza tem décima campanha mandante (5V, 4E, 3D, 53%), amparado pela segunda melhor defesa mandante, com oito gols sofridos em 12 jogos (média 0,67). O Ceará é o 11º visitante (3V, 3E, 6D, 33%), com o terceiro melhor ataque visitante: 19 gols em 12 jogos (média 1,58), só que tem a terceira pior defesa visitante (22 gols sofridos, média 1,83).
- O jogo tem potencial para gol aéreo, principalmente do Fortaleza, que usando bolas altas fez cinco dos últimos dez gols e seis dos dez anteriores. Embora o Ceará tenha melhorado o controle de seu espaço aéreo levando quatro dos últimos dez gols pelo alto, entre os dez anteriores foram sete. O Ceará marcou com bolas altas três dos últimos dez e quatro dos dez anteriores, e o Fortaleza só levou dois dos últimos dez, embora tenha sofrido cinco entre os dez anteriores.
- A defesa do Ceará precisa ter cuidado porque já foram marcados sete pênaltis contra a equipe, e só Botafogo (oito) e Vasco (nove) tiveram mais pênaltis contra. Contra o Fortaleza só foram marcados dois, mas a favor já foram três. É uma marca baixa, mas o problema está na forma como o Ceará se defende. O Ceará já teve dois pênaltis a seu favor.
Favorito >> Corinthians
- O Corinthians tem apenas a 14ª campanha mandante (4V, 5E, 3D, 47%), com a terceira pior defesa mandante (16 gols sofridos em 12 jogos, média 1,33), mas que não levou gol em três dos últimos quatro jogos em casa (Internacional, Grêmio e São Paulo). Recebe o Goiás, visitante de pior desempenho até aqui (1V, 4E, 7D, 19%), com o terceiro pior ataque visitante (dez gols em 12 jogos, média 0,83).
- Apesar de o Goiás estar com problemas, já mostrou potencial com o jogo aéreo. Fez só quatro gols usando bolas altas entre os últimos dez que marcou, mas entre os dez anteriores foram oito. E o Corinthians levou pelo alto seis dos últimos dez e sete dos dez anteriores. Mas também há potencial para gol do Corinthians, que usou bolas erguidas em seis dos últimos dez gols e cinco entre os dez anteriores. O Goiás sofreu pelo alto quatro dos últimos dez e seis dos dez anteriores.
- Em casa, o Corinthians tem média de 12,6 finalizações por partida (12ª marca) e faz um gol a cada 10,8 tentativas (também 12ª média mandante). O Goiás é o visitante que mais sofre finalizações (19), mas exige dos mandante 12 finalizações até sofrer um gol, sexta melhor média. A equipe goiana é a segunda que menos finaliza quando visitante (8,3 vezes por jogo) e precisa de 10,0 finalizações para fazer um gol (décima média). O Corinthians é o quinto mandante que mais sofre finalizações (13) e sofre um gol a cada 9,8 (13ª marca mandante).
Metodologia
Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 70.635 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 2.907 jogos de Brasileirões. Para esta temporada, passamos a considerar os jogos realizados desde a edição de 2013. Além de a base de dados ter sido ampliada em uma temporada, também passamos a considerar a altura dos goleiros que sofreram cada uma dessas finalizações, a diferença de valor de mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização, além do ângulo e da distância entre a bola em cada conclusão e o gol em si.
O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo período de tempo (o jogo).
Resultado
Favoritismos acertou 105 resultados em 225 partidas analisadas, aproveitamento de 47%.
*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Bruno Saldanha, Caio Carvalho, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, Leandro Silva, Roberto Maleson e Valmir Storti.
Por Valmir Storti — Rio de Janeiro