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Flamengo campeão: os golaços e a trajetória do título

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Flamengo vence, arbitragem perde. O balanço do Campeonato Brasileiro em dez tópicos

O campeão é o melhor time do Brasil e a arbitragem o maior pecado, pela credibilidade que não conquistou

Antes da pandemia, o Brasileirão tinha uma conquista surpreendente e impressionante: o público. Com 21.235 pagantes por partida, aquele campeonato vencido pelo Flamengo recordista, dos 90 pontos, registrou a melhor média de espectadores desde 1983. A melhor em 36 anos!

Então, veio o vírus e os portões fechados. O maior patrimônio das últimas três décadas terá de ser reconstruído assim que for possível reabrir os portões.

Em contrapartida, a média de gols de 2020 foi a melhor em nove anos: 2,48.

Dos 2,31 do ano passado para cá, um crescimento de 7%. Não é demais, é maior. Ponto.

O Flamengo de 2019 contribuiu muito para o público, mas não foi o único, porque há dois anos, pela primeira vez, houve cinco times com média superior a 30 mil por jogo, ao menos por um período do torneio: Flamengo, Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Fortaleza. A queda do Palmeiras na reta de chegada diminuiu este índice, mas houve a incrível capacidade de o Fortaleza ter o segundo público do país.

Desta vez, só os gols. O vencedor foi o Flamengo, com 71 pontos, 19 a menos do que no ano anterior. O perdedor, a arbitragem.

Um campeonato é uma plantinha. Tem de ser regada todo dia, olhar onde está bonito e onde está seco e fazê-la crescer linda e frondosa.

Abaixo, dez pontos centrais do Brasileirão 2020:

1. O FLAMENGO – Consolida-se como o melhor time do país neste período. Não foi hegemônico, como se viu e isto reforçou o equilíbrio. Apesar do controle e do bicampeonato, a imprevisibilidade permaneceu.

2. MÉDIA DE GOLS – A subida de 7% é um ganho, mas ainda se está abaixo de outras ligas. Os 2,48 do Brasileirão 2020 representam o melhor índice desde 2011. quando houve 2,68 gols por partida. Mas, na Inglaterra, na temporada da pandemia, houve 2,72 por jogo, na Alemanha são 3,21 por partida, mas já se está igual à Espanha 2,48.

3. ÚLTIMA RODADA – Pela sétima vez na história, primeira em nove temporadas, o Brasileirão teve seu título definido na última rodada. Reforça que cada rodada tem importância. O Internacional perdeu o troféu contra o Sport ou contra o Corinthians? Os dois

4. ARBITRAGEM – O ponto mais fraco. O VAR tem de existir para terminar com as grandes polêmicas e não apenas as mantém, como as reforçou, especialmente nas três últimas rodadas, com as linhas sem calibragem em Vasco x Internacional, a expulsão de Rodinei contra o Flamengo ou o pênalti desmarcado em Internacional x Corinthians. Se é para ter dúvida, não precisar ter VAR. O vídeo é para consertar erros claros e óbvios.

5. A COVID – Um funcionário da CBF disse, na semana seguinte ao jogo desmarcado entre Goiás e São Paulo, 8 de agosto, que a comissão médica previa que isto permaneceria até a quinta, sexta rodada no máximo. Antes da 38a rodada, Marinho, do Santos, testou positivo. O Brasileirão conviveu com a Covid a temporada toda. Mas a Champions também convive.

6. AS REVELAÇÕES – Pode ter sido pela crise financeira, ou simplesmente pelo acúmulo de partidas, mas este foi o Brasileirão com o maior número de jogadores sub-23 utilizados. Isto representou descobertas e confirmações de Gabriel Sara, Gabriel Menino, Hugo Souza, Sandry, Peglow, Praxedes, Ferreirinha, Martinelli, Calegari…

7. O NORDESTE – Cada vez mais o Nordeste se fortalece. Há uma mistura entre declínio de velhos gigantes e subida de times que se estruturam. O Ceará foi o melhor exemplo da vez, já que o Athletico Paranaense já merece ser visto como um dos grandes do país.

8. QUEDA DE GIGANTES – A campanha do Botafogo foi terrível e o Vasco cai pela quarta vez. Os grandes que não percebem como é necessário se estrutura correm o risco de não fazerem clássicos nunca mais. Correm o risco de deixarem de ser grandes e respeitados assim.

9. TÉCNICOS NA BERLINDA – Vai ser sempre assim? Foram 25 trocas de técnicos em 38 rodadas. Nem mesmo os estrangeiros sobreviveram. Foram sete clubes com técnicos internacionais durante a campanha, mas só três terminaram empregados: Abel Ferreira, Jorge Sampaoli e Gustavo Morínigo. Outros como Domenec Torrent, Sá Pinto, Ramón Díaz e Eduardo Coudet se foram rapidamente.

10. PÚBLICO – Não haver torcida era o ônus da pandemia. De acordo. O problema foi a falta de educação dos dirigentes e membros de comissão técnica que ficavam nas tribunas. Os relatos de falta de educação são terríveis.

Por PVC / Rio de Janeioro

Globoesporte.globo.com

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