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Flamengo tem a maior média de público em 2024, São Paulo fica no segundo lugar

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Favoritismos #3: dicas, palpites e chances de vencer no Brasileirão

Defesas “zero vírgula” se enfrentam e são o grande destaque de rodada com o peso de clássicos gigantes como Fluminense x Vasco, Atlético-MG x Cruzeiro e Vitória x Bahia, além de Palmeiras x Flamengo

Uma rodada de clássicos gigantescos para despertar de vez o torcedor para o Brasileirão 2024. Mas o grande destaque fica para dois jogos que reúnem defesas “zero vírgula”, que credenciam suas equipes como favoritas para a conquista do título no fim do ano, as quatro melhores defesas da temporada.

O Flamengo viaja para São Paulo com a melhor defesa do ano, com média de 0,21 gol sofrido por partida, para confrontar o atual bicampeão brasileiro Palmeiras, da quarta melhor defesa da temporada, com média 0,67 gol sofrido por jogo. O Athletico-PR está com a terceira melhor defesa do ano entre os times da Série A, com médiag 0,48 gol sofrido por jogo, e recebe o Internacional, segunda melhor defesa da elite, média 0,45. Será que sai gol nesses jogos?

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Depois do recorde de cartões em uma mesma rodada na abertura do Brasileirão, não será surpresa se o Atlético-MG x Cruzeiro seguir essa tendência, principalmente depois da tensão da final do Mineiro, conquistado pelo Atlético-MG em uma virada histórica. De todos os times da Série A, o Atlético-MG é o mais punido no ano com cartões amarelos para jogadores (48 com média 3,00 por jogo), e o Cruzeiro é o segundo mais punido (50 com média 2,94). O Cruzeiro ainda é o time com mais expulsões de jogadores na temporada (seis – média 0,35). O Atlético-MG só teve uma expulsão (0,06).

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Favoritismos #3 — Foto: Info Esporte

Favoritismos #3 — Foto: Info Esporte

Analisamos 103.501 finalizações cadastradas pela equipe do Espião Estatístico em 4.198 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013 que servem de parâmetro para medir a produtividade atual das equipes a partir da expectativa de gol (xG), métrica consolidada internacionalmente (veja a metodologia no final do texto).

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 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Fluminense

  • Na temporada, os dois ataques têm basicamente a mesma produtividade ofensiva, o Fluminense com média de 13,4 finalizações por partida, e o Vasco, com 13,5. Uma diferença importante é que o Vasco tem a segunda maior efetividade, com um gol a cada 7,7 finalizações, enquanto a média do Fluminense está em um gol a cada 10,2 tentativas.
  • No entanto, o Vasco carrega no ano desempenho ruim quando visitante, o quarto pior entre os times da Série A (2 V, 3 E, 3 D, 38%). Quando visitante, o Fluminense está ainda pior, mas desta vez joga em casa, quando tem o 13º desempenho da temporada (6 V, 2 E, 2 D, 67%). No agregado dos mandos, o Fluminense tem o quinto pior aproveitamento de pontos da elite nacional (53%), e o Vasco, o 13º (59%).
  • As duas equipes devem buscar o ataque aéreo porque estão sendo mais efetivas com ele: o Fluminense fez assim oito dos últimos 12 gols (dois terços), e o Vasco, cinco dos últimos seis gols marcados.
  • O Fluminense vem de maior vulnerabilidade aérea, tendo sofrido depois de bolas altas sete dos últimos dez gols e quatro dos últimos seis. O Vasco permitiu após bolas altas seis dos últimos dez gols sofridos, mas só dois dos últimos quatro.
*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Grêmio

  • É de se esperar por um jogo muito disputado porque o Grêmio tem o quinto melhor aproveitamento mandante na temporada da elite (9 V, 1 E, 1 D, 85%), e o Cuiabá, a terceira melhor visitante (8 V, 2 E, 2 D, 72%). O Grêmio vai precisar de muito cuidado com os contra-ataques porque o Cuiabá já fez sete gols assim, quarta maior média (0,32). O Grêmio levou dois gols de contragolpe no ano, décima média (0,10).
  • O Cuiabá é uma equipe que vem conseguindo furar as defesas adversárias com trocas de passes rasteiros, tendo marcado seis dos últimos oito gols em jogadas rasteiras. O Grêmio tem sido mais vulnerável ao não conseguir neutralizar as jogadas aéreas, levando assim seis dos últimos sete gols.
  • Da mesma forma como sofre, o Grêmio comemora com após bolas altas: marcou assim sete dos últimos dez gols, e o Cuiabá levou metade dos últimos dez gols após bolas altas e metade em passes rasteiros.
 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Bragantino

  • É outro jogo na rodada que reúne defesas “zero vírgula”: a do Bragantino tem média de 0,95 gol sofrido por jogo, e a do Corinthians, 0,94. Mas o problema é se serem dois dos três piores ataques do ano entre os times da Série A, ambos com 24 gols marcados. O Bragantino tem média de 1,09 em 22 jogos, a pior da elite, e o Corinthians, 1,33 em 18 jogos, a terceira pior média. O Bragantino no ano tem média de um gol a cada 12,1 finalizações, a pior da Série A, e o Corinthians, um gol a cada 10,3, o quarto pior aproveitamento.
  • O Bragantino vem sendo mais efetivo em trocas de passes rasteiros, origem de cinco dos últimos oito gols marcados. É maior o potencial para marcar assim porque o Corinthians alterna gols aéreos e rasteiros entre os sofridos. Já o Corinthians tem maior potencial para fazer gol a partir de jogada aérea porque assim marcou seis dos últimos sete gols, e foi dessa forma que o Bragantino levou sete dos últimos dez gols.
 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Atlético-MG

  • No Atlético-MG, a pressa é inimiga da precisão. Sem contar Athletico-PR, Atlético-GO, Criciúma e Cuiabá, dos quais não temos os scouts dos estaduais, o Atlético-MG é o time com o ataque mais efetivo da temporada entre os times da Série A: tem um gol a cada 7,62 finalizações e média de 13,8 conclusões por partida; o Cruzeiro é o oitavo, um gol a cada 9,28 tentativas e média de 13,6 arremates por jogo.
  • Os dois rivais têm posturas opostas no ataque. Em busca dessa eficiência ofensiva, o Atlético-MG trocou passes rasteiros para fazer seis dos últimos oito gols (sem contar pênaltis e faltas diretas) e 17 dos 25 gols marcados em jogadas (68%). Quatro dos últimos 11 gols foram marcados no Cruzeiro, nas finais do Mineiro, três em jogadas rasteiras e um após um cruzamento aéreo. O Cruzeiro sofreu 9 de 17 gols a partir de jogadas aéreas (53%).
  • O Cruzeiro tem sido muito mais efetivo atacando pelo alto: tem a terceira maior influência aérea ofensiva (61%): foram 28 gols marcados em jogadas, 17 a partir de jogadas aéreas e 11 em jogadas rasteiras. O Cruzeiro pode ter uma vantagem aí porque o Atlético-MG é mais vulnerável pelo alto, tendo sofrido 57% dos gols a partir de jogadas aéreas (8 dos 14 gols que levou).

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Vitória

  • Ataques produtivos: sem considerar Athletico-PR, Atlético-GO, Criciúma e Cuiabá, dos quais não temos dados dos estaduais, Vitória e Bahia são, pela ordem, os dois ataques com maior média de finalizações entre os times da Série A: o Vitória tem média de 16,9 finalizações por partida, e o Bahia, 16,5. É de se esperar por um jogo movimentado.
  • Embora construa muito no ataque, o Vitória está com a terceira menor efetividade ofensiva, com um gol a cada 10,3 tentativas, enquanto o Bahia tem a sexta melhor, um gol a cada 8,3 chances. O Bahia tem média de 2,08 gol por partida, e o Vitória, 1,64, apesar de toda a produtividade.
  • Mas o Vitória tem potencial para surpreender a partir de jogada aérea porque fez assim sete dos últimos dez gols e cinco dos últimos seis gols, exatamente as mesmas influências aéreas dos gols sofridos pelo Bahia.
  • O Bahia tem sido mais efetivo trocando passes, com seis dos últimos seis gols e quatro dos últimos seis conquistados com bolas rasteiras. A defesa do Vitória tem sofrido mais com o jogo aéreo, sofrendo após bolas altas seis dos últimos dez gols.

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Palmeiras

  • Em busca do tricampeonato consecutivo, o Palmeiras vai precisar se impor em casa depois de ter perdido para o Internacional, outro concorrente direto pelo título. Uma tarefa hercúlea porque o Flamengo praticamente não sofre gol: foram apenas quatro em 19 jogos na temporada, embora tenha sofrido gol nos dois primeiros jogos que disputou pelo Brasileirão.
  • O Palmeiras tem feito a alegria de sua torcida usando bolas altas, tendo marcado assim oito dos últimos dez gols e 75% de todos os seus gols em jogadas na temporada (21 de 28). Sob o comando de Tite, já era de se esperar, o ataque do Flamengo mostra “equilíbrio”: marcando metade dos últimos dez gols em jogadas rasteiras e metade usando bolas altas. O Palmeiras sofreu seis dos últimos dez gols envolvido em trocas de passes rasteiros. Dos dados disponíveis, o Palmeiras tem na temporada a maior média de desarmes por partida (14,9), e o Flamengo, a oitava média (12,7).
  • Quanto mais se fica com a bola, menos é preciso desarmar. Nas duas primeiras rodadas do Brasileirão, o Flamengo teve a terceira maior posse de bola 56,5%, e o Palmeiras, a sexta (55,5%). A ver quem conseguirá se impor.

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Athletico-PR

  • Mais defesas “zero vírgula”. A terceira e a segunda melhores defesas da temporada, que elevam suas equipes a fortíssimos candidatos a disputar o título no fim do ano. O Athletico-PR levou dez gols em 21 jogos, média de 0,48 por jogo. O Internacional sofreu nove gols em 20 partidas, média 0,45. Só a do Flamengo está melhor (0,21). Difícil até analisar as vulnerabilidades defensivas dessas equipes.
  • O Athletico-PR sofreu um gol de pênalti. E sete dos outros nove gols em jogadas rasteiras, com trocas de passes. Não vem sendo a especialidade do ataque do Internacional, que usou bolas altas para fazer sete dos últimos dez gols.
  • Todos os nove gols que o Internacional sofreu foram em jogadas, nenhum em pênalti ou falta direta. Cinco foram sofridos após uma jogada aérea, e quatro em trocas de passes rasteiros. O Athletico-PR fez seis dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas.

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Botafogo

  • Duas equipes que se fazem muito uso do contra-ataque: o Botafogo já tem nove gols assim no ano, segunda maior marca, e o Juventude, a sétima média, com cinco gols. Risco maior para o Juventude, que já levou quatro gols assim no ano, segunda pior marca. O Botafogo sofreu dois gols em contragolpes, oitavo desempenho defensivo.
  • Duas equipes que sofreram seis dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas vão enfrentar ataques especialistas no jogo rasteiro de troca de passes. O Juventude é especialista em chegar ao gol trocando passes rasteiros: foi assim que marcou nada menos que nove dos últimos dez gol. O Botafogo usou bolas rasteiras para marcar seis dos últimos dez gols.

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> São Paulo

  • Disputando competições de níveis diferentes até aqui, o Atlético-GO tem o terceiro melhor aproveitamento de pontos da temporada (16 V, 1 E, 4 D, 78%), e o São Paulo, o terceiro pior (7 V, 6 E, 5 D, 50%). A diferença está na consistência defensiva: o Atlético-GO não sofreu gol em nove jogos (43%), quinta melhor marca, e o São Paulo não sofreu em cinco (28%), pior marca da elite nacional. Este início de Brasileirão vai revelar o peso do nível dos adversários de cada um até aqui nessas marcas.
  • O Atlético-GO marcou e sofreu, e o São Paulo fez metade dos últimos dez gols trocando passes rasteiros e metade no jogo aéreo. Só a defesa do São Paulo que não consegue um equilíbrio. Os gols sofridos a partir de jogadas aéreas custaram o emprego do técnico Thiago Carpini: em 18 jogos na temporada, o São Paulo só sofreu quatro gols em trocas de passes rasteiros e levou 13 a partir de jogadas aéreas. A defesa do São Paulo tem a terceira maior influência aérea entre os gols sofridos em jogadas (71%). Faltou a Thiago Carpini controlar seu espaço aéreo defensivo.

Metodologia

Favoritismos apresenta o potencial que cada time carrega no Brasileirão 2024 comparando o desempenho nos últimos 60 dias como mandante ou visitante em todas as competições e nos últimos seis jogos, independentemente do mando. Também são consideradas as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro. Os cálculos referentes à influência de bolas altas e de troca de passes rasteiros entre gols marcados e sofridos só consideram as características dos gols marcados em jogadas. Gols olímpicos, cobranças de pênaltis e de faltas diretas não contam para determinar a influência aérea ou rasteira por serem cobranças feitas diretamente para o gol.

Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 103.501 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 4.198 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013. Consideramos a distância e o ângulo da finalização, além de características relacionadas à origem da jogada (por exemplo, se veio de um cruzamento, falta direta ou de uma roubada de bola), a parte do corpo utilizada, se a finalização foi feita de primeira, a diferença de valor mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização.

O desempenho de um jogador é comparado com a média para a posição dele, seja atacante, meia, volante, lateral ou zagueiro, e consideramos o que se esperava da finalização se feita com o “pé bom” (o direito para os destros, o esquerdo para os canhotos) e para o “pé ruim” (o oposto). Foram identificados os ambidestros, que chutam aproximadamente o mesmo número de vezes com cada pé.

De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo.

O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo intervalo de tempo (o jogo). Para chegar às previsões sobre as chances de cada time terminar o campeonato em cada posição foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.

Favoritismos apresenta também gráficos com a evolução da média móvel em cinco jogos da expectativa de gol (xG) de cada equipe no ataque e o acumulado do que fizeram seus adversários nessas partidas. Para os gráficos, a cada cinco jogos é feita uma média móvel, representada pelas linhas de ataque (preta) e defesa (vermelha, que na verdade é quanto o adversário somou em xG em cada jogo). É uma forma precisa de medir o potencial de cada equipe. A linha amarela mostra a diferença entre as produções dos ataques do time analisado e de seus adversários.

*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Davi Barros, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, João Guerra, Leandro Silva, Roberto Maleson, Roberto Teixeira, Valmir Storti e Zé Victor Meirinho.

Por Bruno Imaizumi e Valmir Storti — Rio de Janeiro

Ge.globo.com

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