Saúde
(FNP) voltou a pedir ao Ministério da Saúde que profissionais que trabalham em escolas sejam imediatamente vacinados
Comissão apresenta reivindicações a ministro da Saúde
Prefeitos voltam a defender vacinação de profissionais de educação
A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) voltou a pedir ao Ministério da Saúde que todos os profissionais que trabalham em escolas sejam imediatamente vacinados contra a covid-19. A inclusão dos trabalhadores do setor entre os grupos prioritários da campanha de vacinação é um dos itens de pauta da videoconferência que representantes da entidade e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, realizam esta manhã.
No último dia 12, a frente enviou ao Ministério da Saúde um ofício destacando a importância de que os profissionais de educação sejam imunizados. No documento, a entidade manifestava a preocupação com a saúde dos trabalhadores e com o potencial risco deles se tornarem vetores da disseminação da doença à medida que as aulas presenciais sejam retomadas em várias partes do país.
No documento, a frente cita um relatório elaborado pelo Sistema Público de Saúde do Reino Unido e divulgado em janeiro deste ano, e que aponta que 26% de 10 mil pessoas infectadas pelo novo coronavírus, cujos casos foram analisados, tinham ligações com creches, escolas primárias e secundárias e universidades. A conclusão do relatório é que, possivelmente, o retorno às aulas presenciais pode ter ocasionado três vezes mais contaminações do que as que tiveram origem em hospitais.
“Por isso, a FNP reforça que vacinar imediatamente os profissionais da educação é zelar por toda a comunidade educacional, que hoje corresponde a um quarto de toda a população brasileira”, sustenta a entidade, em nota.
Cronograma
Além da vacinação dos profissionais de Educação, a frente cobra a divulgação de um cronograma nacional detalhado, com informações atualizadas e previsão mês a mês quanto ao planejamento de entrega de vacinas aos estados e municípios e previsão de grupos populacionais a serem vacinados.
Durante a conversa com o ministro, a comissão – formada pelo presidente da FNP, Jonas Donizette (ex-prefeito de Campinas), e por nove prefeitos que representarão as cinco regiões brasileiras – disse que também pretende defender a necessidade de uma campanha publicitária para incentivar e esclarecer a população a respeito da importância de se vacinar, e o repasse de recursos financeiros para que as prefeituras possam manter ou ampliar o número de leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) para tratamento dos pacientes da covid-19.
No Twitter, o presidente da frente explicou que a reunião para tratar dos desdobramentos da vacinação contra a covid-19 vinha sendo solicitada desde 14 de janeiro.
“Precisamos de esclarecimentos quanto às doses de vacinas prometidas pelo Ministério aos governadores”, escreveu Donizette, manifestando a expectativa de que, a partir da videoconferência, reuniões entre a comissão representante dos prefeitos e o ministério passem a ser mais frequentes.
“Precisamos entender os cenários para traçar estratégias. É inadmissível que as cidades paralisem a imunização por falta de vacinas”, acrescentou Donizette, reiterando a crítica contida em uma nota que a FNP divulgou na última terça-feira (16), apontando a falta de vacinas em todo o país.
Além de Donizette, participam da conversa com o ministro e com secretários do ministério os prefeitos David Almeida (Manaus); Edvaldo Nogueira (Aracaju); Edmilson Rodrigues (Belém); Rafael Greca (Curitiba); Sebastião Melo (Porto Alegre); Emanuel Pinheiro (Cuiabá); Bruno Reis (Salvador); Eduardo Paes (Rio de Janeiro) e Duarte Nogueira (Ribeirão Preto).
Em nota divulgada logo após o término da reunião, o Ministério da Saúde afirma que estuda incluir novos grupos entre os já considerados prioritários. A pasta afirma que a expectativa é incluir novos grupos a partir de março.
Edição: Kleber Sampaio / Por Alex Rodrigues – Repórter da Agência Brasil – Brasília