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Funcionários da Receita Federal entregam cargos após aprovação do Orçamento de 2022

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Funcionários da Receita Federal entregam cargos após aprovação do Orçamento de 2022

Mais de 300 servidores se demitiram em protesto contra o orçamento aprovado pelo Congresso na noite desta terça (21), que destinou quase R$ 5 bilhões para o fundo eleitoral e R$ 1,7 bilhão para aumento a policiais.

Centenas de funcionários da Receita Federal entregaram os cargos de chefia em protesto contra o Orçamento da União aprovado na noite desta terça-feira (21) pelo Congresso. É que, por pressão do presidente Jair Bolsonaro, a previsão de gastos públicos para o ano que vem incluiu um aumento de salários para policiais federais. E destinou quase R$ 5 bilhões para os partidos políticos pagarem campanhas eleitorais.

Horas depois de o texto ser aprovado no Congresso, começou a reação de setores não atendidos com o reajuste previsto no Orçamento; R$ 1,7 bilhão que serão usados para a reestruturação e aumento de remuneração das carreiras da Polícia FederalPolícia Rodoviária Federal e do Departamento Penitenciário Nacional – base de apoio do presidente Jair Bolsonaro.

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Em São Paulo, servidores da Receita Federal enviaram uma carta pedindo exoneração de cargos de comando a partir desta quarta-feira (22). São 46 delegados e chefes de setores. Eles dizem que a Receita teve o Orçamento de 2022 reduzido em 51%.

De acordo com o Sindifisco (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita), até o início da tarde, 324 profissionais da categoria já haviam entregado seus cargos comissionados em dez estados.

O governo federal também não esqueceu dos militares – outra base de apoio do presidente.

O Ministério da Defesa, que, desde o início do governo Bolsonaro, viu seu orçamento aumentar ano a ano, vai ter uma das maiores verbas para investimentos. Só para comprar novas aeronaves para a FAB, o projeto reserva mais de R$ 1,2 bilhão – R$ 200 milhões a mais do que todo o previsto para os gastos federais em saneamento básico.

Além de privilegiar alguns grupos, que podem ajudá-lo na próxima eleição, o presidente Jair Bolsonaro também não se preocupou em garantir mais recursos para a área social, nem em evitar que os parlamentares priorizassem projetos eleitorais. R$ 16,5 bilhões foram reservados para as emendas de relator, que ficaram conhecidas como orçamento secreto – emendas sem critérios objetivos de distribuição, e que podem ser usadas para beneficiar parlamentares que votam com o governo.

Já o chamado “fundão”, o fundo que financia com dinheiro público as campanhas eleitorais, vai ter quase R$ 5 bilhões no ano que vem – quase três vezes o valor usado em 2018. Valor que teve apoio da maioria dos partidos da base do governo e da oposição.

A economista Juliana Damasceno questiona as prioridades do governo Bolsonaro. E cita como exemplo o Auxílio Brasil, que substituiu o Bolsa Família, mas que não será suficiente para atender a todos que precisam do benefício.

“Nós não podemos esquecer das 22 milhões de famílias que vão ficar desassistidas agora com o fim do Auxílio Emergencial e o início do Auxílio Brasil, e isso tudo acaba gerando uma insegurança muito grande do ponto de vista social, fazendo com que o Estado venha a ser chamado a atender de alguma forma essas demandas do futuro, seja através do novo programa de transferência, seja através de outros tipos de política”, explica Juliana.

O economista Filipe Salto, diretor-executivo do Instituto Fiscal Independente, afirmou que o Orçamento deixou de lado os gastos sociais. E disse que isso terá um custo alto para o país nos próximos anos.

“Eu acho que nós estamos no mínimo virando o processo orçamentário de cabeça pra baixo. Nós estamos falando do fundo eleitoral, o aumento que foi permitido, o reajuste para os policiais, e também as emendas de relator geral. É ineficiente porque esses gastos todos não são prioritários. O que é prioritário nesse momento? É cuidar de quem está passando fome, é fazer transferência social e é cortar despesas supérfluas. Despesa que não precisaria estar sendo feita agora. Agora, eu digo para você: todo esse processo não contou com R$ 0,01 de ajuste fiscal. Nós estamos vendo só aumento de despesa”, destaca o economista.

Por Jornal Nacional

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