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Gabigol comemora gol do Flamengo contra a Portuguesa

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Além da mítica: Vítor Pereira também quer transformar o futebol de Gabigol com a camisa 10

Atacante veste a mítica camisa de Zico pela simbologia e também pretende mudar de função em campo, sendo cada vez menos atacante e mais meia

Vestir a camisa 10 do Flamengo é para poucos. Zico, Djalminha, Tita e agora Gabigol, que assumiu o mítico número com a saída de Diego na temporada passada.

Na estreia com o pesado número nas costas, Gabriel Barbosa mostrou que a numeração vai além da simbologia. Ele fez um dos quatro gols na vitória contra a Portuguesa-RJ e jogou de uma forma um pouco diferente das últimas temporadas.

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Gabigol comemora gol do Flamengo contra a Portuguesa — Foto: André Durão

Gabigol comemora gol do Flamengo contra a Portuguesa — Foto: André Durão

É um indício de que a mudança irá além da simbologia e vai mudar a forma de jogar de Gabigol, que se tornará mais participativo no meio de campo. Contra a Portuguesa e no jogo contra o Madureira, em Cariacica (ES), pelo Campeonato Carioca, Gabigol deve mostrar uma versão mais pensadora e articuladora.

O primeiro rascunho de Vítor Pereira no Flamengo lembrou muito o time de Jorge Jesus. A equipe formou um 4-4-2, com Éverton Ribeiro e Arrascaeta como meias pelos lados e Gabriel junto de Pedro no ataque. Nos momentos sem a bola (em organização defensiva), o Flamengo formava duas linhas de quatro.

Flamengo jogou num 4-4-2 com Arrasca e Éverton pelos lados — Foto: Reprodução

Flamengo jogou num 4-4-2 com Arrasca e Éverton pelos lados — Foto: Reprodução

Quando tinha a bola, o Flamengo mostrou duas ideias claras e que devem permanecer na temporada:

  • Uma saída de três com Gérson e Thiago Maia buscando a bola entre os zagueiros, com os laterais mais projetados
  • O quarteto de frente sempre próximo para tabelar e criar associações

Gabigol mostrou muita mobilidade nesses dois momentos. Ele saiu muito da área, buscou a bola lá de trás e em alguns momentos até trocava de posição com Gérson, Thiago Maia ou um dos laterais. Mesmo ativo na área e próximo de Pedro, ele circulou num pedaço de campo maior e assumiu uma postura de pensar as jogadas ao lado dos meias.

A saída da área tinha a missão de ajudar o time a criar triangulações. Aproximações entre dois ou três jogadores, com a missão de atrair a marcação para longe da área. Gabigol saiu da área para associar principalmente com Éverton e Gérson no lado direito, deixando Pedro, Varela e Arrascaeta mais próximos do gol. De uma forma técnica, ele jogou de forma mais apoiada (ajudando no toque de bola) e com menos profundidade (esperando menos na área). Veja um exemplo:

Gabriel volta até o meio: função mais armadora em 2023 — Foto: Reprodução

Gabriel volta até o meio: função mais armadora em 2023 — Foto: Reprodução

Gabriel fez esse movimento de apoio ao redor da bola em todos os lados e momentos. Jogada na direita? Ele recua, busca, gira e pensa o jogo para frente. E pela esquerda? Faz o mesmo, com quem estiver próximo. Esse jogo bem apoiado era uma das marcas do Flamengo de Jorge Jesus, e Vítor Pereira quer manter a pegada com um Gabigol mais focado em ser mais um a apoiar o meio de campo.

Veja outro exemplo abaixo:

Gabriel próximo de Éverton e Arrascaeta — Foto: Reprodução

Gabriel próximo de Éverton e Arrascaeta — Foto: Reprodução

Gabriel sempre foi um atacante móvel, que sai bastante da área. A diferença é que ele saía da área para “trocar” de movimentação e inverter com a chegada de algum volante. Agora, a saída tem a missão de fazer ele parar o jogo e pensar na próxima jogada. É um papel muito mais de camisa 10 do que a 9 que vestia antigamente.

Esse novo papel apareceu lá na primeira ideia de Vítor. Nos momentos que o Flamengo fazia a “saída de três”, Gabriel recuava tanto que muitas vezes invertia com Varela e buscava a bola a partir de uma primeira etapa, próximo dos zagueiros.

Gabriel invertia de posições até com o lateral direito — Foto: Reprodução

O treinador explicou essa mudança:O objetivo é pegar jogadores que tratem bem a bola e juntá-los em combinações próximas uns dos outros. Isso permite um jogo mais forte e isso ajuda também a atrair o adversário, outra coisa a melhorar, por um lado e entrar pelo outro. Atrair num lado, entrar pelo outro, atrair no corredor lateral, entrar por dentro e por fora.— Vítor Pereira, após o jogo contra a Portuguesa-RJ

Com poucos jogos de preparação para o Mundial de Clubes, Vítor Pereira indica que quer manter essa ideia no Flamengo. E irá melhorar a velocidade de execução e o domínio da bola no ataque. Tudo com um Gabriel Barbosa com a camisa 10, fora e dentro de campo.

Por Leonardo Miranda

Ge.globo.com

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