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Gabigol e Bruno Henrique tiveram boas ocasiões de forma isolada, sem sucesso.

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Análise: Rogério Ceni faz ajuste, Flamengo volta a vencer, mas desempenho ainda precisa evoluir

Técnico monta o time num 4-2-3-1, centraliza Arrascaeta e vê uruguaio crescer de produção. Placar de 3 a 0 indica facilidade, mas não reflete exatamente a atuação do time

Após três jogos sem vencer, o Flamengo voltou a triunfar no Campeonato Brasileiro e se recuperou na briga pelo título. Um pequeno ajuste feito por Rogério Ceni surtiu efeito e ajudou no resultado, mas o placar por 3 a 0 pode indicar erroneamente uma facilidade maior do que realmente foi o jogo. O time ainda pode mostrar mais com as peças que tem à disposição.

A principal mudança para o jogo foi uma leve alteração na formação. Em vez do 4-4-2 tradicional dos tempos de Jorge Jesus, Rogério Ceni escalou o Flamengo num 4-2-3-1 – esquema já utilizado eventualmente pelo treinador, mas raramente desde o início.

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Com a reorganização das peças, Arrascaeta passou a jogar centralizado, onde teve suas melhores atuações neste Brasileirão. Foi assim que o uruguaio rendeu melhor sob o comando de Domènec Torrent, e a sacada de Rogério Ceni merece elogios por potencializar um dos jogadores de maior capacidade técnica do elenco rubro-negro.

Arrascaeta comemora gol pelo Flamengo — Foto: Alexandre Vidal / Flamengo

Arrascaeta comemora gol pelo Flamengo — Foto: Alexandre Vidal / Flamengo

Com Arrascaeta pelo centro e um Diego bastante participativo atuando mais recuado, o Flamengo conseguiu ter mais controle no meio-campo.

A posse de bola foi rubro-negra desde o início, embora o time continue com dificuldade para criar muitas oportunidades de gol. Foi numa rara jogada acelerada, com Diego servindo Arrascaeta, que a equipe abriu o placar.

Formação do Flamengo contra o Goiás: centralizado, Arrascaeta cresceu de produção — Foto: ge

Formação do Flamengo contra o Goiás: centralizado, Arrascaeta cresceu de produção — Foto: ge

A vantagem deu, principalmente, tranquilidade para o Flamengo. O time sofreu nas bolas aéreas no primeiro tempo, quando Rafael Moura teve duas boas chances de cabeça. Depois do gol de Arrascaeta, porém, a equipe ficou mais confortável em campo e correu menos riscos.

O Goiás se lançou em busca do empate no segundo tempo e passou a dar muito campo para o contra-ataque do Flamengo.

Gabigol e Bruno Henrique tiveram boas ocasiões de forma isolada, sem sucesso. Num raro momento em que se combinaram, saiu o gol: arrancada em velocidade de BH e passe para Gabigol ampliar. Eficiência demonstrada também na finalização de Pedro, no fim do jogo, que definiu o placar.

Vitória estabiliza time em momento decisivo

Não foi uma atuação exuberante do Flamengo, mas a vitória ajuda a estabilizar o time num momento decisivo do Brasileiro. A equipe recupera confiança – a zaga conseguiu terminar um jogo sem ser vazada, o que é sempre um alento -, volta a se aproximar do líder São Paulo e pode se preparar para uma sequência difícil de jogos fora de casa.

A principal lição que Rogério Ceni pode levar deste jogo é a nova formação tática. No 4-2-3-1, Arrascaeta voltou a ser decisivo e participou mais da partida. Por outro lado, os pontas – Bruno Henrique e Everton Ribeiro – ainda estiveram aquém do que podem mostrar, o que dá margem de evolução para o time.

A boa atuação de Diego, novamente atuando mais recuado, rendeu elogios de Ceni e dá mais uma opção para o treinador montar seu meio-campo. Contra o Palmeiras, na quinta-feira, ele terá novamente Gerson à disposição.

O Flamengo ainda precisa melhorar seu desempenho para voltar de vez à briga pelo título – e o duelo com o Palmeiras será um teste importante. Mas a vitória sobre o Goiás e o ajuste feito por Rogério Ceni dão uma base sobre a qual trabalhar nesta reta final de Campeonato Brasileiro.

Por Felipe Schmidt — Rio de Janeiro / Globoesporte.globo.com

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