Esporte
Goleiro Everson comemora vitória nos pênaltis contra o Flamengo
Análise: time mais vencedor da história do Atlético-MG volta a demonstrar nervos de aço
Galo vence duelo eletrizante com o Flamengo para enriquecer trajetória de jogadores campeões
Quando o Flamengo virou a partida no segundo tempo, em gol de Bruno Henrique, a vaca parecia que iria para o brejo. Mas o goleiro Everson olhou para os companheiros e colocou os indicadores na altura do cérebro, como se estivesse pedindo de calma e frieza. Foi assim que o Atlético-MG venceu a Supercopa do Brasil.
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Um duelo que engrandeceu uma competição mal formulada na parte logística, que teve o time campeão brasileiro e da Copa do Brasil com todos os status possível de visitante do confronto. O Galo venceu um eletrizante duelo também nos pênaltis, e o goleiro foi novamente salvador. O que parecia não acabar nunca teve fim com defesa de Everson na cobrança de Vitinho, depois de Hulk (sempre ele) converter sua segunda penalidade.
O Galo conseguiu vencer todos os títulos nacionais promovidos pela CBF em um espaço de 80 dias. Everson, Mariano, Nathan Silva, Junior Alonso (Godín), Guilherme Arana; Allan, Jair, Nacho, Zaracho (Savarino), Keno e Hulk (Vargas) se consolidam como o time mais vencedor da história do clube
Goleiro Everson comemora vitória nos pênaltis contra o Flamengo — Foto: Pedro Souza/Atlético-MG
No tempo normal, Atlético e Flamengo fizeram um jogo marcante para os 32 mil torcedores na Arena Pantanal. O Galo não conseguiu ficar com a bola no primeiro tempo, e pouco assustou. O Flamengo chegava com perigo em seu poderoso esquema ofensivo. Muita qualidade técnica individual deu o tom da partida. Técnicos em inícios de trabalho, temporada ainda engatilhando, tempo abafado, mas um espetáculo garantido.
A disputa por pênaltis foi a saída mais justa para um Flamengo que brilhou quando Arrascaeta cresceu e conseguiu abrir espaço em uma sólida defesa do Galo – que teve Godín em dia infeliz, é verdade, com chute na lua nos pênaltis e falha no gol de Bruno Henrique.
Sem Zaracho, o Atlético perdeu intensidade e roubadas de bola no ataque. Jefferson Savarino e Keno não tinham tanto impacto nas pontas. Nacho fez o gol que abriu o placar, mas também não teve tanta conectividade com Hulk.
Guga errou a cobrança que poderia ser fatal, mas até mesmo ele foi sinônimo de frieza e coragem de uma equipe que tem casca grossa para jogos decisivos, com confiança de campeões. O mesmo vale para Nathan Silva, que converteu sua cobrança com perfeição, após um primeiro tempo inseguro (mas melhora significativa no segundo tempo)
Hulk, inclusive, ficou ilhado algumas vezes, e precisou recuar para tentar encostar na bola e iniciar uma jogada. Sofria faltas, outras nem tanto, e suas jogadas não davam sequência. Mas, se Gabigol furou a rede de Everson em boa trama do Flamengo pelo alto, Hulk fez o mesmo.
E uma boa sacada de Turco Mohamed. Tirou os pontas que não vinham rendendo, acrescentou Ademir e Vargas e, de uma trama entre os dois, saiu o gol da igualdade de Hulk, que levaria a final aos pênaltis.
Um ponto de alerta fica para Diego Godín, ainda fora das condições físicas ideais, fez apenas duas partidas antes da Supercopa, e teve uma apresentação ruim contra o Flamengo. Erro de leitura e posicionamento no gol de Bruno Henrique. De quebra, foi o último cobrador do Galo na sequência original, e isolou a bola em uma finalização desastrosa.
O Atlético provou ser o melhor time do Brasil, disputando cabeça com cabeça ao lado do Flamengo. O primeiro troféu foi para Lourdes, mas haverá um 2022 inteiro pela frente para dois times estelares desfilarem um poderoso futebol, com erros e acertos, mas com qualidade capaz de lembrar os duelos históricos das décadas de 1980.
Por Fred Ribeiro — Cuiabá