SIGA O 24H

Saúde

Hospital de Campinas faz cirurgia de próstata menos invasiva e que preserva função sexual

Publicado

em

Compartilhar isso...

Dia do Homem: entenda detalhes da cirurgia de próstata recente no Brasil que é menos invasiva e preserva função sexual do paciente

No dia da conscientização sobre a saúde masculina, conheça procedimento que tem rápida recuperação e preserva qualidade de vida. Hospital de Campinas aplicou método pela 1ª vez.

Um hospital de Campinas (SP) realizou nesta semana uma cirurgia inovadora de próstata com método menos invasivo e que garante rápida recuperação do paciente e preservação da função sexual. O procedimento chamado de “urolift” chegou há quatro meses no Brasil, mas, segundo o urologista Sandro Faria, foi aplicado pela primeira vez no interior do estado de São Paulo.

A cirurgia foi realizada no Hospital Vera Cruz e o especialista destacou os benefícios da cirurgia que pode levar apenas 20 minutos. A novidade foi celebrada em meio ao contexto do Dia do Homem, neste sábado (15), data que visa promover conscientização sobre a saúde masculina por meio do incentivo a exames e tratamentos que costumam ser deixados de lado e são essenciais para a qualidade de vida.

  • Veja abaixo as vantagens e desvantagens do procedimento

“Porque o medo não é da doença, o medo às vezes é da repercussão do tratamento, né? Então muitos ficavam sem se tratar de forma adequada” afirmou Faria, coordenador do programa de cirurgia robótica dos hospitais Vera Cruz e Albert Einstein.

De acordo com o Ministério de Saúde, o aumento da próstata é uma condição comum associada ao envelhecimento e atinge quase 70% dos homens com mais de 70 anos, sendo que os primeiros sintomas podem surgir a partir dos 40 anos. Segundo o urologista, tratamentos convencionais podem afetar a qualidade de vida do paciente e, com isso, muitos optam por adiar consultas e tratamentos.

Os homens devem começar a cuidar da saúde da próstata a partir dos 40 anos de idade — Foto: Getty Images

Os homens devem começar a cuidar da saúde da próstata a partir dos 40 anos de idade — Foto: Getty Images

Aumento da próstata e tratamentos

Faria explicou que a próstata é uma glândula pequena localizada abaixo da bexiga e envolve a uretra. Conforme ela aumenta, o homem passa a apresentar problemas urinários e, se não houver tratamento adequado, irá acarretar complicações na bexiga e rins.

Os procedimentos convencionais removem parte do tecido desta glândula, com objetivo de desobstruir o canal urinário e os sintomas do aumento. Porém, lembrou Faria, há elevada chance de provocar infertilidade, pois a glândula que nutre os espermatozóides pode parar de exercer a função. Além disso, pode implicar eventualmente em redução da ereção.

O urologista destacou que o novo método não retira tecido, mas remodela o canal urinário por meio de uma ampliação. Ele comparou a técnica ao procedimento para desobstrução de artérias entupidas, uma vez que em ambos os casos o efeito mecânico é a expansão do espaço.

“A gente remodela de dentro para fora e amplia o canal, o raciocínio é exatamente esse”, explicou Faria.

Embora o procedimento esteja disponível há quatro meses no Brasil, ele começou a ser feito em 2010 na Austrália, depois foi levado aos Estados Unidos em 2013 e aos poucos tem sido aplicado em novos locais ao mesmo tempo em que novos trabalhos científicos têm sido desenvolvidos, disse o médico. Ainda de acordo com ele, é um método de livre acesso, ou seja, qualquer urologista no Brasil, com treinamento e qualificação necessária, pode oferecer aos pacientes.

Próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino  — Foto: Shutterstock/Arquivo

Próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino — Foto: Shutterstock/Arquivo

Vantagens e desvantagens

Faria destacou que, por não haver remoção de tecido, o urolift significa uma intervenção menor no paciente e que permite a liberação dele entre três a quatro horas após o procedimento. A recuperação também é rápida, informou o médico.

“O paciente não tem uma intervenção cirúrgica em si, então ele vai para casa no mesmo dia e no outro dia ele tem a vida dele normal, pode fazer atividade física, pode trabalhar, pode dirigir, só a atividade sexual que a gente pede para esperar uma semana porque ela envolve contração da área remodelada”, explicou.

A desvantagem, em contrapartida, é que o paciente pode precisar de outra intervenção no período de cinco a oito anos, segundo o médico, justamente por não haver retirada de tecido. “Como se ele precisasse de um outro stent […] Todo método tem vantagem e desvantagem”, ponderou.

Outro problema é que o procedimento ainda não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e não há cobertura por operadoras de planos de saúde. O valor da cirurgia não foi confirmado.

Para o urologista, o tratamento pode ter mais apelo para pacientes mais jovens, na faixa dos 40 a 50 anos, que possuem indicação de tratamento cirúrgico para a próstata.

“Eu não acho que ele é um procedimento para todo mundo, eu não vejo muito benefício de usar um método que é novo, que vai ter um resultado funcional parecido com o método tradicional, se a sexualidade não é importante para aquele paciente de 75 anos”, avaliou o especialista.

*Sob supervisão de Fernando Pacífico.

Por Marcelo Gaudio*, g1 Campinas e Região

JUSNOTICIAS / NOTICIAS DE CAMPO MAIOR-PI / POLITICA / ESPORTES BACHAREL EM DIREITO / JORNALISTA - DRT 2590/PI RADIALISTA DRT 966/PI PUBLICITÁRIO E DIRETOR EXECUTIVO PORTALSN

COMENTÁRIOS

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade