Internacional
Itamaraty tenta conseguir com instituições humanitárias vagas em aeronaves
Itamaraty tenta retirar dois cidadãos naturalizados brasileiros do Afeganistão e procura um terceiro que sumiu
No total, seis brasileiros contataram o Itamaraty, mas apenas dois pediram ajuda para deixar o território afegão; expectativa é de que o número cresça nos próximos dias
BRASÍLIA — Sem voos comerciais partindo do Afeganistão, o Itamaraty tenta conseguir com instituições humanitárias vagas em aeronaves e outras formas de transporte para retirar do país dois afegãos naturalizados brasileiros. O Ministério das Relações Exteriores foi procurado por seis pessoas que disseram ser do Brasil. Uma delas desapareceu e apenas duas pediram para serem resgatadas. A expectativa é de que esse número cresça nos próximos dias.
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Os outros quatro cidadãos que procuraram o Itamaraty declararam ser brasileiros natos. Uma fonte do governo disse que não há como saber o que houve com a pessoa com a qual foi perdido o contato: se está em perigo, se desistiu de sair do país ou se fingiu ser brasileiro para obter informações de como deixar o Afeganistão.
Desde que os integrantes do Talibã tomaram Cabul, no último domingo, milhares de pessoas tentam fugir do país. O caos se instalou enquanto o presidente dos EUA, Joe Biden, confirmou que vai manter a retirada das tropas americanas de combate do país.
O atendimento a brasileiros está a cargo da Embaixada do Brasil no Paquistão, que também tem jurisdição sobre o Afeganistão e o Tajiquistão. Os telefones de plantão são +92 300 8525941 —número de Islamabad — e +55 61 98197-2284, no caso da Divisão de Assistência Consular do Ministério das Relações Exteriores.
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Por questão de segurança, a identidade daqueles que procuraram o Itamaraty não é revelada. No caso dos dois cidadãos que tentam sair do país, eles afirmaram às autoridades brasileiras que têm familiares no Brasil.
Um integrante do governo brasileiro disse que está em estudo um sistema de visto humanitário para que afegãos que fogem do Talibã possam vir para o Brasil. As discussões ocorrem em conjunto com o Ministério da Justiça e Segurança Pública e o modelo deverá ser semelhante ao usado para haitianos e sírios.
Eliane Oliveira
Oglobo.globo.com