Esporte
Jogadores do Palmeiras comemoram enquanto Cássio lamenta ao fundo
Análise: Palmeiras transforma maior rival em presa fácil e descansa antes do apito final
Goleada por 4 a 0 sobre Corinthians passa por escalação diferente e intensidade
Se a ótima atuação no empate amargo diante do Grêmio, na sexta-feira passada, não tinha sido suficiente para algum torcedor voltar a acreditar no futebol do Palmeiras, a goleada por 4 a 0 sobre o Corinthians desfez de vez as dúvidas criadas pelo River Plate na dramática semifinal da Libertadores.
Menos de 72 horas depois de ter desperdiçado muitos gols e deixado dois pontos escaparem, a equipe dirigida por Abel Ferreira voltou ao Allianz Parque para fazer outro jogo intenso na segunda-feira à noite. Desta vez, dominando o rival – o seu maior rival – durante praticamente os 90 minutos.
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Apesar de finalista da Libertadores e da Copa do Brasil, o treinador português insistiu em não abrir mão do Campeonato Brasileiro e escalou o que tinha de melhor à disposição. Só que de um jeito diferente. De mais um (!) jeito diferente, provando repertório dentro do seu pouco tempo de trabalho no futebol brasileiro.
Não por acaso, uma das peças que o ajudou a mexer na estrutura foi o coringa de seleção brasileira Gabriel Menino. O veterano de 20 anos, que já jogou em quase todas as posições e exerceu as mais diversas funções, desta vez começou o jogo um pouco mais avançado, aberto pelo lado direito, mas não exatamente como um ponta. Chegava à linha de fundo ao mesmo tempo em que cuidava de fechar o meio e ajudar Mayke na marcação.
Mas a principal novidade na formação de Abel Ferreira foi a utilização de Willian e Luiz Adriano como titulares. Juntos, eles deixaram tonta a defesa corintiana. Sozinhos, cada um a seu modo, desequilibraram.
Willian fez um partidaço com a bola no pé, provavelmente para firmar de vez seu retorno entre os titulares. Luiz Adriano fez um partidaço com e sem a bola, participando direta ou indiretamente dos quatro gols.
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Luiz Adriano leva a marcação e abre espaço para Raphael Veiga dentro da área — Foto: Reprodução/Premiere
Além dos dois que ele próprio marcou, o centroavante esteve envolvido nos dois gols de Raphael Veiga: puxou a marcação para deixar o meia livre no primeiro e brigou pela bola que sobrou limpa para a finalização do segundo.
Tirando o pé
Com 20 minutos do segundo tempo, estava definida a goleada histórica, um 4 a 0 que o Palmeiras não impunha ao Corinthians desde 2004. A partir dali, conforme relato do repórter Felipe Diniz, que trabalhava na transmissão do Premiere, os membros da comissão técnica davam comandos diferentes à beira do campo:
O chefe dela, Abel Ferreira, aparentemente estava ao lado daqueles que queriam simplesmente esperar o apito final e terminar com os 53% de posse de bola.
O português tratou de fazer as cinco alterações e descansar jogadores mais exaustos e menos substituíveis nos desafios pela frente, como o lateral-esquerdo uruguaio Matías Viña, que teve um gol corretamente anulado antes de sair. Qualquer tempo ganho a essa altura é bem-vindo.
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Jogadores do Palmeiras comemoram enquanto Cássio lamenta ao fundo — Foto: Marcos Ribolli
O Palmeiras já tem mais um duelo importante na quinta-feira, frente ao Flamengo, em Brasília. Até a final da Libertadores (em 30 de janeiro, contra o Santos, no Maracanã), ainda enfrentará Ceará e Vasco pelo Brasileirão.
Por Tossiro Neto — São Paulo / Globoesporte.globo.com