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Lionel Messi sorri e acena para a torcida da Argentina após classificação para a final da Copa

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Análise: Argentina teve muito mais do que o gênio Messi e a eficiência de Álvarez contra a Croácia

Na tremenda partida que fez contra a Croácia, a Argentina mostrou o mérito de ser adaptável às circunstâncias, eficiente para aproveitar as oportunidades e solidária na hora de defende

Existe um jeito de simples de explicar a classificação da Argentina para a final da Copa do Mundo do Catar, com uma vitória categórica por 3 a 0 sobre a Croácia: a genialidade de Messi e a estupenda atuação de Julian Alvarez, diplomado no Catar como centroavante de primeiro escalão.

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É tudo verdade, mas isso só conta uma parte da história. Para que Messi pudesse desequilibrar e Alvarez pudesse marcar seus dois gols, o coletivo teve que funcionar. E contra um rival complicado, ardiloso, que não desiste nunca – não precisamos lembrar quem a Croácia eliminou nas quartas, certo? – a Argentina funcionou à perfeição.

Nos duelos das oitavas e das quartas, a Argentina havia exibido o mesmo defeito: construiu a vantagem, mas não controlou o jogo e permitiu reações. A Austrália descontou (2 a 1) e quase empatou. A Holanda de fato empatou (2 a 2), o resultado se manteve na prorrogação e a parada se resolveu nos pênaltis. Contra um time traiçoeiro como a Croácia, tal descuido não seria perdoado.

Lionel Messi sorri e acena para a torcida da Argentina após classificação para a final da Copa — Foto: Peter Cziborra/Reuters

Lionel Messi sorri e acena para a torcida da Argentina após classificação para a final da Copa — Foto: Peter Cziborra/Reuters

Mas a Argentina encarou o jogo de outra forma. O técnico Lionel Scaloni barrou Di Maria e escalou o volante Leandro Paredes em seu lugar, o que significou reforçar em muito o meio de campo, para batalhar contra o trio Modric-Brozovic-Kovacevic, que tanto incomodou o Brasil nas quartas. Rodrigo De Paul foi deslocado para a direita, mas sem subir tanto como Di Maria. Tal desenho deixou Messi como segundo atacante, em dupla com Alvarez.

Até os 30 minutos do primeiro tempo, a Argentina permitiu à Croácia ter a bola na maior parte do tempo (57% a 31%, com os demais 12% “em disputa”, uma novidade nas estatísticas do Mundial). Enzo Fernández se sacrificou para perseguir Modric por uma boa parte do campo, o que reduziu o poder dos croatas de causar dano. A Argentina só aguardava as oportunidades para correr no espaço gerado pela pressão croata.

Gol de Julian Álvarez em Argentina x Croácia — Foto: Divulgação

Gol de Julian Álvarez em Argentina x Croácia — Foto: Divulgação

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Quando os espaços surgiram, a Argentina não desperdiçou. Primeiro Enzo Fernández lançou Julian Alvarez para ser derrubado pelo goleiro Livakovic; pênalti que Messi converteu. Depois novamente com Alvarez, que arrancou do campo de defesa até parar dentro do gol. A vantagem por 2 a 0 dava impressão de jogo definido para quem estava no Estádio Lusail.

Não para quem tinha sofrido duas vezes com placares assim. Como contou o goleiro Dibu Martínez ao fim do jogo:

– No intervalo nós falamos: “Isso não pode acontecer de novo. Temos que definir o jogo”.

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O jogo seria definido por Messi e Alvarez aos 25 minutos do segundo tempo. Mas antes e depois disso a Argentina criou várias chances. A necessidade de fazer gols obrigou o técnico croata Zlatko Dalic a encher o time de atacantes: Vlasic, Orsic e Petkovic entraram logo depois do intervalo. O resultado foi uma “falsa pressão” croata, sempre com mais posse de bola (54-34 no ao fim do jogo, com 12% “em disputa”), mas com a Argentina sempre mais perto de fazer mais um do que de ceder o primeiro gol.

Na tremenda partida que fez contra a Croácia, a Argentina mostrou o mérito de ser adaptável às circunstâncias, eficiente para aproveitar as oportunidades e solidária na hora de defender. Como se fosse pouco, saiu de novo estádio Lusail nos braços da torcida. É para lá que Messi e os seus voltam para a final no domingo.

Jogadores da Argentina comemoram com a torcida no Estádio Lusail a classificação para a final da Copa do Mundo — Foto: Hannah Mckay/Reuters

Jogadores da Argentina comemoram com a torcida no Estádio Lusail a classificação para a final da Copa do Mundo — Foto: Hannah Mckay/Reuters

Por Martín Fernandez — Doha, Catar

Ge.globo.com

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