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Luis Carlos Cardoso conquista a medalha de prata na canoagem KL1

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‘Gosto de ouro’, diz família de Luis Carlos Cardoso após piauiense conquistar inédita nas Paralimpíadas

O paracanoísta dedicou a conquista a mãe, que faleceu em 2009, mesmo ano em que ele perdeu os movimentos após contrair uma esquistossomose.

A família do piauiense Luis Carlos Cardoso não esconde a emoção e orgulho da conquista dele nas Paralimpíadas de Tóquio. O paratleta foi medalha de prata na canoagem de velocidade na categoria KL1, com o tempo de 48,031s, a primeira medalha paralímpica do Brasil na modalidade.

O paracanoísta dedicou a conquista a mãe, que faleceu em 2009, mesmo ano em que ele perdeu os movimentos após contrair uma esquistossomose, doença transmitida pela água doce. Antes de ser um fenômeno da paracanoagem, Luis foi dançarino profissional por nove anos e chegou a trabalhar na banda do cantor Frank Aguiar.

Luis Cardoso conquista a primeira medalha paralímpica do Brasil na canoagem — Foto: Reprodução/TV Globo

Luis Cardoso conquista a primeira medalha paralímpica do Brasil na canoagem — Foto: Reprodução/TV Globo

Na sua cidade natal, em Picos, Sul do Piauí, a sobrinha Jamily Cardoso falou da emoção que foi para família assistir a prova ao vivo e também do orgulho que sente do tio.

“Muito emocionante, essa medalha tem sabor de ouro. Chorei muito. Tenho muito orgulho dele. Ele é um grande exemplo de superação. Ele sempre está batalhando por essas conquistas. Quando ele recebeu a medalha e começou a se emocionar, pra gente foi mais emocionante ainda. Porque sabemos o que é não ter mais a mãe e no caso dele, que no mesmo ano perdeu os movimentos e pensou que tinha perdido o sonho de dançar. Mas agora ter essa conquista, que ele lutou”, declarou a sobrinha emocionada.

Familiares exaltam orgulho por conquista de piauiense Luís Carlos Cardoso em Paralimpíadas

Luis também entrou para história no Piauí, já que a sua conquista em Tóquio é a primeira medalha de piauiense em edições de Jogos Paralímpicos. O pódio de brasileiro foi completado pelo húngaro Peter Kiss, que conquistou a medalha de ouro, e pelo francês Remy Boulle, medalha de bronze.

‘Chegou a minha vez’

Luis Carlos Cardoso é prata na canoagem KL1 — Foto: Helano Stuckert/ rededoesporte.gov.br

Luis Carlos Cardoso é prata na canoagem KL1 — Foto: Helano Stuckert/ rededoesporte.gov.br

O paratleta começou no esporte em 2011 por indicação médica para tratar de um problema na medula e se apaixonou. Após três meses de treinos, ele começou a competir, era o começo de uma história vitoriosa. Atualmente Luis mora em São Bernardo do Campo, São Paulo, onde faz preparação para as competições, mas segundo a sobrinha, quando está no Piauí, ele também treina para os torneios.

Nas Paralimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, o piauiense ficou em quatro lugar. A medalha paralímpica em Tóquio vai dividir espaço com as inúmeras medalhas que Luis já ganhou em torneios internacionais desde 2012. O paratleta é multicampeão, com seis títulos mundiais em sequência, destaque para o Mundial de 2015, realizado na Itália, onde conquistou o primeiro lugar nas provas em que disputou.

Piauiense Luís Carlos Cardoso é prata na paracanoagem em Tóquio

“Passou um filme na minha cabeça, de tudo que eu passei para chegar até aqui. Muitas vezes que eu pensei que talvez não iria conseguir, desgaste físico, psicológico, mas enfim chegou a minha vez”, declarou Luis Carlos Cardoso após conquista inédita na canoagem.

Luis não esconde a admiração pelo canoísta Isaquias Queiroz, medalha de ouro nas Olimpíadas de Tóquio.

“Óbvio que quero seguir os passos dele. Quem sabe eu consiga o ouro em 2024? Isaquias é um exemplo, o conheço desde quando comecei no esporte”, revelou.

O atleta ainda volta na noite desta sexta-feira (3) para a disputa da semifinal da Classe VL2, e com boas chances na busca por outra medalha.

“Foi uma grande batalha, mas eu já acreditava no meu trabalho e no trabalho que o meu treinador vem fazendo comigo, graças a Deus a gente conseguiu. Temos mais uma semifinal e vamos passar para a final”, declarou.

*Estagiária sob supervisão de Catarina Costa

Por Layza Mourão* e Catarina Costa, G1 PI

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