Esporte
“Mancini”, estamos mudando de patamar.
Mancini lamenta gols perdidos, mas vê Corinthians a caminho do G-6: “Mudando de patamar”
Timão venceu o lanterna Goiás por 2 a 1 em jogo em que criou muitas chances de perigo em casa
Vagner Mancini achou a vitória por 2 a 1 econômica diante das chances perdidas, mas celebrou mais uma vitória do Corinthians no Brasileirão, desta vez diante do lanterna Goiás, na Neo Química Arena.
Nono colocado com 36 pontos, o Timão está a dois do Santos e quatro do Fluminense, adversários logo acima na tabela. E a cinco do rival Palmeiras, primeiro no G-6.
– Estamos mudando de patamar. Duas vitórias nos dá a chance de encostar no grupo de cima, espero que seja para ficar. Todo jogo é uma luta. Não foi fácil diante do Goiás. Poderia ter sido mais fácil, diversas chances foram desperdiçadas. Eu acho que nós temos como obrigação tentar tudo aquilo que pode ser feito no campeonato. O sonho faz parte de todos os trabalhos.
– Sonhar com algo é muito importante ainda mais no Corinthians. Vamos em busca da vaga (na Libertadores). Evolução precisa de ajustes. Hoje vi um time que jogou futebol, mas que ainda precisa de ajustes. Muito pelas chances que foram desperdiçadas ao longo da partida.
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Vagner Mancini durante Corinthians x Goiás — Foto: Marcos Ribolli
O Goiás saiu vencendo em Itaquera logo no começo da partida, mas o Timão reagiu e virou:
– Levar gol com dois minutos de jogo pode gerar ansiedade. Ainda mais em casa. Mas vi o Corinthians tomando o gol e assumindo o jogo. Tivemos chances. Chegamos bem à frente. Somos uma equipe que se coloca em campo confiante, com imposição. É isso que peço. Se jogar para frente.
– O sistema defensivo se ajustou. Uma hora ou outro vamos levar gol. Não tem como blindar sempre. Fica difícil uma marcação eficiente em todas as bolas. O ajuste foi feito, nos dá segurança de que a partir do momento em que alcançamos o centro do campo, que os volantes saiam para o jogo, os extremos, porque sabem que há segurança atrás. A evolução de Fagner, Gil, Bruno, Fábio, Piton, Marllon, é um sistema ajustado. Felizmente conseguimos. Falta ajustar o ataque. Hoje, já demonstrou muito mais coisa. Perdemos vários gols, é verdade, mas a evolução o ataque é fruto de todo esse trabalho.
Veja mais trechos:
Fase de Gabriel
– A evolução do Gabriel tem muito naquilo que peço a todos os jogadores, que se jogue para frente. Passe para trás, retardado, dá a chance do rival se organizar, não cabe mais no futebol onde todos jogam organizados. Fica difícil quando perde velocidade fazer com que a bola chegue em Luan, Cazares, Gustavo, Vital, Natel. Meia precisa de velocidade de jogo. Hoje é sobre o Gabriel que teve muita evolução. Antes só se preocupava em marcar e hoje foi à frente. Seguro em todos os aspectos.
Momento de Cazares
– Cazares fez um belo jogo de futebol. Sinto quando tenho que tirá-lo do jogo, às vezes você tem a última troca e se eu não tiro, faltaria um pouco de gás no fim do jogo. Sinto porque vem fazendo bons jogos, não é de hoje. Contra São Paulo mostrou técnica diferenciada. Está tornando o time diferente. Nos domínios, passes, dá uma lustrada no jogo e o jogo fica bonito. É importante que tenham funções táticas dele, mas que tenha essa plástica porque essa plástica aproxima o torcedor da gente. Bati muito na tecla do jogo com a cara do Corinthians. Sem a bola, entrega, determinação, mas com a posse tem que jogar futebol, incomodar, ganhar jogo. Tem que ter esse toque diferenciado. Fico feliz de falar de evolução dos jogadores. Já foi sobre outros, Natel, Fagner, Gil. Jô hoje foi consistente. Estaria sendo econômico falando de dois. Hoje é um time que joga bem, tem bem definida a tática.
Sonhar com o quê?
– Euforia não faz parte do nosso dia a dia. Desde que cheguei ao Corinthians e pelo tempo que tenho no futebol, euforia só te leva à decepção. Pés fincados em solidez de trabalho, dia a dia, ambiente, amizade, respeito e, acima de tudo, trabalho, consegue enxergar evolução no Corinthians quando todos entenderam que tínhamos de nos superar. Superação é a grande chave da mudança do Corinthians. Não posso ficar eufórico. Futebol é para cima, mas é para baixo também. Consciência, cabeça tranquila, buscar evolução jogo a jogo. Pés no chão para proporcionar ao torcedor grandes jogos. Acho que o Corinthians vai pensar diferente no campeonato. Essa é minha opinião, mas é fundamental seguir jogando bem. Repouso, treino, descanso, respeito no dia a dia, sabemos do peso da camisa. Queremos valorizar tudo isso e, para valorizar, é preciso ter os pés no chão.
– Já falei dos nossos sonhos, um deles é buscar a vaga na Libertadores. Estamos distantes, mas convictos de que se mantivermos isso, termos chance boa. Vamos brigar palmo a palmo com os times da frente. Estamos nos distanciando lá de baixo, atingindo o primeiro objetivo. Há necessidade manter o que vem sendo feito.
Por Ana Canhedo, Bruno Cassucci e Marcelo Braga — São Paulo / Globoesporte.globo.com