Mesmo com os ‘reservas de luxo’, em uma tarde de Flamengo pouco inspirado.

Análise: base resolve em dia de pouca profundidade do time reserva do Flamengo

Time tenta se espelhar no elenco principal, mas o jogo só se encaixa com a entrada dos garotos da base

O Flamengo enfrentou o Resende com uma escalação reserva com uma dose dos jovens da base. Os garotos fizeram valer a oportunidade e salvaram o time em um dia pouco iluminado – mesmo com nomes de destaque.

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Os titulares ficaram no Rio focados na Recopa. Matheus Cunha, Matheuzinho, Rodrigo Caio, Pablo, Erick Pulgar, Everton Cebolinha e Marinho ganharam chance, assim como os jovens Wesley, Igor Jesus, Matheus França e Mateusão.

A ideia de Vítor Pereira era, mais uma vez, equilibrar a minutagem do elenco. A presença de peças já carimbadas não garantiu ao Flamengo uma boa atuação, sobretudo no primeiro tempo.

Os mais de 60% de posse de bola não se sobressaíram já que o time não conseguia encontrar espaço. O Flamengo se apresentou sem criatividade e apenas uma cobrança de falta de Marinho causou perigo ao Resende nos 45 minutos iniciais.

Flamengo x Resende — Foto: Divulgação

O primeiro tempo do Flamengo foi amarrado, sem encontrar profundidade nas laterais e ao mesmo tempo sem conseguir criar pelo meio.

Para o segundo tempo, Vítor Pereira optou por Matheus Gonçalves na vaga de Igor Jesus, que pouco foi exigido. O jovem de 17 anos mudou a dinâmica do jogo, com dribles, velocidade na criação de jogadas e bolas invertidas tentando achar Matheuzinho – ao todo foram oito ligações com o lateral.

Matheus Gonçalves acertou 100% dos passes (22) e efetuou dois desarmes. O jogador tentou duas finalizações, sendo uma delas o gol – o seu primeiro no profissional e o de número 600 do Flamengo desde 2019.

O gol aos 31 do segundo tempo trouxe tranquilidade a um Flamengo que tentava se espelhar no time principal, mas só conseguiu ser efetivo quando, com a entrada de Matheus Gonçalves, mudou o estilo e se apresentou muito mais solto com os jovens da base.

Atuação de Matheus Gonçalves contra o Resende — Foto: FootStats

André, Werton e Lorran foram outras peças a entrar. O primeiro marcou o segundo gol do Flamengo em uma jogada clássica de centroavante ganhando posição em cima do goleiro.

Mesmo com os ‘reservas de luxo’, Vítor Pereira viu a base cadenciar e resolver o jogo em uma tarde de Flamengo pouco inspirado. Cebolinha e Marinho, principais nomes, ainda não justificaram os holofotes e investimentos.

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A pressão e a busca por espaço faz com que as atuações se tornem provas sob os olhos de Vítor Pereira. Enquanto Cebolinha ainda se apresenta longe do potencial, Marinho arrisca e dá um passo a frente. O camisa 31 acertou 26 passes e fez seis desarmes.

A vitória faz VP embarcar tranquilo para Quito e deixa o saldo sobre a qualidade do elenco para além dos nomes renomados. A base trouxe a dose de personalidade que faltava para o Flamengo ser efetivo e carimbar a vitória.

– A oportunidade foi para dar minutos para muita gente. Eles precisam disso, precisam de minutos, precisam jogar. Eu pude lançar no jogo alguns meninos da base. Estou satisfeito com eles. São muitos meninos de qualidade e personalidade. Hoje está provado. Personalidade é o que mais me agrada – disse VP.

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Dilema nas laterais

Matheuzinho iniciou como titular na lateral direita, enquanto Wesley – lateral-direito de ofício – começou jogando improvisado pela esquerda. Atuação burocráticas de ambos, com Matheuzinho reforçando mais uma vez a qualidade defensiva, mas tendo lapsos de falhas defensivas.

Durante o jogo, VP inverteu a formação e, em um outro momento, Marinho chegou a atuar como lateral-esquerdo. O treinador português fez valer a carta branca para testes no Carioca e buscou soluções para um setor que vive na sombra do problema.

A lateral direita segue tendo Varela e Matheuzinho revezando na posição. Já na lateral esquerda, Ayrton Lucas é o dono da posição sem nenhuma concorrência, visto que Filipe Luís está lesionado. Assim, VP faz testes para encontrar o substituto ideal de Ayrton.

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Por Letícia Marques — Rio de Janeiro

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