Saúde
Mosquito Aedes aegypti é vetor de transmissão entre humanos
Dengue avança em áreas com pessoas menos imunizadas, e casos mais que dobram no país
Especialista avalia como preocupante aumento de infectados na região Sul, onde há pouco contato das pessoas com o vírus
RESUMINDO A NOTÍCIA
- Fim do isolamento social após pico da pandemia aumentou a circulação do vírus da dengue
- Mobilidade das cidades facilita transmissões homem-mosquito mosquito-homem
- Surtos aumentaram nas regiões Centro-Oeste e Sul, onde pessoas estão mais suscetíveis
- Doença tem quatro sorotipos, e somente vacina eficaz contra todos eles resolverá problema
Mosquito Aedes aegypti é vetor de transmissão entre humanos
PIXABAY
A volta de circulação de pessoas com fez com que os casos de dengue aumentassem exponencialmente no Brasil, principalmente na comparação com 2021. De acordo com dados do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) do Ministério da Saúde, até a segunda semana de maio, foram registrados 855.910 casos prováveis da doença em 2022. O que representa 165,7% a mais do que no mesmo período do ano passado.
“Com as pessoas circulando menos, o vírus também sofreu uma restrição de movimento. Isso não significa que a dengue não aconteceu. A Covid-19 é que foi tão devastadora que acabou ‘abafando’ a dengue no país”, alerta Leonardo Bastos, coordenador do InfoDengue e pesquisador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
O infectologista Antonio Carlos Bandeira, membro e consultor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) e professor da UNIFTC – Salvador, explica como o isolamento diminui a transmissão.
“Devemos encerrar o ano com o dobro ou mais de casos do que no ano passado. O mosquito Aedes aegypti segue existindo, mas com a volta da mobilidade, as pessoas se infectam mais. Um indivíduo contaminado passa cinco, seis dias que qualquer mosquito que pique ele se contamina também. Então, essa pessoa na verdade está levando o vírus de uma pessoa para um mosquito – que não está contaminado – se contamina e passa a contaminar outras pessoas.”
O Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, com dados consolidados até 21 de maio, indica que os números atuais são comparáveis à fase pré-pandêmica, quando também eram considerados em patamar elevado.
Carla Canteras, do R7