Cultura
Musical sobrevive à pandemia em turnê
Entenda como musical ‘O Fantasma da Ópera’ sobrevive à pandemia
Na Coreia do Sul, espetáculo segue higienização rigorosa, que inclui aferição da temperatura corporal da plateia e spray desinfectante
O musical O Fantasma da Ópera continua em turnê e, desta vez, está em Seoul, na Coreia do Sul. Com o intuito de ajudar especialistas na área a lidarem com a crise, a companhia de teatro explicou como conseguiu sobreviver em meio à pandemia da covid-19.
Os 126 membros da empresa estavam viajando quando, no meio de fevereiro, o novo coronavírus se espalhou pelo mundo e, inclusive, também estavam na Coreia do Sul, na cidade de Busan, quando tiveram de parar e voltar para as respectivas casas.
A vice-presidente da Really Useful Group, Serin Kasig, disse em entrevista ao New York Times, que estava recebendo diversas mensagens dos membros do teatro após a pausa devido à pandemia. Eles perguntavam quais seriam as diretizes da empresa diante da crise de saúde.
O dono da empresa, Andrew Lloyd, inclusive, chegou a declarar ao jornal que “não se pode ficar com as mãos atadas”, antes de falar sobre a segurança. “Devemos assegurar que o ambiente dos teatros e cinemas sejam seguros para todo mundo”, concluiu.
No dia 2 de março, quando a Coreia do Sul tinha o segundo maior número de casos de covid-19 confirmados, Sarin foi para o país. Ela queria entender como organizar a volta da turnê e da peça.
Diferentemente da Inglaterra, onde reside, ela não encontrou um “sentimento avassalador de medo”. A vice-presidente disse ter visto, em Seul, um governo com diretrizes governamentais claras e “parceiros locais que haviam passado por outras epidemias como a SARS”. Isso teria ajudado a população a lidar com a pandemia.
Depois da viagem, Serin conversou com os membros do teatro e organizou a volta da equipe para a Coreia do Sul, assim como o retorno das apresentações. Ela contou que Matt Leisy, que interpreta Raoul, havia voltado para Nova York e passava a quarentena com amigos. Os companheiros do ator teriam “enlouquecido” com a ideia de que ele voltaria a atuar durante a crise de saúde.
Leisy disse que, no começo, voltar foi um pouco assustador. “Mas quem diria que estaríamos no lugar mais seguro do mundo agora?”, finalizou.
Higienização e cooperação
Os teatros da Blue Square Garden, localizados no centro da capital sul-coreana – além da cidade inteira –, submeteram-se às regras rígidas de higienização. Segundo a publicação, os testes em larga escala, a limpeza e a quarentena ajudaram a controlar o vírus.
Antes de entrarem no local, por exemplo, funcionários medem a temperatura das pessoas e toda a audiência do teatro precisa usar máscara em todos os momentos.
Os protocolos da Coreia do Sul obrigam a plateia a ser desinfetada com spray antes de entrar no teatro. Todo mundo também deve preencher um questionário com sintomas e locais recentes que eles visitaram e, dessa forma, podem ser notificados caso tenham sido expostos ao vírus por meio de um aplicativo que rastreia a doença.
Existem também locais para higienizar as mãos e diversas placas que lembram as pessoas a ficarem com máscara o tempo todo. A primeira fileira de assentos foi removida, no entanto, nenhum lugar foi deixado vazio ou bloqueado.
A situação não é muito diferente nos bastidores: os atores não se abraçam, não se cumprimentam com as mãos e não há qualquer tipo de contato físico – desde que não seja algo essencial. Não se pode compartilhar comida ou reusar garrafas e os figurinos são constantemente desinfetados. Todos também devem usar máscaras, exceto os atores quando estão no palco.
A responsável pelas roupas dos personagens, Sharon Williams, disse que “o cerne da questão [para conseguirem sobreviver à pandemia] é que ninguém está se negando a realizar os procedimentos”.
R7 / Foto: Reprodução/Instagram