Esporte
Na raça e em mais um erro de passe do Fluminense, o Corinthians conseguiu um empate
Análise: resiliente, Corinthians tem resultado melhor do que atuação
Timão consegue se recuperar de dois duros golpes do Fluminense, mas precisará jogar mais para conquistar o tetracampeonato da Copa do Brasil
Não é fácil levar um gol no primeiro lance de um jogo de mata-mata, com o Maracanã lotado de torcedores adversários e ainda assim buscar o empate. É ainda mais difícil ver o roteiro se repetir no segundo tempo e ter forças para reagir.
Há que se destacar a resiliência do Corinthians no empate por 2 a 2 com o Fluminense, na primeira semifinal da Copa do Brasil. Valente, o time conseguiu assimilar dois duros golpes e arrancar um ótimo resultado para decidir em Itaquera a vaga na decisão. Porém, é preciso reconhecer: o Timão volta a São Paulo com um placar bem melhor do que sua atuação.
No primeiro tempo, a equipe de Vítor Pereira conseguiu discutir mais o jogo. Após levar um gol sem nem sequer tocar na bola, o Timão tentou equilibrar as ações, mas esbarrou em muitos erros de passe. Os donos da casa tinham mais a bola. Os visitantes eram agudos nos contra-ataques.
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Em um deles, aos 22 minutos, Yuri Alberto aproveitou confusão entre Nonato e André, arrancou e encontrou tempo e espaço precisos para deixar Renato Augusto em condições de empatar. O camisa 8, em noite inspiradíssima, recolocou o Corinthians no jogo.
Com muita entrega física e disciplina tática, a equipe tentava subir a marcação e retomar a posse no campo de ataque. Em alguns momentos dava certo, como aos 31, quando Róger Guedes acertou bom chute de fora da área e quase virou o jogo.
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Quando essa estratégia não funcionava e o Fluminense conseguia furar a primeira linha de marcação, os comandados de Vítor Pereira se postavam no campo defensivo e fechavam espaços. Nesse sentido, Fausto Vera teve papel importante, recuando e ficando quase na linha dos zagueiros em alguns momentos.
Róger Guedes e Adson voltavam bastante para ajudar os laterais e dar liberdade para Renato Augusto ficar mais à frente.
Algumas atuações individuais, porém, prejudicavam o coletivo. Fábio Santos esteve em jornada ruim, só não pior que a de Fagner, envolvido nas jogadas dos dois gols do Fluminense.
Cássio, porém, compensava. O goleiro fez milagres em cabeceio de Cano à queima roupa, aos 34 do primeiro tempo, e em chute cruzado do argentino, aos 11 do segundo.
Cássio em Fluminense x Corinthians — Foto: Thiago Ribeiro/AGIF
Se na primeira etapa o Corinthians ainda conseguiu trocar golpes com o Fluminense, na segunda foi presa fácil. A impressão que se tinha era de que o time parecia mais preocupado em não levar o terceiro gol do que buscar o segundo.
Com opções escassas no banco de reservas, Vítor Pereira tardou a mexer. Mesmo com o Corinthians criando pouquíssimo, o técnico foi realizar as primeiras substituições aos 40 minutos. Dois dos três escolhidos para entrar – Mateus Vital e Ramiro – nem estavam nos planos do clube até pouco tempo atrás, o que evidencia os desequilíbrios no elenco alvinegro e o prejuízo causado pelos diversos desfalques por lesão.
Mas, na raça e em mais um erro de passe do Fluminense, o Corinthians conseguiu um empate com gosto de vitória. Michel Araújo entregou a bola para Fausto Vera, e o argentino acionou Fagner, que serviu Róger Guedes. Com extrema qualidade, o atacante pôs fim ao jejum de nove jogos sem marcar e deixou o Timão mais vivo do que nunca na Copa do Brasil.
Para chegar à sua sétima final do torneio e faturar o tetracampeonato, porém, o Corinthians precisará jogar mais. As duas semanas livres para treinamento até o jogo da volta, em 15 de setembro, deixam a esperança de que isso é possível.
Por Bruno Cassucci — São Paulo
Ge.globo.com