Economia
“Não precisamos voltar ao tempo em que não houve nenhum reajuste no ano inteiro.
Presidente da Petrobras diz que decisão sobre preços deve sair na semana que vem, e não descarta aumento
Nova política de preços praticada pela petroleira vai evitar ‘maratona’ de reajustes, afirmou Jean Paul Prates nesta sexta-feira (12).
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou nesta sexta-feira (12) que a petroleira deve decidir na semana que vem sobre os reajustes de combustíveis e a nova política de preços praticada pela estatal. Ele não descartou o anúncio de aumentos.
“Existe chance de reajuste? Sim. Há uma chance de que, ao tratar desse assunto na semana que vem, a gente faça uma avaliação de alguns combustíveis”, disse Prates, durante coletiva de imprensa sobre os resultados financeiros da Petrobras no primeiro trimestre.
Questionado sobre o novo critério utilizado para definição de preços nas refinarias, Prates afirmou que será o de “estabilidade versus volatilidade”. Segundo ele, o novo formato deverá evitar tanto a estagnação de preços quanto o que chamou de “maratona” de reajustes.
Presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, durante primeira coletiva de imprensa à frente da estatal, em 2 de março de 2023. — Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
“Não precisamos voltar ao tempo em que não houve nenhum reajuste no ano inteiro. Em 2006 e em 2007 aconteceu isso. E também não precisamos viver dentro da maratona de 118 reajustes para um único combustível, como foi em 2017, o que levou à crise enorme da greve dos caminhoneiros”, afirmou.
Prates disse que, mesmo com a mudança, a Petrobras continuará seguindo a referência internacional, mantendo a competitividade interna. “Nós não vamos perder venda. Não vamos deixar de ter o preço mais atrativo para os nossos clientes.”
A estatal baliza os valores das vendas às distribuidoras com base no preço de paridade de importação (PPI). A política oficial de preços da Petrobras foi criada em 2016, orientada pelas flutuações do preço do barril de petróleo no mercado internacional e pelo câmbio.
De acordo com a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), o preço da gasolina vendida pela Petrobras às distribuidoras está 14% acima das cotações do mercado internacional, em atualização desta sexta-feira. Isso representa uma defasagem de R$ 0,39 por litro. Já o diesel tem uma defasagem de 9% – ou R$ 0,28 por litro.
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Sem entrar em muitos detalhes, Prates explicou que a ideia é manter uma organização dentro das atividades da Petrobras que possibilite a aplicação do critério de “estabilidade versus volatilidade”.
“Sempre que pudermos aguardar um pouco mais para responder a uma estabilidade ocasional, vamos organizar nossa vida para ter essa estabilidade e dar essa estabilidade ao nosso cliente”, disse.
O presidente mencionou também a produção brasileira dentro da composição de preços, citando a estrutura de escoamento, de transporte, a capacidade de refino e a fonte de petróleo do país.
“Tudo isso faz parte de um modelo de preços empresarial que a Petrobras vai conversar melhor na semana que vem”, concluiu.
Por André Catto, g1