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Nem mesmo os dois gols e a excelente atuação de Raphinha na goleada sobre o Uruguai, fizeram o técnico Tite tirar os pés do chão

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Tite freia euforia com Raphinha na Seleção, prega bom senso e serenidade e prevê oscilação

Treinador voltou a pedir calma com jovem atacante, autor de dois gols na goleada do Brasil por 4 a 1 sobre o Uruguai; ele também elogiou a atuação canarinho em Manaus

Nem mesmo os dois gols e a excelente atuação de Raphinha na goleada do Brasil por 4 a 1 sobre o Uruguai, nesta quinta-feira, fizeram o técnico Tite tirar os pés do chão e abrir mão de seu discurso ponderado.

Assim como já havia feito na véspera do jogo, Tite pediu calma nas análises em relação a Raphinha. Desta vez, fez elogios, mas previu oscilações de rendimento do jogador na Seleção.

– Continua com calma. É um processo. A gente tem discernimento, tem constatação da grande atuação sim. Mas senão daqui a pouco a gente acha que é o pico da montanha. Vai oscilar. É normal. É jovem. Fez grande jogo, mas tem que ter bom senso e serenidade nas avaliações – analisou.

Em sua primeira oportunidade na Seleção, Raphinha já tinha entrado bem nas partidas contra Venezuela e Colômbia e ganhou a primeira chance como titular nesta quinta-feira, na Arena da Amazônia, em Manaus.

Questionado se o jogador do Leeds United, da Inglaterra, tinha ganhado pontos na corrida por uma vaga na Copa, Tite se esquivou:

– Estou pensando na próxima convocação. Em respirar. Ligar para minha esposa, para minha filha, estou com saudade dos meus netos, encher ele de beijo. Deixa eu curtir um pouco aqui. Agradecer o Bielsa, o radar que tivemos, nesse acompanhamento, confirmado na sequência, em conversa com Bielsa, fica meu agradecimento público. Assim como outros técnicos, mas nesse caso específico. Eles falaram no vestiário. Tem que jogar muito no seu clube, a concorrência aumenta, o sarrafo aumenta, o nível aumenta, e o atleta compete para estar na seleção brasileira. Competir de forma leal é legal. Não é com trairagem.

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Técnico Tite orienta a Seleção na goleada por 4 a 1 sobre o Uruguai — Foto: Lucas Figueiredo / CBF

Técnico Tite orienta a Seleção na goleada por 4 a 1 sobre o Uruguai — Foto: Lucas Figueiredo / CBF

Embora já tivesse aplicado outras goleadas ao longo destas Eliminatórias, o Brasil teve contra o Uruguai o seu jogo mais empolgante. Questionado se a Seleção tinha apresentado o seu desempenho ideal, Tite analisou:

– Não sei. Sempre falo que são estágios, processos. Jogo acaba mostrando, tempo vai permitindo. Experiência que tenho passado, nem euforia em demasia. Foi grande jogo, teve solidez. Futebol é relação de conjunto, peso, contrapeso. Foi grande jogo sim. Serve como avaliação de um aberto, externo, com Paquetá, Neymar e Alex Sandro mais entrosados no setor esquerdo. Neymar com liberdade habitual no processo criativo. Às vezes o jogo permite. Fred saindo um pouco mais, para fazer pressão e recomposição. A gente vai reestruturando, criando solidez.

O Brasil lidera as Eliminatórias com 31 pontos e está invicto após 11 partidas na competição, com dez vitórias e um empate e está praticamente classificado para o Mundial do Catar, em 2022.

A vaga pode ser confirmada no mês que vem, quando a Seleção enfrenta a Colômbia, na Neo Química Arena, em São Paulo, e a Argentina, em San Juan.

Veja outros trechos da entrevista coletiva de Tite:

Produção ofensiva

– É desafiador. Teve nas três marcações, alta, média e baixa, teve solidez. Na construção, nunca abriu mão da linha de quatro com seu goleiro e meio-campistas. Encontramos espaços hoje com volantes, um puxando na frente e outro rodando por trás, para essa bola chegar com tempo e espaço para Neymar, ou para Paquetá, são jogadores criativos. Tem jogadores que atacam a profundidade. Pressão média a gente conseguiu com Alex Sandro em plano mais avançado, Emerson na saída de três. Para dar consistência aos homens da frente. Fizemos marcação alta muito bom na frente, perde e pressiona muito bom, com retomada. Retomada no campo adversário te gera oportunidade de perigo. Teve boa atuação nesses estágios ofensivos e defensivos.

Fred e Fabinho

– Aquilo que a gente fala em processos, com variações táticas nas funções, variações de atletas nas funções, te dão isso. E quando fala de dois atletas, é injusto falar, porque uma equipe consegue roubar, se há uma pressão inicial, que facilita a ação de dois volantes, e de dois meio-campistas que não ficam presos. É um contexto todo que teve grande atuação.

Aliviado?

– Não, me deixa em paz. Paz é o sentimento que trago, de fazer meu melhor trabalho possível. Cobrança que nós temos. E compreender que a gente representa alguns, e a eles nosso carinho, nossa dedicação. E também o outro lado, de ver que faz parte. Mas estou em paz.

Caipirinha para comemorar?

– Quando jogava jogo no Sul, me davam de presente a caipirinha para curtir. Quero curtir com minha esposa, com minha filha, com meus netos, minha nora. Ficar em um momento de paz. E tomar sim. Talvez duas. Mas vou ficar em casa, não vou dirigir.

Campanha recorde

– Não é boa. É excepcional (pontuação). Teve oscilação de performance, de desempenho, mas números são incontestáveis. Quando acabou o jogo da Colômbia, recebi mensagem do Maturana, reconhecimento de todo o trabalho. A gente está construindo isso e quero me permitir abrir o parêntese e agradecer Manaus. Obrigado, Manaus. Tiveram calor humano extraordinário. No retorno do público, com crianças nos treinamentos. Quando chegava o ônibus. Calor humano é exemplar. Foi muito bonito. Talvez a atuação de hoje tenha sido um pouco o retorno de todo esse carinho, essa receptividade

Por Bruno Cassucci, Daniel Mundim e Raphael Zarko — Manaus

Ge.globo.com

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