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O Atlético-MG não perde há 12 partidas e abriu uma vantagem de sete pontos na liderança do Brasileirão

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Solidez defensiva, mágica do vestiário e números fora: a análise da 13ª vitória do líder Atlético-MG

Galo começa o 2º turno com pé direito, ampliando a longa sequência de invencibilidade e embalado por fatores que podem ser fundamentais para o título do Brasileirão

O Atlético-MG não perde há 12 partidas e abriu uma vantagem de sete pontos na liderança do Brasileirão graças, principalmente, a três fatores: a solidez defensiva, o desempenho anormal como visitante e o potencial de Alex Stival no intervalo. Todos itens fundamentais para a vitória maiúscula sobre o Fortaleza neste domingo, por 2 a 0.

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Os números da sequência de 12 partidas de invencibilidade, sob essas três óticas, impressionam. O Galo venceu 5 de 7 jogos fora de casa. A defesa sofreu apenas seis gols, e não foi vazada seis vezes. E em um recorte específico das etapas finais, fez 18 gols, e sofreu apenas 1.

Alonso comemora primeiro gol pelo Atlético-MG — Foto: Pedro Souza / Atlético

Alonso comemora primeiro gol pelo Atlético-MG — Foto: Pedro Souza / Atlético

Mágica do vestiário

O torcedor sabe que não foi só nesse domingo. Das 13 vitórias do Galo no Brasileirão, 8 foram conquistadas graças à melhora de desempenho após o papo do intervalo.

Mas afinal, o que se pode mudar em 15 minutos de conversa no vestiário, entre um tempo e outro, numa partida de futebol?

“Não é motivar, a gente lê o jogo. Analisa o que deu certo, o que não deu. Onde tem que ajustar alguma coisa defensivamente, onde pode explorar ofensivamente” (Cuca).

Contra o Fortaleza, a mudança de postura de um tempo para o outro foi determinante. Não que o Galo tenha jogado mal na primeira etapa, como Cuca fez questão de ressaltar na entrevista coletiva. Mas foi depois do intervalo que a equipe voltou fazendo o que sabe fazer de melhor, e foi fatal.

Cuca; Fortaleza x Atlético-MG — Foto: Pedro Souza / Atlético

Cuca; Fortaleza x Atlético-MG — Foto: Pedro Souza / Atlético

Diferentemente de seu antecessor no cargo, o Atlético de Alex Stival não é um time que costuma construir boas chances a partir de uma troca de passes longa no campo ofensivo. Em vez disso, é vertical, veloz, fatal.

O primeiro gol, logo aos 3 minutos do segundo tempo, é um ótimo exemplo dessa característica. Da cobrança da falta por Nathan Silva no campo de defesa até a bola na rede, se passaram 15 segundos.

O zagueiro entregou para Mariano, que encontrou Nacho bem posicionado entre as linhas do Fortaleza. O meia serviu Hulk, que partiu para cima de dois defensores e encontrou Vargas sozinho no meio da área. O chileno errou o domínio e perdeu a chance da finalização, mas, solidário, serviu Zaracho para o gol.

Zaracho, Atlético-MG  — Foto: Kely Pereira/AGIF

Zaracho, Atlético-MG — Foto: Kely Pereira/AGIF

“Esse é o tipo de jogo em que quem sai na frente tem enorme chance de vencer. Saímos na frente e aí tomamos conta do jogo.” (Cuca)

Solidez defensiva

À frente do placar, entra em voga a solidez da melhor defesa do Brasileirão. Nos últimos 12 jogos, o Atlético saiu em vantagem sete vezes. Venceu todas. E contra o Fortaleza, a atuação do sistema defensivo foi, mais uma vez, gigantesca.

Não é à toa que, em 14 jogos com a camisa alvinegra, Nathan Silva não tenha saído de campo derrotado uma única vez. Requisitado junto ao Atlético-GO no meio do ano, o zagueiro de 24 anos vai se mostrando uma das grandes revelações do time na temporada. Seguro nas bolas aéreas, inteligente nos desarmes, veloz nas disputas com os atacantes.

Jogadores do Atlético-MG comemoram gol do Alonso contra o Fortaleza — Foto: Kely Pereira/AGIF

Jogadores do Atlético-MG comemoram gol do Alonso contra o Fortaleza — Foto: Kely Pereira/AGIF

Mas contra o Fortaleza, o troféu de melhor em campo só não foi para ele porque Junior Alonso foi ainda melhor. O xerife paraguaio entrou em campo pelas Eliminatórias na noite de quinta-feira, fez apenas um treino em Belo Horizonte (sábado) e foi incansável neste domingo. Gigante.

Além da aula defensiva, Alonso foi para o ataque fazer o gol que determinou a 13ª vitória do Atlético no Brasileirão. Movimentação e fundamento de manual na cabeçada certeira após o escanteio de Nacho. Galo 2 a 0, mais líder do que nunca.

Melhor visitante

Com uma campanha de sete vitórias, dois empates e apenas duas derrotas nos 11 jogos longe de Belo Horizonte, o Atlético é o melhor time fora de casa do Campeonato Brasileiro. Um fator que deve animar (e muito) o torcedor. Desde 2003, no início da era dos pontos corridos, o melhor visitante não ficou com a taça apenas 4 vezes.

O Galo começa o segundo turno com o pé direito, para mostrar que pode fazer diferente de 2012 e seguir firme na busca pelo tão sonhado troféu até o fim da competição. E se há nove anos o desempenho longe de BH foi determinante para a perda do título, desta vez é justamente este fator que pode fazer a história ser diferente.

Fortaleza x Atlético-MG — Foto: Pedro Souza / Atlético

Fortaleza x Atlético-MG — Foto: Pedro Souza / Atlético

O caminho ainda é longo, a estrada é conturbada e, atrás vem gente sedenta (Flamengo). Mas o Galo segue firme, e com maturidade, à frente do pelotão.

Solidez defensiva, desempenho fora de casa e a mágica do intervalo: se esses fatores seguirem decisivos até dezembro, o atleticano tem tudo para finalmente jogar para fora um berro entalado há meio século na garganta.

Por Marcelo Cardoso — Belo Horizonte

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